Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

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Comentário no Jornal Eldorado: Bolsonaristas cutucam Renan com vara curta

O juiz Charles Renaud Frazão de Moraes determinou que o nome de Renan Calheiros “não seja submetido à votação para compor a CPI em tela”. Só que não há votação para relator na comissão. Os senadores são designados pelos partidos, e o relator é nomeado pelo presidente da comissão, este sim, eleito pelos pares. Além disso, a decisão é endereçada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. E tampouco lhe cabe decidir sobre a CPI: uma vez instalada, é o presidente da comissão que tem plenos poderes. No caso, será Omar Aziz. Não sei se o juiz é bolsonarista, embora tenha um ponto em comum com os bolsonaristas em geral, inclusive a signatária do pedido de afastamento, a deputada Carla Zambelli: não é um gênio da humanidade. Afinal, não é nada inteligente reforçar a oposição de Renan, que já desafiou o  STF
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Assuntos para comentário da terça-feira 27 de abril de 2021

1 – Haisem – Juiz interfere em CPI da covid e barra Renan como relator – Esta é a manchete de primeira página da edição impressa do Estadão desta terça-feira. O que, a seu ver, pode ter levado um magistrado federal de Brasília a interferir na composição de uma comissão de inquérito do Senado

2 – Carolina – O que, na sua opinião, inspirou a Casa Civil do governo Bolsonaro a entregar uma relação de 23 eventuais temas a serem tratados na CPI da covid do Senado e quais são eles

3 – Haisem – Anvisa veta importação da vacina Sputnik pelos Estados – Este é o título de outra chamada publicada no alto da primeira página do jornal de hoje. Em que essa decisão técnica pode interferir no ritmo de conta-gotas entupido do programa nacional de imunização, que tem influência direta na velocidade do contágio do novo coronavírus no Brasil

4 – Carolina – O que você acha que levou o decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio Mello, a mandar à Procuradoria-Geral da República opinar sobre cheques para Michele Bolsonaro e Fabrício Queiroz

5 – Haisem – Bolsonaro chama de “idiota” jornalista que questionou foto com “CPF cancelado” – Este é o título de uma chamada de capa do Portal do Estadão que está circulando. O que você acha de mais essa grosseria do chefe do Poder Executivo brasileiro contra um profissional de imprensa e, ainda por cima, mulher

6 – Carolina – A boa vontade de Biden com Banânia – Este é o título de seu artigo semanal publicado no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. Que considerações você faz nesse texto sobre a comemoração do presidente dos Estados Unidos do discurso de Jair Bolsonaro na cúpula do clima, que o sucessor de Donald Trump promoveu na semana passada

 


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No Blog do Nêumanne: A boa vontade de Biden com Banânia

José Nêumanne

Mesmo após a troca do superintendente da PF no Amazonas por ter mandado notícia-crime sobre Salles ao STF e dos cortes em gastos ambientais no Orçamento, democrata ainda leva fé em Bolsonaro

“Ouvimos notícias encorajadoras nos anúncios de Argentina, Brasil, África do Sul e Coreia do Sul”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao fazer um balanço da cúpula do clima, na quinta-feira 22 de abril, sob os auspícios do governo norte-americano pós-Donald Trump. O democrata referiu-se a discursos que não ouviu, pois se retirou da reunião antes de o argentino Alberto Fernández usar a palavra e não voltou para ouvir Jair Bolsonaro. Mas não se pode comentar esse despautério sabendo que ele preside diplomacia e serviços de informação muito sofisticados, que em teoria o mantêm informado sobre diferenças abissais existentes entre os vizinhos sul-americanos e a completa dissociação de qualquer um dos dois países com sul-africanos e sul-coreanos. Isso sem falar no abismo imenso entre o narrado por Bolsonaro e o que realmente acontece.

No discurso que leu, o capetão sem noção comprometeu-se a reduzir em 37% a emissão de gases de efeito estufa até 2025 e em 47% até 2030. Usou até a linguagem ambientalista da moda para garantir “neutralidade climática” até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior, que já não dava para levar em conta. Bolsonaro disse mais, lembrando jocoso deslize de sua antecessora petista, Dilma Rousseff, que dobrará o uso de recursos públicos para fiscalização ambiental e zerar o desmatamento ilegal. Seria mais verossímil zerar a fiscalização, o que quase já conseguiu, e dobrar o desmatamento, favorecendo o crime, não o clima. E no que pode ser a única verdade de seu discurso, pediu ajuda bilionária dos países ricos, uma esmolinha que ele considera, diga-se de passagem, a justa remuneração deles pelos serviços ambientais prestados pelo Brasil. Um simples sobrevoo sobre a Amazônia reduz a cinzas essa deslavada mentira.

Ao que parece, os feitos do assassino serial londrino Jack, o Estripador, podem ser mais facilmente entendidos pelo chefe da maior potência política e militar do mundo contemporâneo. Então, talvez seja preciso usar uma sentença mórbida atribuída ao facínora desde suas atividades soturnas na capital do Reino Unido: vamos por partes.

Conhecido por sua militância ambientalista, Biden não deve ignorar algumas evidências históricas. E se as desconhece, isso só se pode explicar, embora nunca justifique, por incrível desinformação sobre o que seja possível extrair de autêntico de promessas vãs de um especialista que se destaca exatamente pela disposição vocacional para a patranha. Em relação ao desmate da floresta tropical, como definem os bem-intencionados militantes ecológicos dos países ricos, ele é antigo e facilmente identificável. Qualquer leigo com alguma iniciação no assunto sabe que, no mínimo, 90% da madeira nobre extraída da Amazônia o é por meios criminosos. Madeireiros internacionais ou nativos, proibidos de acionar suas motosserras em quaisquer outras regiões de mata virgem do mundo, devastam a maior de todas, em território de Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, porque não há, nunca houve, nenhum governo disposto a fazer cumprir a lei nesses territórios indígenas ou ocupados por grileiros. Na vigência entre nós da Constituição leniente, e não cidadã, como dizia seu morubixaba, Ulysses Guimarães, a sociedade com políticos brasileiros eleitos num sistema de voto absurdo facilita as coisas. A participação ativa de Bolsonaro, por intermédio de seu lugar-tenente para o desmate, o ministro do Mau Ambiente, Ricardo Salles, só piorou as coisas. Biden deveria saber disso.

Se não sabe, ainda está em tempo de ser informado sobre fatos recentes. O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas Alexandre Saraiva foi substituído por ter enviado notícia-crime contra o citado ministro com provas de sua adesão ao crime. Esta mostrou-o fiel à declaração feita em reunião ministerial e exibida a todo o País: “Vamos aproveitar para passar a boiada na pandemia”. No dia seguinte à mentira comemorada pelo chefe branco dos ianques, o capitão cloroquina cortou 24% no orçamento do meio ambiente para 2021 em relação ao ano passado, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira 23. É possível que o embaixador dos EUA não o haja informado ao inquilino da Casa Branca?

Essa demonstração de ignorância (ou descaso?) deverá ter consequências mais funestas do que a troca de Brasil por Bolívia em discurso de Ronald Reagan, em 1982, durante visita a João Figueiredo em Brasília, gafe agravada na transcrição, em que foi trocado o nome do país vizinho por Bogotá, capital da Colômbia. Pois demonstra mais desprezo do governante máximo do país ao norte do Rio Grande pela atenção que deveria dar ao Brasil, como já se tinha constatado por sua ausência durante o discurso a que não assistiu. Ficou claro que mais importante do que a verdade é a coincidência aparente das intenções demonstrada pelo orador.

Essa, aliás, nem foi a intervenção mais desastrada de Bolsonaro na sanção da lei mais importante entre todas. Pior do que a inconsequente comemoração de Biden, menos grave do que o apoio de seu correligionário Lyndon Johnson ao golpe militar de 1964, foi a manobra para manter vivas as esperanças da glutonaria militante do Centrão com a transferência de suas emendas parlamentares para um incerto momento eventual. E mais um corte de despesas que adiou o censo de 2020, adiado para 2021 e agora cancelado para 2022. O “me engana que eu gosto” do “cara” que a famiglia presidencial peculatária brasileira garantia que roubou a eleição do paizinho Donald significa a adesão cega e indiscriminada do desgoverno Bolsonaro a sua decisão de mentir sem desmentidos de algum recenseamento capaz de revelar dados confiáveis da vida real com a chancela científica e verídica de uma instituição como o IBGE nesta Banânia Bolsonarista.

José Nêumanne Pinto

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 26 de abril de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Só o polígrafo revela a verdade dos fatos

José Nêumanne

Piada de Bial sobre exigência de detector de mentiras em entrevista de Lula lembra a séria necessidade do aparelho na comunicação, na gestão pública, na política, na polícia e na Justiça

Em 15 de julho de 2005, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurou na República a fala do trono: confortavelmente instalado numa poltrona posta num jardim em Paris, deu a primeira de suas várias versões sobre o momentoso caso do mensalão à repórter brasileira Melissa Monteiro, que trabalhava numa emissora francesa. A Rede Globo de Televisão, segundo informou a jornalista da casa Glória Maria, comprou os direitos de retransmissão, que, sem perguntas de repórteres abelhudos, foi ao ar no programa dominical Fantástico. Inaugurou-se, então, o atual padrão de “entrevista coletiva”, em que profissionais de imprensa podem ouvir e registrar, jamais perguntar.

A 16 anos de seu feito pioneiro, o ex-dirigente sindicalista avançou rumo à retomada da narrativa em programas de entrevistas nos meios eletrônicos de comunicação ao condicionar sua presença no Conversa com Bial, da mesma rede, a uma transmissão ao vivo. Em teoria, para evitar eventuais distorções na edição. “Ao vivo só com polígrafo”, ironizou o apresentador no programa Manhattan Conection. Foi o suficiente para desabar uma tempestade de insultos impublicáveis e outras agressões em redes sociais, numa demonstração de que o gabinete do ódio instalado por Carlos Bolsonaro no Palácio do Planalto tem antecedentes no teórico lado oposto do espectro ideológico. A palavra teórico, aqui usada, registra a afirmação do cientista político da Universidade Federal Fluminense (UFF) Eurico Lima de Figueiredo, na série Nêumanne Entrevista, publicada neste blog, de que o então deputado Jair Bolsonaro disse que “na vida pública, precisamos de gente como Vossa Excelência”, referindo-se à colega Luiza Erundina, então no PSB. E votou em Ciro Gomes, hoje no PDT, no primeiro turno, e em Lula, sempre no PT, no segundo, para presidente, em 2002. Útil ainda lembrar que o capetão sem noção dissera ao Estadão que o coronel venezuelano Hugo Chávez era “uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil”.

O repórter esclareceu na editoria de Opinião da Folha de S.Paulo em artigo intitulado O passado como polígrafo: “O caso é pessoal e Lula sabe muito bem que já mentiu a meu respeito. A verdade está registrada, há provas e testemunhas”. O autor destas linhas, verbi gratia, conhece entrevistador e entrevistado há tempo suficiente para saber quem conta a verdade. E contribui para essa discussão relatando fatos históricos indesmentíveis, que têm faltado na crônica jornalística do dia a dia nesta época de pandemia. O gabinete do ódio da famiglia Bolsonaro não é uma inovação e o paredón petecomunista “anti-Bial” não vai me deixar mentir.

Pensando bem, a boutade do apresentador seria uma excelente ideia a ser usada para o perfeito funcionamento das nossas instituições, ao contrário do que seria a bolivarianização proposta pelo “mau militar” (apud Geisel) no apagar das luzes do século 20. O que a verdade faria da cruzada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na sua tentativa de desacreditar depoimentos de delatores premiados comprovando os crimes cometidos por Lula para envernizar com juridiquês a vexaminosa higienização da ficha suja do dito cujo? Se Antônio Palocci, que foi ministro da Fazenda do ex-sindicalista e chefe da Casa Civil de Dilma do PT, tivesse sido submetido ao detector de mentiras, continuaria sendo usado cinicamente por advogados de defesa, ministros do “pretório excelso” e outros entusiastas das fantasias garantistas de araque, hein?

A autorização do uso do polígrafo não teria poupado a Polícia Civil do Rio de ter de ouvir duas versões opostas de Tainá Ferreira, babá de Henry Borel, e da empregada doméstica do vereador Jairo Jr. sobre o assassínio sob tortura do menino de 4 anos pelo “Maçaranduba de Bangu”, acusado de chefiar uma milícia? Que tal seria autorizar a tecnologia a detectar os fatos relatados nos votos dos oito ministros do STF que acordaram subitamente para a incompetência de Sergio Moro para julgar o citado Lulinha Rumo ao Centro, após cinco anos de confirmações em todas as instâncias, incluindo as dos próprios “chaveiros de tornozeleiras”?

O que restaria das lives semanais do presidente da República e seus sequazes se os arroubos nelas perpetrados fossem denunciados como mentirosos pelo frio e imparcial aparelhinho, tá OK? Como diria o Cristo, que o apreciador de milicianos Jair (quase Jairo) diz venerar, “em verdade, em verdade, eu vos digo”, a submissão das sessões da Câmara, do Senado e do próprio Congresso não faria os sinais de falta de convicção do que dizem os ditos representantes do povo do alto da tribuna, na qual exercem a sua imunidade, ou seja, impunidade com pê oculto, virar tábula rasa?

Mas este escriba, que nunca viu um polígrafo ao vivo, pode garantir, com certeza absoluta, que quem inventou a polarização, que agora a soi-disante oposição execra, foi o protagonista deste texto, “o cara”, conforme Obama, que também talvez não passasse incólume por uma dose do soro da verdade… Poucos se lembram de que foi o PT que inventou o abismo insondável entre nós e eles, e não a extrema direita, que também não é tão infensa assim ao uso da patranha como método. É que, tal qual a verdade, a memória não é muito popular e benquista no país onde agora a cúpula da Justiça se prepara para condenar o julgador e permitir que um tríplice condenado dispute um pleito no qual talvez se confirme o velho brocardo de bardo segundo o qual quem mentir mais vai chorar menos.

Calma, Centrão de Eduardo Cunha e Arthur Lira! Ninguém aceitará essa ideia do “polígrafo para todos”. No máximo, Planalto, Congresso e Supremo exigirão a prova da verdade inútil apenas dos inimigos antifas.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 19 de abril de 2020)

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Notícias do Magno: “Meu sétimo livro, o segundo de crônicas”

Divulgando o novo livro de crônicas de Magno Martins

“Aos que esperaram e me cobraram: A dor da pandemia, livro que reúne crônicas escritas neste intervalo de um ano da chamada era covid-19, será lançado na próxima segunda-feira, às 19h30, por meio de uma live.

A Dor da Pandemia. Crônicas.Esta primeira edição fica disponível aos leitores apenas no modelo digital. O livro impresso será lançado bem mais na frente, queira Deus, já com a população brasileira 100% imunizada deste mal do século, que nos roubou do convívio diário parentes, amigos, gente famosa, gente anônima, gente rica, gente pobre, enfim, homens, mulheres e crianças de forma indiscriminada.

Sugeri – e meus convidados aceitaram – uma live para haver interação com o público. Participarão os jornalistas José Nêumanne, do Estadão, em São Paulo, prefaciador da obra; e Paulo André Leitão, editor e responsável pela iniciativa.

Uma live bem ampla. Ao seu fim, decretarei (sem ser na forma de lei ditatorial, mas editorial) o início oficial da venda do livro. O preço é simbólico, apenas R$ 10, para cobrir as despesas de edição. Os que se dispuserem a ajudar o escriba saberão na mesma live como utilizar a ferramenta para a compra pela Internet.”

Magno Martins

Saiba mais! Acesso o blog do Magno. Clique aqui.
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magens do “Blog do Magno Martins”


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Artigo no Estadão, hoje, quarta-feira: A maldade banal e seus crimes sem pena

José Nêumanne

Tortura e morte de Henry por Jairo Jr.

são extremo cruel que resulta da omissão geral

A simpatia e os bons modos sociais do vereador carioca Jairo Júnior antes da tortura e morte de Henry Borel, de 4 anos, filho de sua namorada, Monique Medeiros, assim como uma eventual “loucura de monstro”, em nada atenuam as suspeitas do delegado Henrique Damasceno, da 16.ª DP. Seu comportamento anterior à morte do menino ajusta-se ao do nazista julgado em Israel em 1961, como relata Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém: ele é “normal” e seu

0 esta14comportamento, socialmente “desejável”. Os ensaios da filósofa judia, publicados em 1963 pela revista norte-americana The New Yorker, aplicam-se a outro episódio protagonizado pelo ex-filiado ao Partido Solidariedade (terrível ironia!).

Tal fato foi narrado pelo repórter fotográfico Nilton Claudino em texto publicado pela revista Piauí, Minha dor não sai no jornal, em 2011, sob esta linha fina: “Eu era fotógrafo de O Dia, em 2008, quando fui morar numa favela para fazer uma reportagem sobre as milícias. Fui descoberto, torturado e humilhado. Perdi minha mulher, meus filhos, os amigos, a casa, o Rio, o sol, a praia, o futebol, tudo”. Ele, a repórter e o motorista foram delatados por “colegas” da redação do jornal, quando moravam na favela do Batan, em Realengo, sob domínio da milícia à qual é acusado de pertencer o pai do investigado no caso Henry, coronel PM Jairo Souza Santos. Atualmente em prisão domiciliar por causa da covid e de generosa mercê da ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia.

O jornalista registrou que “maconheiros” são justiçados em julgamentos públicos diante da dita comunidade por milicianos. E também a captura da equipe do jornal pelos verdadeiros donos da ordem e da “lei” na periferia do Rio. “Durante a tortura, estávamos lado a lado, eu, a repórter e o motorista. Num quarto escuro, só iluminado por telas de celulares, que usavam para que pudéssemos assistir uns aos outros serem subjugados. O motorista pedia para que eu afastasse escorpiões que subiam por suas costas. Não podia ajudá-lo. Ouvíamos passos de muitos PMs. Tiraram nossos capuzes e substituíram por sacos plásticos, parecidos com os de supermercados. Com eles, produziam asfixiamentos temporários. Mas dava para ver as fardas quando olhava por baixo do plástico.”

O que chamavam de coronel, ou zero-um, tipo de denominação favorita do presidente Jair Bolsonaro para os próprios filhos, deu o veredicto de misericórdia que livrou o trio de “intrusos” da morte. Mas não do opróbrio. O fotógrafo viu-se forçado a separar-se da mulher e dos filhos e viver em esconderijo incerto e não sabido até hoje, 13 anos depois do fato e a dez da publicação de seu testemunho, que não emocionou nenhuma autoridade nem organismos de defesa de direitos humanos. Segundo Claudino, a repórter, não identificada, reconheceu a voz de um vereador que participava das sessões de tortura. Desde então, este foi beneficiado pela anistia dada aos donos das milícias e da política.

Onze anos depois do rapto e a oito da publicação da Piauí, o castelo da impunidade foi reforçado pela reeleição para uma vaga na Câmara Municipal do Rio. Jairo Jr. participou de uma live no Dia da Criança com o então prefeito Marcelo Crivela, e nela declarou: “A gente tem que dar o exemplo e aí isso daí vai levando para nossas gerações, para nossos filhos”, pontificou. Esse discurso desmorona no episódio em que é investigado por tortura e assassinato do indefeso enteado. É que agora encarou uma inesperada muralha de decência contra sua ocultação. O suspeito não desistiu de usar seu poder político. Mas os médicos que constataram o óbito no Hospital Barrador se recusaram a liberar o corpo sem a necessária necropsia do Instituto Médico Legal (IML). E a autoridade responsável por esse órgão público negou-se a liberar o cadáver sem o laudo exigido por lei. O vereador telefonou na madrugada do crime para o governador em exercício, Cláudio Castro, mas este não interferiu. O Partido Solidariedade expulsou-o sumariamente. A Câmara Municipal dá sinais de que poderá cassar-lhe o mandato. A ver.

Certo é que o aviso dado por Hannah Arendt continua valendo para o episódio em si e para todas as manifestações do presidente Jair Bolsonaro e de seu vice Hamilton Mourão a favor de torturas em geral e do torturador Brilhante Ustra em particular. A tortura de qualquer ser humano indefeso, em especial, mas não somente, se for uma criança, e leve ou não a vítima à morte, é crime e covardia indefensáveis para cidadãos “de bem”, ou não, e que professem quaisquer credos religioso ou ideológico. Elogiá-los é a eles se acumpliciarem.

O livro de Hannah Arendt deve nos guiar no bom combate a que se referiu o apóstolo Paulo. Ele ensina que a banalidade do mal é o fenômeno da recusa do caráter humano do homem, alicerçado na negativa da reflexão e na tendência a não assumir a iniciativa própria de seus atos. O ser humano está limitado pela alienação e banalização do mal. No caso não há omissos inocentes. Apenas cúmplices. E ninguém deverá ser poupado, tendo participado por ação, inércia ou omissão.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na Pag.A2 do Estado de S. Paulo da quarta-feira 14 de abril de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Presidente não tem o direito de ser cafajeste

José Nêumanne

Na resposta malcriada a Barroso, do STF, e no diálogo divulgado pelo senador Kajuru, Bolsonaro age como se servisse pinga no balcão de um botequim pé-sujo, não como chefe de governo

Em fevereiro passado, o senador Randolfe Rodrigues protocolou pedido de convocação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a péssima gestão do governo federal no combate à pandemia de covid-19. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, fiel ao chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, e ao apelido que lhe impôs sua atuação deletéria, de Placebo – a substância inócua inoculada para testar o valor das vacinas –, jogou-o na gaveta, usada como túmulo de iniciativas republicanas. Em março, Alessandro Vieira e Jorge Kajuru recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para forçar a convocação da providência, que, conforme a Constituição vigente, acode ao direito de minoria, e não da maioria parlamentar, representada pelo chefe da Mesa, que atua como chefão de bando.

Coube ao ministro Luís Roberto Barroso relatar o pedido. E o fez à luz do conceito constitucional que reserva à maioria o poder de decidir sobre leis e sabatinas para embaixadores e membros do Supremo Tribunal Federal (STF), mas não se pode arvorar em tirania sobre prerrogativas da minoria, que garantem o elementar na democracia. Em 8 de abril, o relator determinou ao chefão da assembleia dos veteranos (Senado tem origem etimológica no termo latino senior, mais velho) que adotasse as providências necessárias para que a comissão seja instalada, encaminhando a decisão ao plenário virtual do pretenso “pretório excelso”. Em 10 de abril, após ouvir seus pares, o presidente do STF, Luiz Fux, marcou a sessão plenária de julgamento da liminar para quarta-feira, 14 de abril. Nada de mais. Nenhum terremoto. Nenhum tsunami de intervenção jurídica. No entanto, o presidente Rodrigo Placebo arvorou-se em comentarista de atos do Judiciário, o que não lhe compete, e a definiu como “inoportuna neste momento em que estamos buscando resultados eficientes no combate à doença”, sem separar o umbu das cascas. Mas se calçou anunciando o óbvio: que não deixaria de cumprir a ordem.

O capetão artilheiro elevou o tom. “A CPI que Barroso ordenou instaurar, de forma monocrática, na verdade, é para apurar apenas ações do governo federal. Não poderá investigar nenhum governador, que porventura tenha desviado recursos federais do combate à pandemia. Barroso se omite ao não determinar ao Senado a instalação de processos de impeachment contra ministro do Supremo, mesmo a pedido de mais de 3 milhões de brasileiros. Falta-lhe coragem moral e sobra-lhe imprópria militância política”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais. Afinal, ele teme o quê, mesmo? E por que se isenta de cumprir sua obrigação?

O capitão, proibido de cursar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao) pelo general Leônidas Gonçalves, ministro do Exército no governo Sarney, por acusação de terrorismo e indisciplina, demonstrou que realmente não preza a democracia nem a própria instituição do Exército Brasileiro. Conforme constatou o autor de Os Militares e a Democracia, Eurico Figueiredo, na série Nêumanne Entrevista, esta semana, no Blog do Nêumanne no portal do Estadão. E sendo assim, como de fato é, não poderia prezar um direito líquido e certo da minoria, que trata como inimiga de guerra. Fê-lo desrespeitando o básico convívio pacífico entre os três Poderes republicanos, segundo pontificou Montesquieu. Trata um ministro da cúpula do Judiciário como se fosse um contendor em conflito verbal, cobrindo-o de insultos, que nos tempos da nobreza levariam a um duelo, se cavalheiro fosse, como Barroso tem mostrado ser, mas ele não.

Afundando no lamaçal moral em que submerge o Palácio do Planalto, sob seu desmando, contudo, a autoridade máxima da república dos ringues foi introduzida na tragédia dos erros por um dos autores da petição acolhida pelo relator, Jorge Kajuru. Num lance digno de pugilato sem regras, este lançou nas redes sociais, não se sabe a que propósito, diálogo travado com o chefão do Executivo, diatribes de compadritos em tramoia de desmiolados. Do papo Kajuru deu-se ao desplante de cortar parte sem explicar por quê. Do que se soube foi possível ouvir que o presidente cobrou do autor da petição a ausência de governadores e prefeitos na investigação da CPI. Bolsonaro disse que Kajuru “tem de fazer do limão uma limonada”. E o interlocutor prometeu esforçar-se.

Nessa conversa nada é respeitado: nem a relação republicana que deve ser estabelecida entre o mandatário maior do Poder que executa e o ocupante provisório do mandato popular para legislar, muito menos a absurda interferência dos dois na alçada do magistrado do órgão máximo de um Poder autônomo. Ambos incorreriam, numa República que merecesse o respeito da cidadania e paga os vencimentos de ambos e de seus séquitos de servidores fiéis, em quebra de decoro, que até os delinquentes do crime organizado respeitam em suas organizações. Que Bolsonaro e Kajuru deem um mínimo de atenção aos conceitos elementares da civilidade seria ingênuo exigir. Um “cidadão de bem” – que não figure no gado bolsonarista, que permite tudo a seu pastor, nem nos seguidores do populismo rasteiro do senador – deveria esperar é que os “pais da Pátria”, como ambos sustentados pelo suor vertido pelos cidadãos assolados pela pandemia, agissem, Para lembrar ainda que, em sua pretensa  mineirice, o presidente do Senado teria a obrigação de cobrar o mínimo de decoro de um governante e um representante do povo que não se comportam à altura dos votos que tiveram e aos quais recorrem para impedir a interrupção de seus mandatos. Nenhum deles pode dar-se ao luxo da cafajestice impune.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 12 de abril de 2021)

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