Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

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Comentário no Jornal Eldorado: Dane-se o eleitor!

Apesar de não ter conseguido transferir o relatório sobre os pedidos de impugnação da candidatura de Lula do PT à Presidência da República do sorteado Luís Roberto Barroso para Admar Gonzaga, que julgava outros quatro, pois a presidente do TSE, Rosa Weber, deixou mesmo todos os casos com o colega do STF, sua defesa pelo menos obteve do encarregado o compromisso de cumprimento de todos os prazos. Só isso empurra o julgamento definitivo no TSE para plena campanha eleitoral, o que provocará confusão jurídica e informação desencontrada, o que não atende ao direito do cidadão de ser informado com clareza sobre em que candidatos poderá votar. Ou seja, para o PT, dane-se o eleitor!

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na segunda-feira 20 de agosto de 2018, às 7h30m)

Para ouvir clique no link abaixo e, em seguida, no play:

https://soundcloud.com/jose-neumanne-pinto/neumanne-200818-direto-ao-assunto

Para ouvir no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique no link abaixo:

https://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/dane-se-o-eleitor/

Abaixo, os assuntos do comentário da segunda-feira 20 de agosto de 2018

1 – Haisem – Algum dos sete pedidos de impugnação da candidatura de Lula à Presidência da República que estão para ser relatados pelo ministro Luis Roberto Barroso no Tribunal Superior Eleitoral tem chance de sucesso antes que essa candidatura se imponha como fato consumado?

2 – Carolina – O Estado brasileiro corre algum risco de punição pela Organização das Nações Unidas se não cumprir o que se divulgou de permitir que o ex-presidente petista concorra mais uma vez à eleição presidencial em outubro próximo?

3 – Haisem – Que influência ainda tem o ex-deputado Eduardo Cunha de influir, como parece pretender, na eleição presidencial, seja quando apóia que Lula seja libertado para “derrotá-lo nas urnas”, seja ao se dizer alinhado à campanha de Henrique Meirelles, daquele que, por sinal, ainda é seu partido, o MDB?

4 – Carolina – Por que até agora nos debates entre candidatos à Presidência da República na televisão a responsabilidade de Lula, do PT, de seus aliados e até da oposição omissa e conivente pelo maior escândalo de corrupção da História não é debatida como deveria sê-lo para que o eleitorado seja informado desse fato histórico de alta relevância para todos?

5 – Haisem – Quando decidiram por 7 a 4 propor reajuste para seus próprios vencimentos em 16%, os ministros do Supremo Tribunal Federal, que inspiraram a mesma iniciativa também tomada pelo Ministério Público Federal, não tinham consciência de que a providência é ilegal porque eleva despesas além do teto, como aponta parecer da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, publicado ontem no Estadão?

6 – Carolina – Não seria o caso de os ministros do Supremo Tribunal Federal que ainda têm juízo e vergonha prestarem atenção e levarem a sério a advertência feita pelo ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega dos terríveis efeitos deletérios, inclusive retroativos, da liminar que o colega deles Ricardo Lewandowski deu sobre a privatização de estatais e suas conseqüências em nossas desastrosas contas públicas?

7 – Haisem – Levantamento feito pelo Estadão resultou na reportagem que resultou chamada no alto da primeira página de hoje dando conta que “desequilíbrio entre Estados aumenta no Congresso”. Quais são os efeitos indesejáveis que, na sua opinião, essa constatação produz na nossa democracia à brasileira?

8 – Carolina – Qual foi a notícia cultural que mais lhe chamou a atenção no noticiário cultural do Estadão neste fim de semana?


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Nêumanne entrevista Augusto Nunes

Augusto deixou Roda Viva por não aceitar interferências políticas

Jornalista conta que decidiu não renovar contrato com TV Cultura quando presidente da emissora deixou claro que não haveria independência neste ano político

“Houve um ataque em pinça ao jornalismo independente que sempre orientou a trajetória do Roda Viva”, contou Augusto Nunes, que era mediador do programa semanal de entrevistas mais importante da TV Cultura, para explicar sua inesperada saída do programa. Segundo ele, “as interferências indevidas da presidência da TV Cultura se tornaram mais frequentes. E se intensificaram as pressões do grupo hoje majoritário no Conselho Curador da fundação, liderado por Augusto Rodrigues, Jorge Cunha Lima e Belisário dos Santos Jr.”. Esses conselheiros acreditam que é preciso “ampliar o espaço ocupado ‘por gente de esquerda’, tanto no conjunto de entrevistados quanto nas bancadas de entrevistadores”, continuou. O desentendimento, descrito para a edição desta semana da série Nêumanne Entrevista, deu-se da seguinte forma: “Eles argumentam que a Cultura deve espelhar o ‘clima de polarização existente no Brasil, que se reflete nas redes sociais’”. E mais: “Documentos distribuídos entre os funcionários da TV Cultura, em sua essência, sustentam que a programação da Cultura, sobretudo o Roda Viva, deve entrar no clima de Fla x Flu vigente na internet. Eu penso o contrário: é preciso combater a radicalização dos confrontos políticos”.

Segundo Augusto, desgaste começou quando presidente e diretor de jornalismo da TV Cultura passaram a fazer a pauta do programa. Foto: Jair Magri

Segundo Augusto, desgaste começou quando presidente e diretor de jornalismo da TV Cultura passaram a fazer a pauta do programa. Foto: Jair Magri

Augusto Nunes da Silva, 69 anos, casado, duas filhas, começou a escrever no Nosso Jornal, em sua cidade natal, Taquaritinga, no interior de São Paulo. Estudou na Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e, em 1970, transferiu-se para a Escola de Comunicação e Artes da USP, cujo curso de Jornalismo também não concluiu. Em 1971, foi revisor nos Diários Associados e, no ano seguinte, passou a atuar como repórter no jornal O Estado de S. Paulo. Em 1973 foi para a revista Veja, na qual chegou a editor de Política. Lá ficou até 1986, quando assumiu pela primeira vez a mediação do Roda Viva. Dirigiu as revistas VejaÉpoca e Forbes (edição brasileira) e os jornais O Estado de S. PauloJornal do Brasil e Zero Hora. Em 2010, voltou como debatedor fixo do Roda Viva. Nunes venceu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e foi incluído numa seleção dos seis mais importantes jornalistas do Brasil, feita pela Fundação Getúlio Vargas(FGV). Em 2009 voltou à Veja, na qual mantém desde então uma coluna. Em 2013 voltou a comandar o Roda Viva, de que saiu em março deste ano conduzindo entrevista com Sergio Moro, que bateu recorde de audiência. Desde 2016 Augusto Nunes trabalha na Rádio Jovem Pan, primeiro no matutino Morning Show e, depois, participando do vespertino Pingos nos Is.

A seguir Nêumanne entrevista Augusto Nunes

 

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No Blog do Nêumanne: Prostituição, fraude e sabotagem

Nenhum candidato com chance de ser presidente ousou, no debate da Band, referir-se aos escândalos de mensalão e petrolão para não perder eventuais eleitores de Lula, político preso e ausente

No artigo Todos juntos pela impunidade, publicado na semana passada, comentei como a blindagem da Polícia Federal (PF), sob a égide do criminalista Márcio Thomaz Bastos, foi rompida por dois acidentes de percurso. Roberto Jefferson, furioso com a partilha da propina, pôs a boca no trombone, denunciando a compra de votos, e Joaquim Barbosa, o estranho no ninho, pegou o touro à unha e o levou até o fim.

Recentemente, foi publicada entrevista de Paulo Lacerda, diretor da PF dita “republicana” de Márcio Thomaz Bastos, que foi advogado de Lula na Justiça Militar à época das greves dos metalúrgicos e, depois, ministro da Justiça no primeiro mandato presidencial do petista. Segundo ele, a Polícia Federal (PF) fazia vista grossa à malandragem dos políticos que obedeciam cegamente aos poderosos e não conseguia desvencilhar-se de ingerências politiqueiras. A narrativa de “PF republicana” durou pouco e foi para o saco na Operação Xeque-Mate, que pegou Vavá, irmão de Lula. A PF “republicana”, que o causídico Bastos regia, só investigava inimigos dos donos do poder. Seu modelo era a famigerada Delegacia Especial de Segurança Política e Social (DESPS), versão federal dos Dops estaduais no Estado Novo de Getúlio Vargas e que centralizou o aparato policial para perseguir, processar e levar à prisão adversários do regime.

Quando o PT, Lula e Márcio Thomaz Bastos ascenderam ao poder, fizeram um remanejamento de quadros na PF. E a deusa da Justiça, Têmis, inspirou os ocupantes de postos-chave, em que usavam seus  olhos vendados a favor do regime e contra a liberdade de quem ousasse desafiá-lo. Por isso  os órgãos de fiscalização do Estado de Direito, descentralizado por definição – a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Superintendência de Previdência Suplementar (Previc/fundos de pensão), o Banco Central, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a PF –,  não ouviram o tropel nem viram a manada de elefantes passando à vista por 13 anos e meio a fio: da posse de Lula ao impeachment de seu poste, Dilma.

Só a vista grossa da deusa Têmis pode justificar como a maior corrupção da História chegou ao ponto a que chegou sem ser percebida.

A Lava Jato foi um acidente de percurso e decorreu do tratamento dado a Marcos Valério, que provocou a deserção de mercenários. No mensalão, Lula,  o comandante em chefe, nem sequer foi arrolado, sob a proteção de seus lugares-tenentes no Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski (revisor) e Dias Toffoli e com a complacência do relator (e depois presidente da mais alta Corte) Joaquim Barbosa.  Nesse ambiente, Luiz Gushiken, personagem importante no escândalo nunca desvendado da guerra das teles gigantes, foi excluído de investigação, processo e pena, chegando a ser inocentado e elevado ao panteão dos heróis nacionais num discurso laudatório fora de propósito de Lewandowski, que substituiria Barbosa na presidência do colegiado. Mesmo citado como chefe da quadrilha, José Dirceu só ficou dois anos na prisão, sendo um em prisão domiciliar. Já o publicitário Marcos Valério, que obedecia às ordens de Dirceu, foi condenado a 40 anos e a bailarina Kátia Rabello, dona do Banco Rural, usado na operação, mas na qual ela nunca teve noção do que acontecia, a 16. Os mercenários perceberam que o bote salva-vidas do PT fora inspirado no Titanic: nele só embarcaram os passageiros da primeira classe. O resto foi deixado para servir de pasto aos tubarões. Mas a trava da caixa de Pandora só foi quebrada com Márcio Thomaz Bastos fora da Esplanada dos Ministérios. E a mensagem ao Garcia chegou à “mercenariocracia”. Ao primeiro risco de afundar, os mercenários, já sabendo que não teriam lugar no bote do PT, partiram para agarrar o que flutuava: a delação premiada. O que lhes restou foi o instituto usado nos Estados Unidos e na Operação Mãos Limpas, da Itália, para perfurar a blindagem dos poderosos chefões da Máfia, originária da Sicília, que se tornou rica e influente agindo no porto de Nova York e nos bares de Chicago. Não é à toa que tal expediente é o inimigo número um de advogados grã-finos que representam a fina-flor da bandidagem nacional, em particular a turma da empreita, distribuidora de propinas nas frestas da legislação que regula as relações entre contratados e contratadores de obras e serviços públicos desde os tempos da caprichosa Xica da Silva.

O esforço atual é orquestrado para fechar de novo a caixa de Pandora e levar a situação ao estágio anterior, quando havia uma proteção velada das instituições e do Estado ao governo e o entendimento de que dinheiro ilegal usado em eleições é um mal inevitável, a que só se recorre para o bem geral. No nome desse jogo o pano de frente é a compra de votos.

O PT transformou o Congresso em mercado persa. Nele tudo é comprado: apoio, votos, leis, decretos-lei, exonerações fiscais, etc. O que antes já se fazia por baixo do pano, como no sucesso junino de Antônio Barros e Cecéu, à época da compra de apoio de bancadas no Congresso, passou a ser explícito. Nas investigações de operações como Lava Jato, Cadeia Velha, Zelotes e outras se desvendaram práticas antigas, como a de empreiteiros, mas não só eles, que financiavam campanhas políticas redigirem leis que os beneficiam. Nesse sistema, que era secreto e se tornou explícito, a contratação de obras e serviços, concessões e outras formas de negociação do Estado com fornecedores privados passaram a ser moldadas ao interesse de quem fosse premiado com contratos superfaturados e a remunerar os donos das chaves dos cofres da viúva em redes de lavagem de dinheiro no exterior, que receberam a denominação de “propinoduto”, um neologismo que não admite eufemismo.  Parte dos recursos arrecadados era, então, empregada pela elite dirigente dos três Poderes da República privatizada para comprar votos do andar de baixo, em que vivem em condições precárias os mais vulneráveis socialmente.  Na prática, o Partido dos Trabalhadores (!!!) fez o que sempre condenou nos adversários empresários, latifundiários e que tais: “cafetinou” o Congresso para prostituir o eleitorado.

O trabalho eficiente de uma geração jovem e preparada de policiais, procuradores e juízes federais resultou na devassa dos escândalos do mensalão e do petrolão, que desvendaram a prostituição da política e a fraude eleiçoeira que sabota a democracia. O mensalão foi absorvido pelo establishment: os petistas e seus aliados foram indultados por Dilma Rousseff e perdoados pelo STF. José Dirceu e Pedro Corrêa só não tiveram o mesmo prêmio porque foram pilhados pela Lava Jato delinquindo em plena cela. O primeiro, contudo, mesmo condenado a 30 anos e meio de cadeia, com a benemerência da Segunda Turma do STF, sob a égide dos mesmos de sempre, Lewandowski, Toffoli e agora Gilmar, passou férias articulando a sobrevivência do PT no Sul da Bahia, sob a égide da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ao sol de Itabuna e banhando-se no Atlântico em Ilhéus, no gozo de plena liberdade. Como se fora um sucedâneo contemporâneo do seu Nacib de Jorge Amado.

Enquanto isso, seus companheiros de armas da guerrilha de extrema esquerda e de campanhas eleitorais petistas articulavam com condenados e suspeitos da Lava Jato o sepultamento das operações eficientes de Polícia, Ministério Público e Justiça Federal, na garantia da reeleição dos de sempre para o Congresso. E no apoio a presidenciáveis citados em processos ou aliados na guerra contra a faxina que o povo exigiu nas ruas em 2013. No debate da Bandeirantes em 9 de agosto nenhum dos presentes com chances se referiu à rapina dos cofres públicos promovida por PT, aliados e até oposicionistas domados do PSDB. O tucano Alckmin uniu-se aos apenados no mensalão Roberto Jefferson, Paulinho da Força e Valdemar Costa Neto. Os sermões de irmã Marina nem de longe se referiram aos “malfeitos” do ex-chefe Lula, político preso em Curitiba, excluído da disputa por ser inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Nem Álvaro Dias, insistindo em  nomear Sergio Moro ministro da Justiça, que afastaria do combate à corrupção seu agente mais notório, se dignou a fazer uma referência que fosse ao que provocou a fama do herói do povo. Todos de olho nos votos do único que, por exigência da lei, não mentiu no debate: o ausente Lula.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne segunda-feira 13 de agosto de 2018)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique no link abaixo:

https://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/prostituicao-fraude-e-sabotagem/


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“Na casa avoenga”, poema de José Nêumanne interpretado por Luiz & Gael

NA CASA AVOENGA

A nuca cansada apoiada
na palma aberta da mão,
os olhos míopes
do velho Chico Ferreira
escutavam o choro do sertão
no céu sem estrelas
da mais escura vastidão.

um sapo
um grilo
um rês
uma rã

Assim era o serão
na Fazenda Rio do Peixe,
de onde fui vindo.

Todo som que me vier
do bojo da rabeca de Bié,
como chuva na telha
e sabor de leite coalhado
com rapadura rapada
– eta emoção!

na casa2


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No Blog: Nêumanne entrevista Roberto Livianu

Urna sem Lula é tão certo como luz do sol, diz promotor

Para Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, demora da Justiça em aplicar Lei da Ficha Limpa confunde eleitor e é ruim para democracia

“Lula não estará na cédula eleitoral em 7 de outubro. Isso é tão certo como a luz do sol”, disse o fundador do Instituto Não Aceito Corrupção, o promotor de Justiça Roberto Livianu, em mais esta edição semanal do Nêumanne entrevista no Blog do Nêumanne, Política, Estadão. Para ele, “a Lei da Ficha Limpa veda expressamente sua candidatura e é sempre bom lembrar que essa lei nasceu de um projeto de iniciativa popular, tendo sido aprovado no Congresso e sancionado por Lula. Seu partido sabe disso, mas não o declara publicamente para se beneficiar de sua popularidade até o último segundo que a lei permitir”. O promotor reconhece que a demora da resposta final da Justiça, esperada para o fim do mês, “é ruim para a democracia.” E acrescenta: “Precisamos ajustar o sistema para as futuras eleições, para que no mínimo três meses antes de cada uma delas o eleitor possa ter com clareza o quadro de candidaturas admitidas, assim como dos vices. Esse é um imperativo da segurança jurídica, da democracia e da própria essência republicana. Penso, aliás, que a inclusão de Lula nas enquetes contribui para a desinformação e a indução do eleitor, que não tem discernimento para entender o quadro jurídico.”

Livianu acha que informação sobre condição de se eleger do candidato é imperativo de segurança jurídica. Foto: Acervo pessoal

Livianu acha que informação sobre condição de se eleger do candidato é imperativo de segurança jurídica. Foto: Acervo pessoal

Roberto Livianu é promotor de Justiça em São Paulo desde junho de 1992. Atuou na Baixada Santista, em Juquiá, Paraguaçu Paulista, Itapecerica da Serra, no Júri, na área criminal, na defesa do patrimônio público e do meio ambiente. Coordenou as áreas de comunicação e informatização do Ministério Público. Idealizou diversas campanhas de comunicação, como “Onde tem Ministério Público, não tem mistério”, “20 anos da Lei da Ação Civil Pública”, “Ética”, “Vote Consciente”. Hoje atua na Procuradoria de Justiça de Direitos Difusos e Coletivos, especialmente no combate à corrupção. Há mais de 20 anos se dedica ao estudo do tema, objeto de sua tese de doutorado na USP (onde se graduou), de dois livros publicados e diversas palestras pelo Brasil e pelo mundo. Presidiu o Movimento do Ministério Público Democrático por três gestões. Idealizou em 2014, é um dos fundadores e preside o Instituto Não Aceito Corrupção, associação voltada para a produção de conhecimento científico, políticas públicas, mobilização social e educação anticorrupção, sendo hoje uma das vozes mais autorizadas no Brasil no assunto. Integra a diretoria da Associação Paulista do Ministério Público na área de relações institucionais e assuntos legislativos. É comentarista da bancada do Jornal da Cultura e colunista semanal do Portal Poder360 e da rádio Justiça do STF (coluna Ética & Justiça).

A seguir Nêumanne entrevista Livianu

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No Blog do Nêumanne: Todos juntos pela impunidade

No último verão o povo sonhou com gatunos no inferno prisional, mas este inverno da desesperança nos traz dias secos em que todos se juntam para anunciar que farão o diabo para ficarem onde estão

A compra de voto sempre existiu, mas cresceu quando o Partido dito dos Trabalhadores (PT), para exercer o poder com “governabilidade” (kkkk), se aliou ao Partido Liberal (PL), que depois viraria Partido da República (PR) (snif), propriedade privada de Valdemar Costa Neto, o Boy. A compra de apoio das miríades de pequenas bancadas com representação no Congresso, equivocadamente alcunhada de mensalão, explodiu quando Roberto Jefferson, à época e até hoje presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em entrevista a Renata Lo Prete, da Folha de S.Paulo, expôs as entranhas de um Congresso apodrecido. E denunciou a compra dos próceres que se dizem “representantes do povo”.

Antes, o factótum de Lula, José Dirceu, propusera ao poderoso chefão uma aliança do PT com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), já sob a batuta de Michel Temer. Mas o padim tinha outros planos, que não incluíam sócios poderosos, e preferiu alugar bancadas menores para somar seus votos em plenários fragmentados a ter sócios com mais cacife. Aí, criou-se a incorporação do “toma lá, dá cá” contemporâneo ao maquiavelismo renascentista do “dividir para reinar”. Realizado com a lavagem de dinheiro de campanhas publicitárias, aplicada pelo mineiro Marcos Valério a serviço do tucano Eduardo Azeredo em Minas, o esquema gerou as denúncias da polícia e os indiciamentos do Ministério Público, levados às varas da primeira instância e, mercê do envolvimento de poderosos criminosos de colarinho branco protegidos pela prerrogativa de foro, ao degrau mais alto: o Supremo Tribunal.

Essa história foi contada em detalhes pelo citado mandachuva do PTB, Roberto Jefferson, no livro Nervos de Aço, publicado em 2007. Nele o chefão petebista  afirma que o PT não queria compartilhar um projeto de poder e optou por comprar apoio fragmentado para ampliar a base do Congresso. No mensalão parlamentares foram alugados e pagos diretamente para a patota de Lula e Dirceu não ter de repartir o poder com sócios de organizações criminosas rivais. E para  compensar eventuais insatisfações José Dirceu e sua quadrilha criaram o esquema de repartição de recursos, como descreveu Jefferson no livro citado, leitura obrigatória.

O mesmo chefão da sigla fundada por Getúlio Vargas e, depois, presenteada pela ditadura à sobrinha-neta do caudilho, Ivete Vargas, relatou que o esquema das comissões parlamentares de inquérito (CPIs) é  sempre o mesmo: “Oferecem-se algumas cabeças à guilhotina e não se mexe nas estruturas viciadas da corrupção”. Os verbos estão no presente porque o esquema continua. No caso, as cabeças eram a dele e a de Dirceu.

O causídico acendeu o pavio e ateou fogo no esquema de compra de votos, rompendo a blindagem que se mantinha antes sob a vigilância de Márcio Thomaz Bastos, à época ministro da Justiça de Lula. Não é razoável admitir que esse escândalo de  compra de votos, com dinheiro indo de um lado para outro, não tenha sido descoberto pelo Ministério Publico, pelo Banco Central, etc… E teria acabado em pizza, como sempre ocorrera antes, se não tivesse esbarrado com um grupo de ministros do STF sob a presidência de Joaquim Barbosa, que chegou ao ápice da carreira jurídica por indicação de Frei Betto e José Dirceu a Lula, encantado com a possibilidade de nomear um afrodescendente para a cúpula da Justiça. Mas não atendia aos esquemas negociados nos gabinetes oficiais por Márcio Thomaz Bastos, advogado do ex-sindicalista à época da ditadura militar.

Com a blindagem rompida, Márcio Thomaz Bastos passou a atuar como bombeiro. Livrou Lula e Luiz Gushiken e diminuiu a pena de Dirceu. E a culpa foi empurrada para o pelotão dos mercenários, que  tiveram suas penas turbinadas. Marcos Valério, até hoje preso, foi condenado a 40 anos de prisão e a banqueira bailarina mineira Kátia Rabello, que não tinha a menor noção do que se passava, a 16. Alguma carga do navio tinha de ser, afinal, jogada ao mar. No caso, o sacrifício foi dividido apenas entre os profissionais contratados. Marcos Valério, o “carequinha”, como o chamava Jefferson, foi atirado na cova dos leões. Sua condenação serviu de aviso aos navegantes: o bote salva-vidas do PT não tinha lugar para náufragos sem carteirinha do partido ou de sindicatos. Só que a condenação do chamado “operador” arrombou a caixa de Pandora, sem que eles percebessem. E de nada adiantou o poderoso chefão voltar ao plano original da aliança com o então PMDB, sacramentada na chapa vencedora de 2010 e 2014, Dilma-Temer, pois a aliança derreteu-se na Lava Jato.

Só os ingênuos mais tontos ou os que se fazem de bobos para se dar bem não perceberam naquela troca a permanência da única lei cujos efeitos nunca prescrevem na Justiça brasileira: a de que “quem tem padrinho não morre pagão”. Foi assim que, na Presidência, o poste de Lula, dona Dilma, indultou e, em seguida, o misericordioso clube do Batman do Cerrado perdoou os irmãos de opa. As condenações da dita Ação Penal 470 são os melhores exemplos da inutilidade e da iniquidade da lei e da ordem na República do faz de conta chamada Brasil. A banqueira bailarina e a fina-flor do mecenato cultural das lavanderias de dinheiro sujo ainda purgaram uns aninhos de pena no inferno prisional tupiniquim, mas nele o único que ainda apodrece ali é o “carequinha”. José Dirceu e Pedro Corrêa são exceções que confirmam a regra, de vez que cometeram a suprema arrogância de continuar as práticas criminosas morando na cadeia e nem o supremo cinismo de Dilma os inseriu na lista dos indultados. Logo, porém, interviria a mão grata do ministro do STF Dias Toffoli, que soltou, sem tornozeleiras, um condenado a 30 anos e meio de prisão, mostrando que seu José tem um figurão com um baita martelo à mão para chamar de seu.

A sociedade do PT com o PMDB, que perdeu o pê, não impediu a entrada em cena da Operação Lava Jato, de Sergio Moro, que há quatro anos puxa o fio da meada desse esquema,  definido recentemente por Raquel Dodge como o maior escândalo de corrupção de que há notícia no Brasil – e, sem favor nenhum, um dos maiores da História mundial. Diante da mudança de parâmetro, com empreiteiros na cadeia, para a qual antes só eram mandados pretos, pobres e prostitutas, os mercenários adotaram as Leis de Murici, em que “cada um cuida de si” e “farinha pouca, meu pirão primeiro”, partindo para a delação premiada e, com isso, evitando a “valerização”.  Ou seja, o precedente de Marcos Valério ecoou no pelotão dos mercenários. Estes logo entenderam que teriam de evitar o efeito Orloff, aquele do “eu sou você amanhã”. No rastro do pioneiro Paulo Roberto Costa surgiram delações premiadas de Pedro Barusco, Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez,  Marcelo Odebrecht e tantos outros mais.

Esta é a história da nossa Realpolitik sem pudor, que hoje se mantém firme na coligação do “Centrão” com Alckmin e nas propostas de governo do PT de Lula.  Os petistas, com aquela cara lustrada a óleo de peroba, propõem: “Temos que caminhar para transformar o STF em efetiva Corte Constitucional, com competências limitadas ao controle de constitucionalidade das leis. Faz-se necessário instituir tempo de mandatos para os membros do STF (…). E revisar as leis aprovadas para combater a corrupção e o crime organizado”. O candidato do partido que assim pretende evitar voos de morcegos é o presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, a transmitir sermões da cadeia para seus devotos. E é usado numa sórdida campanha de desmoralização das instituições do Estado de Direito. É de dar engulhos na estátua da Justiça à porta do STF!

E Alckmin agora assume o bastão na corrida da impunidade, com o maior tempo de TV e rádio da campanha, mercê da coligação de suspeitos e insuspeitos (de vez que já foram condenados) na Lava Jato, como relatou recentemente a Folha de S.Paulo num título-síntese: Farol do Centrão, Valdemar foi de FHC a Lula, do mensalão à Lava Jato.

Neste ano, o sonho nas noites de verão era o de que a eleição ungisse o profeta da faxina geral da República imoral. Mas nem um “santo” (codinome do candidato tucano na lista de propinas da Odebrecht) encontrará um pretendente comprometido em combater a corrupção como a Nação deseja. Aí a candidata da Rede, Marina Silva, tem razão ao alertar que todos sinalizam que farão “o diabo” para fechar a caixa de Pandora aberta pela Lava Jato o mais rapidamente que puderem. Ora, se o farão!

  • Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 6 de agosto de 2018)

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