Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

Política


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Artigo no Estadão desta quarta-feira: Populismo contra o povo do mentiroso preguiçoso

José Nêumanne

Expoente da direita estúpida ajudou

a tornar Lula elegível por prever que o derrotará

Em 8 de abril de 2020, Jair Bolsonaro traçou, em cadeia de rádio e TV, as linhas gerais de sua conduta no comando do combate à pandemia da covid-19: receitou cloroquina ineficaz, pregou reabertura do comércio, condenou o uso de máscaras, inculpou prefeitos e governadores por medidas de restrição à circulação de pessoas como forma de evitar o contágio da doença e ainda citou o que o diretor da Organização Mundial da Saúde, de fato, não disse.

Em 18 meses de guerra da Pátria, que ele nunca provou amar, contra o contágio do vírus, chegando perto de 600 mil baixas, muitas delas que poderiam ter sido evitadas, presidiu o populismo contra o povo. Daí 53% dos entrevistados pelo Ipec terem achado sua gestão “ruim ou péssima”. Apesar de bater recorde e ultrapassar a metade, o índice não reflete a dimensão de seu desastre. Após ter festejado a previsão de retomada da economia, pálida, segundo a previsão do Focus (mais 1,88%), a nova fica abaixo de 1%. Enquanto países desenvolvidos crescem aproveitando o êxito de isolamento, uso de máscara e vacina, o tríduo desprezado por seu negacionismo de resultados arrebanha fanáticos seguidores, calculados em 11% da população pelo diretor do Datafolha, Mauro Paulino.

No Estadão, Marcelo de Moraes registrou o marco dos mil dias com duas constatações: “O índice de inflação exibe uma alta de 9,68% em 12 meses até agosto. Já a Pnad Contínua, que registra o movimento da economia informal, mostra 14,8 milhões de desempregados até o meio do ano.” É sabido que a inflação dos mais pobres ultrapassou dois dígitos. Carlos Madeiro relatou, no UOL, que, desde o início da atual gestão, pelo menos 2 milhões de famílias caíram para os níveis de extrema pobreza (renda per capita de até R$ 89 mensais), “pessoas que vivem nas ruas ou em barracos e enfrentam insegurança alimentar recorrente”. E mais: “o número de junho, por sinal, é o maior de famílias na miséria desde o início dos registros disponíveis do Ministério da Cidadania – desde agosto de 2012 – e representa 41,1 milhões de pessoas.” Mas ele não dispensa a pose: “Eu avisei”, berra em lives e comícios ilícitos.

No Globo, Miguel de Almeida atribuiu ao chefe do Executivo a pecha de “pé-frio”, que, segundo o etimologista Deonísio da Silva, se inspira em baixa temperatura de cadáver. Os indícios são fortíssimos. A pandemia, que ele apelidou de “gripezinha”, é o tema principal da única oposição digna dessa definição no cenário republicano atual, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado. Seus sete membros majoritários usarão documento de juristas, escrito sob a liderança do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr., e lhe atribuíram sete crimes com possibilidade de abertura de processo de impeachment pela Câmara dos Deputados: contra a saúde, a administração e a paz públicas e a humanidade, infração de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação.

A má fama da pandemia da covid pode superar as pragas do pesadelo do faraó do Egito explicado por José. A crise hídrica, que faz o desgoverno do capitão das malícias aumentar a níveis imorais a tarifa da luz, não resulta de sua incurável falta de vontade de trabalhar. Mas a verdade completa é que os caprichos do preguiçoso que tem ódio mortal ao trabalho anabolizam os efeitos do vírus e da seca porque ele não adota atitudes que gestores laboriosos e responsáveis tomariam em seu lugar. Como lembrou o epidemiologista Gonzalo Vecina, no Dois Dedos de Prosa no blog do Nêumanne no portal do Estadão, ele manteve a obra nefasta da passagem devastadora de seu líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, no Ministério da Saúde no governo Temer, seu escriba de falsa pacificação. Ele também esperou que São Pedro mandasse chuva para evitar a seca nos reservatórios e não preparou o País para a crise.

“Mil dias sem corrupção”, apregoam seus seguidores desde a segunda 27. Não é o que revelará o relatório de Renan Calheiros na CPI. Nem o Ministério Público do Rio, que repetirá no gabinete do filho Carlos, dito eleitor único de sua vitória em 2018 pelo áulico secretário-genro das Comunicações, Fábio Faria, a devassa das traquinagens do coleguinha paraquedista Fabrício Queiroz sob a gestão irresponsável do primogênito Flávio na Alerj. A maior prova da falácia é a demolição sistemática e brutal feita com parceiros parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal do combate ao furto do erário realizado pela Operação Lava Jato e pelo ex-juiz Sérgio Moro. Ele tornou Lula elegível por achar ser este o mais fácil a derrotar. Ao nomear Augusto Aras procurador-geral da República para derrubar pedra sobre pedra as conquistas do combate à corrupção, que exaltou falsamente para sair vitorioso na campanha eleitoral de 2018, o péssimo cristão, que cultua morte e mentira, e não vida e verdade, Jair (nada messias) Bolsonaro, a serviço do Centrão de Arthur Lira e do patrimônio imobiliário dos filhos, finge-se de Dimas, à direita do Cristo na cruz, para servir a Simas, o mau ladrão, à esquerda de Jesus.

*Jornalista, poeta e escritor

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique aqui.


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No Blog do Nêumanne: Bolsonaro não para de matar e mentir

José Nêumanne

Após mandar à Câmara texto de MP devolvida como projeto de lei, presidente comeu pizza na calçada para desmoralizar vacina e diz estar economizando com comitiva de 15 para mentir na ONU

O presidente Jair Bolsonaro teme ver os filhos 02 e 04 assim como a segunda ex-mulher, Ana Cristina Valle, encalacrados em processos de crimes. E mandou ao Congresso uma medida provisória (MP) para dificultar o bloqueio de mentiras nas redes sociais. Este foi o resultado de a famiglia presidencial ter feito da patranha deformação retórica da liberdade de expressão. Onze dias depois, pressionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo procurador-geral da República, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolveu, nela achando ofensa à Constituição.

No domingo seguinte, 19 de setembro, encaminhou à Câmara dos Deputados texto de projeto-lei idêntico ao recusado pelo Senado. Sabe-se que MP derrotada não pode ser repetida no mesmo exercício. Mas se trata de um projeto de lei, de tramitação mais lenta, ou seja, com tempo para convencer o eleitorado disposto a votar nele em outubro de 2022 (22%, segundo a recente pesquisa do Datafolha, 11% de “bolsonaristas de raiz”, conforme o pesquisador Mauro Paulino) a não permitir a entrada da tal terceira via na disputa com seu adversário favorito (e vice-versa) Lulinha Mensalão da Silva. Ato contínuo, embarcou para cumprir a missão de todo presidente brasileiro de discursar na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, à qual levou comitiva de 15 pessoas à custa de famintos, contingente crescente com a pandemia nestes rincões.

Bolsonaro entrou no hotel que lhe foi reservado pela porta dos fundos para não ser humilhado por manifestantes chamando-o de “genocida” na porta da rua. Já houve no Brasil próceres mais ousados e elegantes. O condestável do governo do marechal Hermes da Fonseca, Pinheiro Machado, ao se deparar com uma manifestação de estudantes à porta do Hotel dos Estrangeiros, onde morava, no Rio, ordenou ao chofer que atravessasse a turba não tão veloz para não parecer poltrão nem tão lerdo para não revelar temor. Deu certo. Ulysses Guimarães empurrou um coronel e afastou as baionetas da PM baiana que, sob as ordens do governador Roberto Santos, ilustre ex-reitor da UFBA, tentou barrar sua caminhada com 400 homens armados, 30 viaturas e dezenas de cães das 14 às 20 horas. Só assim compareceu ao comício do MDB que presidia, ao lado de companheiros como o mineiro prudente, mas não covarde, Tancredo Neves, que me contou o inusitado de pronunciarem discursos violentos para o público limitado à soldadesca. Os meios de comunicação ecoaram suas palavras: “Violência estúpida, inútil e imbecil”.

A ceia de Bolsonaro foi pizza na calçada. Entre escudeiros escolhidos para o repasto estava Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal e conviva habitué de suas lives noturnas de quintas. Secretamente, a dupla deve ter comemorado a carta manuscrita do sogro do executivo, Leo Pinheiro, da OAS, contando que sua confissão de corruptor fora forçada pela Lava Jato e Sérgio Moro. A seu lado no flagrante, o general Luiz Eduardo Ramos fora apelidado por Ricardo Salles, ex-ministro do Mau Ambiente, de “Maria Fofoca”. No domingo 19, o intérprete de Mário Fofoca, Luis Gustavo, Tatá, morria em São Paulo.

 À esquerda do capitão, fez pose o ministro do Turismo, Gilson Machado, sanfoneiro do grupo Brucelose, nome de febre bovina da qual o rebanho brasileiro foi declarado imunizado. Marcelo Queiroga, general Pazuello do bisturi, deixara no Brasil o vexame de não ter obedecida por ninguém sua ordem de não vacinar adolescentes sadios. A ordem partira do capitão das malícias, após tomar conhecimento de futrica disseminada na Rádio Jovem Pan por uma ex-jogadora de vôlei que mora nos EUA. O secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, e o last but not least (“os últimos serão os primeiros”, reza o Evangelho) ministro da Justiça, Anderson Torres, prova bípede de que o ex-juiz Sérgio Moro tinha razão ao denunciar a interferência política pelo chefe do Executivo na PF.

A semana nem terminara quando ficou claro que a missão de paz do ex-presidente Michel Temer, segundo quem bastava um telefonema que ele patrocinaria do relator das misérias de famiglia e ex-famílias do você pode “Jair” se preparando para sair de cena e aí reinaria a paz entre os Poderes da república dos insensatos. Inglória vã! Enquanto o antecessor gargalhava ante excepcionais imitações do pupilo rebelde por André Marinho do capitão, do antecessor e de opositores como Ciro Gomes, o guerrilheiro do negacionismo negocista bombardeava todas as pontes que o telefonema não construiu com o ministro do STF Alexandre de Moraes. A MP da mentira autorizada, devolvida pelo Senado e feita lei da farsa celebrada para a Câmara do fâmulo Lira, e a defesa anunciada , do marco temporal das demarcações indígenas pelo alvo dos manifestantes da palavra de inflexão indígena Manhatã, da lavra do poeta maranhense Joaquim de Sousândrade.

Afinal, no Brasil da pizza pronta, economizar o dinheiro escasso do povo para desrespeitar leis sanitárias do país cujo presidente não reconhece (julgando que este teria fraudado as urnas) é o símbolo menos alentador  do atentado contra mais de 590 mil brasileiros mortos. Sabe o slogan da campanha publicitária da falsa dicotomia entre vida e emprego, que seu assecla Fábio Faria tinha bolado para o combate à pandemia do terrorista das bombas nos quartéis? “O Brasil não pode parar”. Sim, é claro. Ficou faltando o complemento: de mentir e de matar. Como lembrei na entrevista em que o jurista da CPI, Miguel Reale Jr., resumiu seu trabalho com a conclusão de que Bolsonaro usou a covid para exclusivos fins eleitorais. Batata, batuta!

*Jornalista, poeta e escritor


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No Estadão desta quarta-feira: “Espelho meu, haverá alguém mais indesejado do que eu?’

José Nêumanne

Para recuperar a paz que jogou no lixo

Bolsonaro recorreu a Temer, o impopular do Brasil

Em 8 de setembro, um dia após bolsonaristas terem ocupado ruas do País e sequestrado o verde-amarelo (apud José Murilo de Carvalho), que a soit-disant oposição lhe presenteou, Jair Bolsonaro parodiou a rainha má perguntando ao espelho: “Haverá alguém mais impopular do que eu?”. Sem resposta dela nem dos sete anões, telefonou ao general Augusto Heleno, que questionou o coronel João Baptista Lima, da PM de São Paulo, e obteve a resposta: “Temer”. Batata, retrucaria, se fosse Nélson Rodrigues. De fato, o antecessor bateu recorde de impopularidade em junho de 2018, com 82%. A própria rejeição, também segundo o Datafolha, foi de 51%, em julho de 2021. “Bateu na trave”, suspirou. E ordenou: “Liga pro Michel, tá o.k.?”.

Até aqui é tudo ficção. Como inteirinha falsa foi a campanha presidencial de 2018, vencida sem que o candidato do PSL participasse de sequer um debate com adversários e dispusesse de ínfimos segundos na propaganda eleitoral. Nesta, aliás, apenas mentiu descaradamente e se comprometeu com o que jamais cumpriria. Absolutamente verdadeiro é que, na semana em que fez mais uma promessa que não pagaria a Belzebu, o chefe do Executivo recorreu ao antecessor para pregar outra patranha: a de que não cumpriria ordens do relator dos processos que pode chamar de seus no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Então, Michel pai ocupou a única cadeira de um jato da FAB movido a querosene pago pelo deserdado pagador de impostos com a companhia isolada de uma folha de papel em que Bolsonaro assumiria a versão presidencial de sua “escolha de Sofia”, com a dúvida sobre que lorota negaria antes: mandar as ordens da Corte para as cucuias ou atuar dentro de quatro das inúmeras linhas da Constituição, mandada às favas, juntamente com os escrúpulos, pelos chefões de todos os Poderes?

Assim, a solidão do ex com a nota das mesóclises evitadas no colete tornou-se o símbolo de inaceitável desaforo de dois chefes de Estado, um ex e outro que se prepara para também vir a sê-lo, cometido contra a bolsa rasgada do cidadão. Mais do que o despoderado feito escriba da nota de salvação, que o exibiu à patuleia, uma vez mais humilhada, sua súbita, surpreendente, inesperada e inusitada tarefa de socorrista das instituições é o retrato do escabroso descaso dos homens públicos em relação ao público propriamente dito. A expressão deve ser entendida, pois, como metáfora da que define a profissão mais antiga… Ou seja, o detentor teórico e retórico do poder é a ficção mais absurda. A menos que o verbo constitucional emanar seja uma peça de péssimo gosto do despudor de políticos como o senador Marcos Rogério, arauto de negociatas de vacinas na CPI da Covid.

O povo, que não apoiou Bolsonaro no dia 7, ao contrário do que apregoam seus bajuladores, deu uma notória banana a quem convocou atos pelo impeachment do mandrião, cuja maior mentira é afirmar que governa o Brasil. Mas ainda não trabalhou um segundo sequer no emprego mais importante da república do faz de conta. E confessa com a maior caradura ao repetir que nada tem que ver com quase 600 mil mortos pela covid-19, 14 milhões de desempregados, a fome dos deserdados, a inflação de dois dígitos, a crise hídrica (negando-se até a alertar). Numa metáfora macabra do número sete, segundo o vulgo conta de mentiroso: o tudo que virou nada no Dia da Independência, o preço da gasolina na bomba, o aumento de 7% do gás de cozinha, etc.

Já é hora, pois, de substituir o lema “ordem e progresso” da bandeira positivista da República pelo “me engana que eu gosto” do autogolpismo negacionista e negocionista atual. Como relatou com simplicidade e sabedoria o filósofo e economista Eduardo Giannetti da Fonseca no clássico Auto-engano. E explicou com profunda clareza na entrevista que reproduzo no Blog do Nêumanne no portal do Estadão. “Bolsonaro promete descumprir ordens judiciais, mas não as descumpre na prática”. Ou seja: ruge como o leão da MGM, mas age como o ratinho esperto Jerry, escondido no buraco pelo qual não passa o gato Tom.

O capitão-terrorista prepara-se para superar todos os futuros colegas ex-presidentes quando passar o bastão adiante em violação da compostura do cargo máximo. Fernando Henrique atua como peru de pôquer, dando palpite sem assumir responsabilidade. Lula disputará a Presidência atropelando as fartas provas de sua atuação no maior escândalo de corrupção da História. Dilma beijará a mão do ex-chefe após levar uma surra vergonhosa na eleição ilícita que disputou para o Senado em Minas mercê de mimo do então presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

E Temer patrocinou o conchavo sigiloso ao telefone entre o indiciado em quatro processos do STF e um no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o relator deles, Alexandre de Moraes. Cúmplice da decisão espúria de parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, acusado de conversar com procuradores. Mas demolidores do óbvio ainda chamam a tríplice aliança telefônica de “diálogo entre Poderes”. Que só pode ter sido, se tanto, um acerto obsceno entre campeões do cinismo implícito.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo na quarta-feira 15 de setembro de 2021)

Para ler no portal do Estadão clique aqui.


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No Blog do Nêumanne: Mentira virou lei na república de Bolsonaro

José Nêumanne

Jurista ilustre da USP protagoniza vídeo falso “encantado” com manifestação bolsonarista e jornalista respeitado faz documentário pondo em dúvida veracidade de facada de Juiz de Fora

A notícia autêntica mais recente sobre a atividade do professor da respeitável Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Modesto Carvalhosa dá conta do lançamento de seu livro Uma nova Constituição para o Brasil – de um país de privilégios para uma nação de oportunidades. Muitos admiradores de suas críticas firmes e independentes à corrupção do PT e seus aliados, assunto em que pontifica com autoridade, e às arbitrariedades anticonstitucionais do Supremo Tribunal Federal (STF), constituído para zelar pela ordem jurídica, se assustaram com sua mais recente aparição nas redes sociais. Remetente anônimo divulgou no WhatsApp vídeo com pronunciamento de sua lavra admitindo o aval popular a arreganhos fascistoides do presidente Jair Bolsonaro. E, por conta disso, adotando as teses mais estapafúrdias deste.

 Seria absurdo, se não fosse falso. Qualquer pessoa que tenha alguma vez na vida ouvido um “bom dia” do mestre já saberia, por não ter reconhecido sua voz, que se tratava de um produto da modalidade das fake news. Isso evidentemente não bastaria. E o lesado, avisado por muitos de seus conhecidos, tratou de desmentir o conteúdo em post de sua autoria em suas contas disponíveis no mundo virtual, em tom duro e assertivo. Mas ele próprio sabe que isso seria insuficiente. Advogado profissional de militância notória no combate à corrupção, setor em que atua com autoridade e desenvoltura, ele procurou meios legais para interromper a falsidade imediatamente. E qual não foi sua surpresa ao se deparar com um obstáculo inesperado: foi alertado por um desses filtros de verificação de veracidade no universo virtual e nada virtuoso de que uma medida provisória (MP) da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, em vigência desde a segunda-feira 6 de setembro, passou a manietar redes que tentem deter a circulação de patranhas como aquela.

O cinismo absurdo ganhou fumaça de péssimo, mas institucional, direito com texto divulgado pela Advocacia-Geral da União (AGU) em resposta ao ultimato apresentado na quinta-feira 9 de setembro pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber. Num palavreado vago e sem citar nenhuma fundamentação jurídica, o órgão argumentou que as tais mudanças constituem “medidas necessárias, adequadas e proporcionais para resguardar a fruição e o exercício, pelos usuários de redes sociais, de direitos fundamentais como liberdade de expressão, ampla defesa, devido processo legal”. No universo que respeita o Direito havia a expectativa de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveria o texto ao remetente pela razão óbvia inicial de falta de urgência e relevância, condições exigidas para a existência de uma MP.

No entanto, isso não ocorreu. O “boneco de Olinda”, que oscila como biruta de aeroporto em relação aos pedidos e ordens absurdas do Palácio do Planalto, que comprou votos de senadores com emendas parlamentares para chegar à presidência do Senado e, consequentemente, do Congresso, agiu de acordo com sua natureza, mas contra a lógica, a lei e o pudor. Tratando a Casa dos “mais velhos” como se fosse um grupo escolar, decretou feriado da “semana da Pátria”, em teoria para evitar uma guerra entre Judiciário e Executivo, cancelando sessões da CPI da Covid, que desagrada ao capitão de malícias, e paralisando o funcionamento das assessorias da Casa, que não se furtaram, ainda assim, a apontar para as óbvias inconstitucionalidades contidas na providência. Até a assessoria jurídica do Ministério do Turismo, chamada a manifestar-se na espera de que avalizasse o poderoso chefão, admitiu o óbvio: o texto, tal como publicado, limita a remoção de fake news, desinformação e conteúdos de ódio em redes sociais. No caso, o óbvio ulula. Pois a defesa da liberdade de expressão usada para atribuir a terceiro opinião oposta à da vítima chega a ser inédita em matéria de escárnio. À espera de que o “boneco de Olinda” cumpra o que insinuou, a honra e a reputação intocável do atingido seguem atingidas de forma irremediável até que lhe sejam devolvidas.

No último fim de semana, outro assunto mereceu a atenção de muitos interessados na questão das mentiras à Goebbels do desgoverno do capitão artilheiro. O jornalista Joaquim de Carvalho divulgou no site 247, em que assina uma coluna, um documentário meticuloso, no qual levanta dúvidas consistentes sobre a facada de que o candidato eleito em 2018 se diz vítima por um ex-militante do PSOL em comício em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018, durante a campanha. Depois que a OAB, presidida por Felipe Santa Cruz, petista, portanto interessado em garantir presença de Bolsonaro no segundo turno em 2022 para facilitar triunfo de seu candidato, Lula, impediu que se investigasse quem pagou os advogados grã-finos do pobre agressor, Adélio Bispo, dado essencial para a apuração completa dos fatos.

A estranheza ganhou corpo quando se tomou conhecimento de que a defesa da eventual vítima, na pessoa do lobista Frederick Wassef, perdeu bisonhamente o prazo do recurso contra a decisão do juiz da comarca da cidade mineira de confirmar a teoria da Polícia Federal de que o agressor seria um “lobo solitário”. O documentário, de um jornalista com currículo respeitável, tendo sido subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos, e ganho os Prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa), poderá servir de pista para o deputado Alexandre Frota apontar razões para convocar CPI a respeito da facada, apelidada de fake-ada desde que sua colega Joice Hasselmann contou ter ouvido de Bolsonaro: “se eu levasse facada, ganhava a eleição”.

*Jornalista, poeta e escritor

 (Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira, 13 de setembro de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Boa lição da Anvisa a Bolsonaro

José Nêumanne

A agência agiu corretamente ao suspender Brasil X Argentina, punindo malandragem em nome de falso espírito esportivo, e presidente deveria parar de dar mau exemplo e obedecer à lei sanitária

A interrupção do jogo entre Brasil e Argentina pode ter sido um péssimo negócio para as confederações de futebol dos dois países e emissoras e anunciantes envolvidos no evento. Mas, do ponto de vista da higidez das instituições republicanas, merece uma comemoração de campeonato, há muito tempo disputado, mas nunca conquistado. Ao confirmar o milenar dístico latino – dura lex sed lex (a lei é dura, mas é a lei) –, pôs no devido lugar atravessadores de um grande negócio mundial – o futebol –, que se aproveitam da paixão popular para se darem bem, nem sempre usando meios legítimos e muitas vezes abusando de privilégios.

Urge aproveitar as lições dadas e aprimorar a impessoalidade e a verdade, sob cuja égide devem viver as instituições que garantem o bom e velho Estado de Direito. A obediência à regra sanitária que inspirou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não deve ser condenada, mas imitada. Tudo partiu da desobediência de uma delegação de visitantes estrangeiros, que desafiaram portaria, assinada por três ministérios – Justiça, Saúde e Casa Civil –, dando à agência reguladora poder de fiscalizar e punir para proteger a população do País da possibilidade de contágio pela covid-19; e, para tanto, apelaram para conceitos incapazes de desafiarem o primado da proteção à saúde e à vida.

É possível questionar, mas nunca desobedecer, a inclusão do Reino Unido, ao lado de Índia, África do Sul e Irlanda do Norte, entre os países cujos cidadãos são obrigados a cumprir quarentena de 14 dias ao chegarem a território brasileiro para quaisquer fins. A afirmação do presidente da Associação de Futebol Argentina (AFA), Claudio Tapia – “O que aconteceu hoje é lamentável para o futebol, é uma imagem muito ruim. Quatro pessoas entraram para interromper o jogo para fazer uma notificação e a Conmebol pediu aos jogadores que se dirigissem ao vestiário” –, é absurda, cínica e mentirosa. Pois incidente similar ocorreu em Salvador, em 4 de maio, quando 11 jogadores do Independiente foram testados positivos e os 36 membros da delegação, autuados pela Anvisa,  atuaram normalmente. Pois a agência dispõe de poder de polícia em assuntos sanitários, mas não de instrumentos de força para fazer cumprir suas decisões. E a Polícia Federal (PF) não agiu como deveria. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) não puniu o clube portenho, mantendo uma antiga tradição de impunidade no que se refere a interesses de clubes portenhos. A reação do Independiente foi definida pelo zagueiro Juan Manuel Insaurralde: “Não encontramos explicação para os maus-tratos que recebemos no Brasil”. A reação da AFA agora, como se se tivesse surpreendido com a repetição do episódio com a seleção nacional, a supera em cínico surrealismo.

Assim como o fez nossa Polícia Federal, que desconheceu a exigência da portaria multiministerial e não impediu o desembarque da delegação com quatro signatários de um relatório afirmando que não haviam passado pelo Reino Unido, onde moram e atuam, nos 14 dias anteriores. Depois do incidente, que obrigou o diretor da Anvisa Alex Machado Campos a interromper o jogo com cinco minutos de bola correndo, a PF, cuja inépcia foi desconsiderada pelo presidente da Anvisa, Barra Torres, colecionou falhas. Os membros da delegação que deveriam cumprir quarentena no hotel treinaram na véspera, foram para o estádio, três deles jogaram e o quarto foi relacionado para a partida. De volta à Argentina, quando tiveram a fuga protegida pelo embaixador Daniel Scioli, agora respondem por crime de falsidade ideológica, por terem mentido em documento oficial. Embora a declaração não tenha sido assinada por eles, mas por outro membro da delegação, Fernando Ariel Batista.

Milton Neves, apresentador do programa Terceiro Tempo, da Band, registrou no Twitter: “Lei é Lei! Anvisa acertou e acerte tb, Bolsonaro! Ponha máscara e vacine-se URGENTE, cumprindo a Lei do Bom Senso. Afinal, nos seus 30% de eleitores, vc tem milhares de admiradores sem máscara e que não aceitam a imunização porque vc teima contra o melhor time do mundo: a Vacina FC!”.

De fato, a notória desobediência dos futebolistas argentinos às normas sanitárias brasileiras repete hábitos condenáveis do presidente da República, amaldiçoando vacina e máscara, que ostensivamente não usa, promovendo aglomerações e inventando o primado do negócio sobre a vida. Com a pretensão de turbinar a economia, o que, aliás, não consegue. Além disso, ele pratica ostensivamente a charlatanice, ao prescrever remédios comprovadamente ineficazes para um tal “tratamento precoce”, que a medicina não reconhece.

Aos argumentos histéricos da direita estúpida, que imita o chefe do Executivo, os autênticos vilões do grotesco episódio violaram totalmente regras básicas do espírito esportivo e, agora, apelam para o nobre princípio para justificarem o desrespeito à competição e, principalmente, às duas torcidas. A presença de Lionel Messi, travestido de repórter fotográfico, após haver avalizado a ilegalidade da equipe, da qual é capitão, é o ícone grotesco de um negócio nem sempre limpo, sob qualquer aspecto, como tem sido o futebol de Fifa, Conmebol e CBF. A nota do Ministério da Saúde, apoiando a atitude da Anvisa, é um bom sinal de que existe uma luz no fim do túnel da malandragem da ilegalidade futebolística. Falta, agora, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado investigar e recomendar a punição, se for o caso, da conivência do desgoverno federal com a malandragem dos compadritos de AFA, Conmebol e CBF. Náusea!

*Jornalista, poeta e escritor


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No Estadão desta quarta-feira: Bolsonaro não é louco, mas um estúpido coerente

José Nêumanne

Disparates sem sentido do presidente

fazem parte de seu projeto de matar para mandar

“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse o presidente da República, em 27 de agosto, para fãs que se reúnem diariamente à espera da ocasião propícia para bajulá-lo.

É comum atribuir suas patacoadas sem nexo a impulsos de insanidade. Muita gente boa e lúcida propõe convocar uma junta de psiquiatras para decretar a interdição de Jair Bolsonaro. Isso condiz a lógica, porque, ao longo de sua vida de mau militar e parlamentar em ócio permanente, ele nada produziu de útil.

De farda, resumiu sua passagem pela caserna a reclamar de baixo soldo. Sob acusação de terrorismo por ter planejado atentados à bomba em quartéis e numa adutora do Guandu, como expôs o repórter Luiz Malouf de Carvalho no primoroso livro O Cadete e o Capitão, foi convidado a cair fora da vida militar, que resumiu numa frase dita em Porto Alegre em 2017: “Minha especialidade é matar, não é curar ninguém”.

Em 30 anos de política, como vereador no Rio e deputado federal, sua improdutividade parlamentar facilitou a narrativa com a qual venceu a disputa pela Presidência em 2018: a de nunca ter sido um político de verdade. De sua passagem pela Câmara deixou duas obras: uma é o projeto da “pílula do câncer”, em parceria com o médico e sindicalista do PT Arlindo Chinaglia, sancionada pela petista Dilma Rousseff, outra personagem do folclore do absurdo infeliz. A segunda, o voto pelo impeachment da ex-guerrilheira, em que saudou como herói o torturador e assassino Brilhante Ustra, acusado de tê-la torturado. Em ambos os casos, elegeu a covardia e uma aparente contradição. Neste caso, será útil lembrar que cumpriu o que sempre quis na vida pública: amealhar patrimônio pessoal, garantir a própria impunidade e deixar uma polpuda herança para o pagador de impostos sustentar sua prole. Os “rolos” imobiliários do filho senador e do adolescente festeiro, de um descaramento atroz para pagadores das contas da famiglia, são evidências que talvez Nelson Rodrigues preferisse definir como “atordoantes”, em vez de “ululantes”.

A provocação à la Maria Antonieta do “não tem feijão, compre fuzil” é a versão armada da dicotomia que engendrou no início da pandemia de covid-19, ao opor à mortandade pelo novo coronavírus o primado da economia sobre a vida. Em março de 2020, expondo-se sem máscara na periferia de Brasília, ele disparava sua artilharia contra a ciência: “Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Tomos nós iremos morrer um dia”. Em fevereiro de 2021, previu o que mais parecia um desejo oculto de quem cultua a morte: “Vamos conviver com o vírus a vida toda”. Sobre mais de meio milhão de cadáveres empilhados à espera de sepultamento saiu-se com algo ainda mais desumano: “Não sou coveiro”. E era.

Por mais severa que a realidade seja, ao superar sua retórica fúnebre, Sua Insolência a tem enfrentado com a coerência do “contra os fatos há seus argumentos”. Sua fidelidade aos caçadores, garimpeiros ilegais, desmatadores de biomas e outros aliados não cede à transformação da pitoresca hinterland brasileira numa encenação real de um longínquo Oeste sem lei, como no começo da semana em Araçatuba, num assalto a mãos armadíssimas com três vítimas de morte. Nem à apreensão de dez fuzis escondidos no painel, no banco traseiro e nos pneus de estepe de um carro na Via Dutra, em Guarulhos. A realidade é apenas uma “idiotice” a mais na coerência de quem já foi contra o voto impresso fraudado. Em 1993, o então deputado federal de primeiro mandato Jair Bolsonaro (à época no PPR-RJ) participou de um evento no Clube Militar, no Rio de Janeiro, para definir estratégias para a “salvação do Brasil”. Na ocasião, o capitão da reserva defendeu a informatização da apuração dos votos. O oposto do que prega agora.

No texto O projeto de Bolsonaro é um projeto de família, no Globo, Carlos Góes citou Filipe Campante, professor da Universidade Johns Hopkins, ao explicar, com realismo, as contradições entre os desejos do eleitor e as plataformas do chefão de nossa direita populista estupefaciente. “Tanto no caso do distanciamento social quanto no caso do longo atraso na compra das vacinas, o presidente teve posturas que se afastaram do desejo da maioria da população. Essas posturas eram, contudo, populares na sua base de apoiadores mais radicais. Embora reduza seu prestígio e sua própria probabilidade de reeleição, essas sinalizações tornam sua base mais fiel e podem garantir extração de renda futura para seus próprios filhos. Não no topo da pirâmide política, mas no baixo clero – espaço que a família ocupou por muito tempo. Mais do que um projeto de poder ou um projeto de país, o objetivo racionalizável parece ser usar o poder e o país para um projeto de família: uma nepocracia.”

Oscar Wilde constatou que “a coerência é a virtude dos imbecis”. Talvez mais do que louco, Bolsonaro seja coerente com seus planos. Portanto, basta! Xô! Fora!

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo de quarta-feira 1 de setembro de 2021)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique aqui.

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