Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

Política


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No Blog do Nêumanne: A hora de deter Bolsonaro é já

O capitão espalhou provas de charlatanismo e peculato pelo caminho e insiste em proclamar seus planos de pôr fim ao Estado de Direito com projetos como o da impressão do voto

José Nêumanne

Jair Bolsonaro tem muitos defeitos e nunca fez questão alguma de esconder nenhum deles. Ao contrário. Sempre se orgulhou de todos e foi por causa deles que prosperou na política profissional a ponto de haver chegado ao topo da carreira depois de 28 anos chafurdando no mais baixo e podre clero. Foi obrigado a sair do Exército como capitão, depois de proibido pela mais alta chefia de frequentar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao), cuja conclusão lhe daria acesso ao menos às dragonas de major. Mas foi trilhando as veredas sórdidas do terrorismo e da indisciplina que manteve sua cadeira de parlamentar, que lhe permitiu participar da deposição de dois presidentes da República, Fernando Collor e Dilma Rousseff, aproveitando para louvar a instituição que o desprezou no primeiro. E glorificar o torturador e assassino coronel Brilhante Ustra no segundo, exaltando em seu voto o apreço à covardia e o desamor à vida, não a própria nem a dos mais próximos, mas a dos outros mais distantes.

Conquistou o posto máximo no comando do que acha ser seu “povo eleito” desafiando a democracia, a elegância e a lógica plana. No usufruto da imunidade parlamentar, deu-se ao despautério de elogiar o heroísmo de um oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega, orgulhando-se da própria presença no julgamento em que o ex-membro do célebre Bope, que inspirou o filme Tropa de Elite, fora condenado pela execução de um flanelinha acusado de prestar serviço a traficantes de drogas. Da cadeira na Câmara mandou seu solitário comandado à época, o primogênito Flávio, condecorar o mesmo personagem do noticiário criminal com a medalha mais importante da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A Tiradentes, protomártir da Independência, foi dada na cela onde estava abrigado dos inimigos. Não é de estranhar, portanto, que surja no noticiário da imprensa, que execra, a peça que faltava para fechar o quebra-cabeças óbvio em que ele inspirou o mesmo subordinado na prática de um crime, o peculato. Ou melhor, a extorsão de funcionários-fantasmas de gabinete, que não passa de um disfarce para justificar eventual renda ilícita.

Esta semana começou com a revelação feita pela colunista do UOL Juliana Dal Piva no alto da primeira página dando conta da existência de um áudio em que “a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, afirma que Bolsonaro demitiu um irmão dela porque ele se recusou a devolver a maior parte do salário como assessor. “O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’.”.

A revelação é gravíssima e precisa ser apurada com todo o rigor. Essa tentativa de banalizar o peculato, a extorsão de funcionários em gabinetes, usando a denominação diminutiva “rachadinha”, não deveria enganar mais ninguém. O assunto é grave e foi denunciado a tempo de ser investigado. Mesmo sendo a nossa uma republiqueta onde a vergonha não prospera. Já passou da hora de levar a sério todas as evidências que o próprio presidente produziu e cobrá-las, sem cair na armadilha com que seus sequazes, beneficiários de seus crimes, tentam encobrir na base do cínico “ele é assim mesmo”. Desde que Adriano se escondeu no litoral da Bahia, onde foi perseguido e morto por policiais fluminenses e baianos, numa evidente expedição de caça ao arquivo para queimá-lo, não resta mais dúvida de que o “herói” da famiglia foi, na verdade, chefão da milícia mais antiga do Rio, a de Rio das Pedras, e próspero empresário da morte contratada no tal do Escritório do Crime.

Embora o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) tenha sido impedido de continuar investigando os crimes de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa de Flávio Bolsonaro após a substituição do governador fluminense cassado, Wilson Witzel, pelo capacho dele Cláudio Castro, não dá para ignorar as evidências de sua investigação. A contratação de parentes de Adriano, como a mãe e a ex-mulher, no esquema da extorsão nos gabinetes dos Bolsonaros, em Brasília e no Rio, baseia-se em provas sólidas, que incluem saques em dinheiro dos fantasminhas camaradas e depósitos nas contas dos vampiros de Vivendas da Barra. O charlatão, que diz ser a morte sua modalidade de artilheiro, propagou a pílula do câncer e passou a receitar cloroquina contra a covid, de forma oportunista e à custa da vida de mais de meio milhão de brasileiros, já tem uma extensa contabilidade de cadáveres na coleção. E muitas perguntas a responder com fatos, em vez de insultos, caso, por exemplo, da origem dos R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz, o fac-tótum do primogênito, na conta de sua terceira e atual mulher.

A bandeira da fraude eleitoral, que ele nunca comprovou, está perdendo força nos plenários da Câmara e do Senado, mas ainda tem apelo em comissões comandadas por bolsonaristas óbvios ou ocultos nas duas Casas do Congresso. E mesmo que o derretimento evidente de seu prestígio eleitoral detenha o mais perigoso dos passos da nossa via-crúcis – a obrigatoriedade de impressão do voto –, não convém contar apenas com isso para debelar de vez a possível fogueira e evitar que ela vire incêndio do autogolpe pós-derrota de 2022. Quem conhece bem a capivara do elemento sabe que não convém vacilar. Urge é agir. Já!

  • Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 5 de julho de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Os 20 mil Fiats Elba de Barros & Bolsonaro

José Nêumanne

Sobrepreço de 1.000% na vacina indiana em que o governo empenhou R$ 1,6 bilhão é só um detalhe em caso de corrupção de proporções mirabolantes do ‘ilibado’ capitão terrorista e seu anspeçada

Desde a última terça-feira 22 de junho, os despertadores do Palácio da Alvorada e do condomínio Vivendas da Barra foram desligados e o estoque de ansiolíticos nas farmácias das proximidades dos esconderijos da famiglia Bolsonaro, reforçado. Em reportagem que deu manchete de primeira página (Governo comprou vacina indiana por preço 1.000% mais cara), Júlia Affonso relatou: “Telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado, ao qual o Estadão teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose). Em dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia ‘custaria menos do que uma garrafa de água’. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) – a mais cara das seis vacinas compradas até agora”.

Tudo leva a denúncia espetacular de uma compra escatológica e estapafúrdia. O sobrepreço da vacina indiana, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teve enorme dificuldade em aprovar, e com restrições, apesar das pressões sofridas pelo servidor encarregado de importações de insumos e vacinas no Ministério da Saúde, é o fio da meada de um escândalo gravíssimo. O governo Bolsonaro, que tinha levado quase um ano para comprar imunizantes testados no mundo inteiro e oferecidos pela Pfizer, comprou a Covaxin em um quarto desse tempo, graças à interferência pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro, em telefonema ao primeiro-ministro da Índia, Narenda Modri. Para isso empenhou R$ 1,6 bilhão, o equivalente aproximado ao custo de 20 mil Fiats Elba, cuja compra serviu de prova para fundamentar o impeachment de Fernando Collor, em 1992.

A cada dia, sua agonia, diria dona Benta. Desde então até hoje já se sabe que, ao contrário do que dizia Bolsonaro — aliado de Collor, quem diria ­–, não ficamos esperando o vendedor de mezinhas oferecer o produto. Ao contrário das compras feitas de Coronavac, AstraZeneca e Pfizer, houve um atravessador, a Precisa Medicamentos, de propriedade do queridinho da vez, Francisco Maximiano. O pagamento da partida seria pago à Madison, com sede em Singapura e não foi porque a compra não foi entregue.

Desdobramentos diários do furo do Estadão levaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, um bolsonarista de quatro costados, não como suspeito, mas como delator. O deputado Luís Cláudio Miranda procurou a cúpula dela para informar que acompanhou o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, em visita ao chefe do governo no Palácio da Alvorada para denunciar a falcatrua. No depoimento duplo, ele detalhou, pressionado pelos senadores Alessandro Vieira e Simone Tebet, um claríssimo flagrante de prevaricação.

O próprio parlamentar da base governista deu detalhes em entrevista, publicada domingo na Folha de S.Paulo: “Com 10 minutos de conversa ele (Bolsonaro) já soltou. Quando a gente começa a mostrar os papéis acontece essa conversa, ele dá uma desabafada, fala dos combustíveis, que era aquilo que estava irritando. Ele falou assim: ‘Vocês têm informações se o Ricardo Barros estava influenciando ou fazendo?’. Eu digo: ‘Presidente, a gente não sabe o nome de ninguém, trouxemos informações técnicas’. Aí ele disse: ‘Esse pessoal, meu irmão, tá foda. Não consigo resolver esse negócio. Mais uma desse cara, não aguento mais’”.“Ou o presidente da República desmente cabalmente ter citado o líder de seu governo aos irmãos Miranda ou o presidente passa a ser, pelo silêncio, o maior acusador do deputado Ricardo Barros”, resumiu o relator da CPI, senador Renan Calheiros, no Twitter.

“Fica evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivasinclusive pelas entrevistas dadas no fim de semana pelos próprios irmãos Miranda”, disse Barros, que, exemplo de seus aliados do governo, nada esclareceu, até porque não se submeteu a uma entrevista coletiva, com perguntas de repórteres. A temporada do terrorista fardado dos anos 80 não é favorável. Os norte-americanos interceptaram uma carga de madeira contrabandeada do Brasil com evidências de participação do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Este foi exonerado, derrubando, na queda, o diretor da Polícia Federal (PF), Alexandre Saraiva, e outro delegado federal, Franco Perazzoni, que chefiou busca e apreensão ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito contra o até então o mais querido do chefão.

Bolsonaro mandou o secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o ex-secretário-geral do Ministério da Saúde coronel Elcio Franco ameaçarem o servidor que levou a informação com inquéritos da Advocacia-Geral da União, da Coordenadoria-Geral da União e da própria PF. Ou seja, em vez de investigar o delito gravíssimo, como dizem os irmãos que ele faria, no encontro, inventou a delação punida. Aparentemente, lançou mão de éditos de um Estado policialesco. Na prática, contudo, adotou método das milícias, que matam ou infernizam quem se dispõe a narrar os podres dos chefões das quadrilhas.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, passou o recibo da aposta na ingenuidade do pagador de impostos ao alinhavar argumentos vazios para tentar defender o indefensável. Em discurso na sessão histórica da CPI na sexta-feira 25, equiparou o atravessador ao Instituto Butantan, fabricante da Coronavac, e à Fiocruz, parceira da AstraZeneca.

Papelão maior fez Flávio Bolsonaro ao confessar que levou Francisco Maximiano ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, para vender uma “boa ideia” do apadrinhado. “Não era vacina”, disse ele. Mas não teve imaginação sequer para dizer qual teria sido e defendê-la perante os senadores e os cidadãos em geral.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 28 de junho de 2021)

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No Estadão desta quarta-feira: Só descontentes na rua podem tornar Jair Jail

José Nêumanne

Mundo prova que Bolsonaro erra

e aqui já há quem se habilite a nos livrar de seu jugo

A primavera despediu-se de Budapeste sábado com a Arena Puskas lotada por 60 mil torcedores presentes ao jogo da Eurocopa entre Hungria e Itália. O verão começou domingo no Hemisfério Norte com festa de rostos nus e abraços comovidos na manhã ensolarada de Nova York. Ali, com 70% da população imunizada, a vitória do time de basquetebol Brooklyn Nets foi comemorada em seu ginásio, também lotado. A Hungria foi o primeiro país da União Europeia a vacinar e imunizou metade de seu povo, mesmo sendo o primeiro-ministro, Viktor Orbán, de extrema direita e venerado pela famiglia Bolsonaro. A vacinação nos Estados Unidos começou sob Donald Trump, herói da contemporânea capitania hereditária tupiniquim, e o presidente, Joe Biden, Zé Gotinha ianque, deu por findas as restrições sanitárias na estreia desta estação.

O Brasil acompanha todas as provas da eficácia da imunização de longe pela televisão. Essa é uma das causas do negro humor necrófilo do presidente Jair (ou Jail, cadeia em inglês, destaca cartaz exibido em Londres no fim de semana), o charlatão-mor da pílula do câncer e da cloroquina. No fim de semana, antes de o inverno chegar abaixo do equador, o mundo soube que sua indiferença contribuiu de forma inelutável para a marca tétrica de meio milhão de mortos pela pandemia da covid-19 nestes cada vez mais tristes trópicos. “Agora é o inverno de nosso descontentamento”, previu o britânico William Shakespeare no último decênio do século 16, na abertura da tragédia Ricardo III. O verso foi usado como título de um romance do norte-americano John Steinbeck em 1961, um ano antes de ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. O protagonista é um balconista de origem nobre que negligencia valores morais numa sociedade corrupta.

Bolsonaro não recorreu à piada infame de hábito para ofender e humilhar os entes queridos das vítimas de sua falta de empatia e sensatez. Que poderia ter aprendido com Orban, que mantém na Hungria pregação negacionista, mas não negligencia a imunização, necessária para garantir suas bazófias eleitorais. Ou com Benjamin Netanyahu, que, antes de entregar a chefia do governo a adversários de direita e esquerda. coligados em Israel, adotou postura sábia ao liderar o combate ao novo coronavírus com esforço e eficiência, telefonando todo dia para o CEO do laboratório Pfizer para garantir doses de  boa imunização de rebanho pela vacina. Seu fã brasileiro, porém, na live de 17 de junho último, disse que “imunização é até mais eficaz que a vacina”. O negócio dele é matar…

E manobrou os fios de seu teatrinho de fantoches com piadas de caserna para manter no silêncio covarde o discurso gabola. O chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, comemorou os 900 dias de desgoverno desfiando lorotas da estratégia desumana desde a concepção no título da nota, “900 dias: nos trilhos na preservação de vidas e da retomada da economia”. Não é ironia, é burrice. O secretário de Comunicação (et pour cause), deputado Fábio Faria, zurrou cinismo intolerável num tuíte: “Em breve vcs (vocês) verão políticos, artistas e jornalistas “lamentando” o número de 500 mil mortos. Nunca os verão comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 18 milhões de curados, porque o tom é sempre o do ‘quanto pior, melhor’. Infelizmente, eles torcem pelo vírus.” Trata-se de uma confissão de insensibilidade incomum mesmo na política brasileira. Faria, que apoiou com o pai Dilma e Lula em 2014, e o impeachment do poste, em 2016, é agora bolsonarista-raiz até na total falta de piedade e sabedoria, um declarado apóstolo da seita da direita estúpida, em contraponto à extrema direita de Orban, Trump e Bibi. É abissal sua dificuldade em entender que muitos “salvos” lamentam os próximos que perderam, ao contrário dele. E que outros sofrem com reações intoleráveis da contaminação e da dolorosa recuperação da capacidade pulmonar perdida. Tendo votado em Dilma, em 2014, e contra o próprio voto, em 2016, não distingue luto de festim.

Bolsonaro, Ramos e Faria são incapazes de entender notícias dolorosas como as dívidas acumuladas pelas famílias com a cobrança de hospitais chegando na internet. E a perda média calculada de 18 anos de vida pelas vítimas fatais da peste contemporânea, caso do ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni. Contentam-se em comprar votos de parceiros na roleta russa na comissão parlamentar de inquérito da covid no Senado por R$ 660 milhões. Na caneta bic deles dinheiro público no orçamento é vendaval, como cantou certa vez o príncipe Paulinho da Viola, Paulo César de Faria, que não é parente de Fábio, o genro profissional.

Nesse nosso inverno do descontentamento, no inferno do luto e do pranto por nossos irmãos extintos, a razão dos fatos revelados nos países que não são desgovernados, mostra que a direita estúpida não manda na rua com motociatta. E põe em risco o discurso do capitão de milícias: pois a flexibilização das restrições pode transferir a tormenta que nos ameaça em fogueira para imolar “Jail” Inácio Bolsonaro. Oxalá a vacinação em massa devore sua imunidade política.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na Pag.A2 do Estado de S. Paulo segunda-feira, 23 de junho de 2021)

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Direto ao Assunto no YouTube: Bolsonaro ignora 500 mil mortos

1 – #500milmortosporcovid no Brasil, #jairbolsonaro ignora, #chefedacasacivl fala em #preservacaodevidas em #notaoficial sobre #900diasdegoverno e #fabiofaria comemora #18milhoesdecurados. 2 – No primeiro dia do #verao #hemisferionorte comemora com estádio e parques lotados vitória sobre #novocoronavirus. 3 – Em manifestações de sábado, os #contrabolsonaro mostram que a rua não pertence ao #presidentedarepublica. #joseneumannepinto. #diretoaoassunto. Inté. E só a verdade salvará as nossas vidas.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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No Blog do Nêumanne: A infame lei da impunidade para políticos

José Nêumanne

Em acordo com Bolsonaro, PT de Lula, Centrão e interessados em evitar penas, Zarattini deforma relatório da Lei de Improbidade Administrativa e garante corrupção impune a políticos

A Lei de Improbidade Administrativa, tal como até agora vigente, foi sancionada em 1992 no calor da hora do impeachment de Fernando Collor. O ambiente era propício para um acerto de contas com os corruptos e ela foi elaborada de forma a propiciar a condenação no âmbito administrativo de gestores públicos que abusavam do poder para aumentar o patrimônio privado. Collor foi eleito com um discurso moralista, de natureza udenista, e demonstrou na prática administrativa ser apenas um político à antiga, que logo teve expostos malfeitos em seu benefício praticados por um tesoureiro que se tornou o símbolo daquilo que seus adversários do Partido dos Trabalhadores (PT) cunharam como “maracutaia”, PC Farias. Tendo o então líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jeferson, como defensor na Câmara dos Deputados, perdeu por larga margem o mandato. Mas terminou voltando, cumpridos os oito anos de quarentena previstos na lei, para se eleger senador e ainda receber um salvo-conduto do leniente Supremo Tribunal Federal (STF), que o inocentou.

Collor e Jeferson continuam do mesmo lado da trincheira, agora sob o comando do presidente Jair Bolsonaro, que repetiu seu estratagema de cabo a rabo: elegeu-se para a Presidência prometendo um severo combate à corrupção, mas terminou patrocinando um pacto entre baluartes da velha roubalheira para manter as facilidades de antes sob novas bandeiras.

Só que também houve um consenso de que o texto original da lei favorecia enxurradas de processos contra gestores públicos, que nem sempre mereciam a definição de corruptos, de vez que muitos deles duravam 20 anos ou mais e nunca eram concluídos de forma satisfatória. De tal forma que a modernização se fez necessária. E esse era o objetivo da reforma entregue ao deputado paulista Roberto de Lucena, atualmente no Partido Verde (PV). O relatório original foi submetido a várias audiências públicas e a uma comissão de juristas, sob coordenação do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Antes, contudo, que o relatório, considerado satisfatório por muitos, incluídos membros do Ministério Público (MP), fosse votado, o Congresso foi literalmente engolfado por uma onda de críticas ao “punitivismo”, puxadas no STF por ministros comprometidos com políticos do PSDB (Gilmar Mendes) e do PT (Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli), porta-vozes do dito “garantismo”. Foi então que o relatório de Lucena acabou submetido à correção do petista paulista Carlos Zarattini, que o deformou totalmente, alterando pontos fundamentais. A urgência na discussão e na aprovação sem nenhuma audiência pública com representantes do MP e do Poder Judiciário mereceu reprovação generalizada. Mas o rolo compressor manipulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, produziu a aprovação relâmpago pela maioria acachapante e indiscutível de 408 a 67 votos. Somente três partidos – Podemos, PSOL e Rede – se recusaram a aprová-lo na prática sem discussão, mas o fato é que seguiu para o Senado com itens absurdos, como a anistia aos chefões partidários, acrescentada na noite de votação pelo revisor do relator.

No momento da transição, o Blog do Nêumanne, no portal do Estadão, editou uma entrevista com o promotor Roberto Livianu, um dos mais atuantes críticos do nítido pacto sujo entre o PT de Lula, o Centrão de Bolsonaro (ou Bolsonaro do Centrão?) e mais alguns independentes, mas nem tanto, todos interessados na garantia de impunidade que lhes é ou será assegurada.

Na entrevista, o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção chamou a atenção para algumas mudanças que poderiam alterar o nome de Lei de Improbidade Administrativa para Lei da Impunidade na Gestão Pública. A exigência da caracterização de dolo é a alteração que mais chama a atenção. Essa exigência é natural na lei criminal, mas não é o caso dessa em questão, que deve atender a exigências como o interesse público, a impessoalidade da gestão e o nepotismo.

Roberto Livianu, do Ministério Público estadual paulista, chamou também a atenção para a fixação de seis meses de prazo para a promotoria encerrar investigações, que normalmente levam muito mais tempo pela exigência natural no inquérito, por causa de necessárias pesquisas, depoimentos e perícias na busca de provas exigidas. Na entrevista o promotor também denunciou violações de preceitos constitucionais na lei.

O presidente Jair Bolsonaro comemorou efusivamente a aprovação como vitória pessoal dele, o que esclarece definitivamente que o combate à corrupção não é nem nunca foi sua prioridade. A deputada bolsonarista Carla Zambelli reforçou o apoio de sua ala com as mentiras explícitas de que teria havido audiência pública e a participação de Campbell, Esta se circunscreveu ao relatório original, não ao substitutivo de autoria do deputado federal petista.

Foi discutido à exaustão e chegou aqui hoje com muitas sugestões, mas recebeu críticas de novo, aqueles chavões que geralmente as pessoas usam para querer denegrir, criar versões, que é tudo que esta casa não permitiu este ano e nem irá permitir, chamando esta lei de PL da impunidade. É um erro”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira, líder do Centrão. A verdade inteira é que Lira, o revisor do relator, o presidente e seus sequazes se apoiam em várias mentiras para lhe dar fantasias de verossimilhança. Dono da agenda da Câmara, o condutor do trator que esmaga tentativas de combate à corrupção na política deveria saber melhor do que ninguém que o que ele diz não expressa a verdade, mas mais uma patranha para justificar a impunidade de que, de fato, ele, um dos políticos processados na Justiça, se beneficiará.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 21 de junho de 2021)

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Comentário no Jornal Eldorado: Doria ganhou mais uma, mas levará?

Após antecipar a vacinação dos adultos em um mês, o governador de São Paulo, João Doria, trocou farpas em redes sociais com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre imunização. Doria  tinha  postado no Twitter “vai preparando o braço” para seus seguidores. Conforme o calendário divulgado domingo, 13 toda a população adulta do Estado deverá receber a primeira dose de algum dos imunizantes disponíveis até setembro. Não há méritos na forma como até hoje se comporta o presidente da República no combate ao contágio do novo coronavírus no País e a iniciativa de seu maior inimigo político de anunciar o término da imunização de toda a população adulta até 15 de setembro é um feito histórico, que pode ajudá-lo politicamente, mas ainda não é possível medir até que ponto isso influirá em 2022.

Para ouvir comentário clique no link abaixo e, em seguida, no play:

 

 

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Assuntos para comentário na segunda-feira 14 de junho de 2021

1 – Haisem – São Paulo pode vacinar todos os adultos até 15 de setembro – Este é o título de uma chamada no alto da primeira página do Estadão desta segunda-feira. Que conseqüências políticas esse anúncio feito pelo governo de São Paulo poderá produzir no cenário político nacional

2 – Carolina – O que mais o espanta na comemoração pelos bolsonaristas da segunda motociata, realizada anteontem, com todas as mentiras contadas e todos os exageros cometidos seu respeito

3 – Haisem – Imposto sobre múltis pode render 5 bilhões e 600 milhões de reais ano ao País – Esta é a manchete da primeira página da edição impressa do Estadão deste 14 de junho de 2021. Em que este presente inesperado pode atenuar a crise econômica que assola o Brasil nestas pandemia

4 – Carolina – Israel tira Bibi do poder após 12 anos – Este é o título da foto-legenda de uma fotografia publicada na primeira página do jornal de hoje. Que impacto poderá essa notícia internacional produzir na política interna brasileira nestes próximos anos

5 – Haisem – Alessandro: Bolsonaro mente impunemente – Este é o título da edição da série Nêumanne entrevista no Blog do Nêumanne, publicada anteontem no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. O que ela revela a respeito do trabalho da comissão parlamentar de inquérito sobre crimes e omissões do governo federal no combate à pandemia da covid 19

6 – Carolina – Flávio Adauto: Paraguai reina no futebol sulamericano – Este é o título do vídeo da série Dois Dedos de Prosa, publicado ontem no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. Que fatos novos traz o depoimento do ex-diretor de futebol do Corinthians sobre os escândalos que envolvem a Conmebol e a Confederação Brasileira de Futebol no momento

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