Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

Política


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No Blog do Nêumanne: Lula cafetinou o PT e prostituiu o Estado

José Nêumanne

Higienizar ficha suja de Lula e condenar procuradores e juízes que o investigaram, processaram e condenaram é fazer o Brasil recuar à corrupção anterior à Castelo da Areia, nunca punida

Depois de o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), higienizar a ficha suja de Lula, os votos dos colegas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, na Segunda Turma, para julgar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro configuram um despautério. A anulação de quatro sentenças contra o ex-presidente na 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba pode até ser “garantista”, sim, mas o que garante é a impunidade de um condenado. Pois inocenta o réu e os hackers criminosos a serviço do The Intercept Brasil. E encaminha condenação do magistrado que o sentenciou.

Para desacreditar, verbi gratia, o voto de Gilmar basta lembrar que as citações de mensagens obtidas de forma ilícita serão excluídas dele, ao ser publicado. Mas obtiveram o efeito que dele esperava. Como, por exemplo, os muxoxos de “gravíssimo”, expelidos pela colega Cármen Lúcia, antes de manifestar intenção de modificar o dela, até então contra. Chamar a Lava Jato de “quadrilha” e de o “maior escândalo judiciário da História” não são meros arroubos de retórica, mas exageros que não se baseiam nos autos nem em fatos julgados. Quem duvidar consulte os resultados práticos em punição de criminosos de alto coturno confessos.

Dizer que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública destruiu os setores de engenharia e química é ocultar que as empreiteiras condenadas por conluio, aí, sim, com o PT e seus asseclas eram, como demonstram provas, testemunhos e fatos, usinas de corrupção. A suspeição de Moro leva o Brasil de volta ao que era. Na série Nêumanne Entrevista, que este autor publica em blog no portal do Estadão, foi registrado o testemunho do desembargador paulista Fausto De Sanctis, que, na primeira instância, condenou os réus da Operação Castelo de Areia, absolvidos por chicana no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo ele, “agora o Brasil recua para antes da Lava Jato e da Castelo de Areia, da impunidade aceita”.

Se, de fato, o ministro Nunes Marques usar o pedido de vista que fez para estudar bem a questão, votará contra a suspeição. As mensagens de Telegram foram obtidas ilegalmente e Moro já disse que não as reconhece. Quem condenou nem se deu ao trabalho de mandar fazer uma perícia. Escândalo maior de todos é nada ter sido feito até agora contra a corrupção que deu fim à investigação da corrupção da Camargo Corrêa.

Em delação premiada à Polícia Federal (PF), Antônio Palocci, que não era um pé-rapado, mas um importante chefão do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que, das mil medidas provisórias editadas por seus companheiros, pelo menos 900 foram movidas a propina. Trocando em miúdos, Lula teria vendido quase mil leis. Por muito menos – prometer indicar um julgador para uma Corte superior – o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy está preso. Se este houvesse feito o que fizeram aqui Lula, Regis Fichtner e Sérgio Cabral, teria ido para a guilhotina. O que estamos assistindo é ao topo do Judiciário protegendo o crime, sentenciado no primeiro grau. O STF não está imune ao mercado persa de promovidos às altas Cortes, escolhidos para inutilizar as sentenças ditas “punitivistas” por advogados grã-finos, emanadas de juízes nomeados por concurso público.

Num dos editoriais antológicos publicados pelo Estadão foi registrado: “Mesmo com a suspeita de que Sérgio Moro foi parcial ao julgar os casos de Lula, (…) não é possível simplesmente considerar, como num passe de mágica, que não houve assalto lulopetista à Petrobrás, que não houve escandalosa promiscuidade no Congresso, que não houve indecente relação de Lula com empreiteiros”. E ainda: “O imbróglio, ademais, diz muito sobre o Judiciário, que sai lanhado. Não há explicação, compreensível para leigos, para o fato de que se tenha levado tanto tempo para processar, julgar e condenar Lula, mesmo diante de tantas evidências; para que a defesa do ex-presidente tenha tido tantas possibilidades de recurso mesmo com condenações em três instâncias; para que o Supremo decidisse pela enésima vez mudar a jurisprudência sobre prisão após condenação em segunda instância, o que permitiu a libertação de Lula; e finalmente para que se tenha decidido somente agora que Curitiba não era o foro correto para os casos do sr. Lula da Silva, sendo que havia jurisprudência específica sobre o escopo da Lava Jato desde 2015 – aliás, citada pelo próprio ministro Fachin em sua intempestiva decisão”.

Para não deixar dúvidas de que essa não é uma posição isolada, talvez convenha lembrar editorial de outro jornal, O Globo, a respeito do mesmo tema. “Não custa lembrar: Lula foi condenado com base em provas robustas, e as sentenças foram confirmadas na segunda instância (TRF-4) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Emilio Odebrecht confessou a participação de sua empreiteira na reforma do sítio de Atibaia. Leo Pinheiro, da OAS, aparece em imagens visitando com Lula as obras que sua empreiteira fazia no triplex do Guarujá. Foram encontrados documentos com rasuras mostrando a troca de um imóvel de padrão comum pelo triplex. Um ex-diretor da OAS relatou tratativas para equipar as cozinhas do sítio e do apartamento, pagas pela empreiteira. Há notas fiscais do negócio. Há vários registros de fotos e vídeos da presença presidencial nos dois lugares”.

E tem mais: “Impossível ainda contestar que as negativas de Lula sempre foram tíbias. Ele quis transformar as investigações em perseguição política para desempenhar o papel de vítima e conquistar simpatia. Mas a nódoa do maior esquema de corrupção já desmascarado no país continuará a manchar sua biografia”.

Pimenta na boca dos outros é refresco e é de que Lula agora reclama, mas inaugurou: vender operação da Polícia Federal. Até o próprio Gilmar, que agora o defende, denunciou o Estado policial sob a batuta de Márcio Thomaz Bastos. Em seu livro Assassinato de Reputações, o delegado Romeu Tuma Júnior, ex-secretário nacional de Justiça de Lula, afirma que, durante seus dois governos, o ex preparou-se para fazer uso deles, o que fez às avessas, para tornar a Polícia Federal uma polícia, não de Estado, mas um instrumento pessoal de pressão e intimidação, uma polícia de partido, uma versão tupiniquim da Stasi alemã ou da checa (polícia secreta russa).

Ou seja: foi, no mínimo, a cafetina, que vendeu o resultado da prostituição de seus correligionários e apoiadores. De fato, ele não se vendeu. Vendeu o próprio desgoverno. Ou melhor, cafetinou as prostitutas partidárias e prostituiu o Estado.

·        Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne, segunda-feira 15 de março de 2021)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique aqui.


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Direto ao Assunto no YouTube: Lula mira em Bolsonaro

1 – Petista ataca presidente e seu desgoverno em primeiro pronunciamento público após ter sido ficha higienizada por ex-militante do PT Fachin, mas ainda vai gastar muita energia tentando desmoralizar Moro, que ambos querem evitar na disputa de 2022, conforme tenho dito reiteradas vezes aqui. 2 – Ex-presidente acusa Lava Jato de ter dado R$ 172 bilhões de prejuízo a empresas brasileiras, mas omitiu que corrupção de seu governo quase quebrou a Petrobrás, maior estatal brasileira. 3 – Ex-sindicalista fez campanha por vacina e, em seguida, chefe do governo usou máscara e anunciou que se vacinará, sim. 4 – Ex-réu agradeceu a protetores do STF, papa e presidente argentino, mas esqueceu desembargador que tentou tirá-lo da cadeia antes. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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Direto ao Assunto no YouTube: STF a serviço de Lula e Bolsonaro

1 – Em vez de tornar viável a substituição do presidente da República por alguém que compre vacinas para imunizar o povo e convença os cidadãos a ficarem em casa, o STF se reuniu para limpar a ficha do petista, que nomeou grande parte deles. 2 – Fachin anulou 4 processos em que o réu-mor do mensalão foi condenado. 3 – Gilmar dedicou-se à condenação de Moro, que o apenou e de cuja popularidade sente óbvia inveja. 3 – Lewandowski desconheceu milhões devolvidos por corruptos no voto em que definiu o juiz da Lava Jato como arbitrário e parcial. 4 – O “excelso pretório” agiu como um penico sem tampa. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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No Blog do Nêumanne: Lula limpo interessa a Bolsonaro

José Nêumanne

No momento em que governo e oposição se unem para afrouxar as leis que punem políticos gatunos, Fachin anula processos contra petista e presidente poderá enfrentar adversário preferido em 2022

Acusado de tentar subornar um juiz e de tráfico de influência, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi condenado a três anos de cadeia por corrupção pelo 1.º Tribunal Criminal de Paris e cumprirá pena em prisão domiciliar. Sarkozy tentou obter, de forma ilegal, informações de um magistrado sobre uma ação legal em que era investigado, em 2014. Foi assim que comecei comentário em vídeo que postei no sábado 6 de março no Blog do Nêumanne no portal do Estadão. O juiz abordado, Gilbert Azibert, terminou não conseguindo um empregão em Mônaco.

A sentença destacou que Sarkozy usou seu status de ex-presidente para oferecer a Azibert, principal magistrado de Apelações da França, um ótimo emprego em Mônaco em troca de informações confidenciais sobre a tal investigação. O ex-presidente foi investigado por supostos pagamentos ilegais para sua campanha presidencial, em 2007,  da herdeira da grife L’Oréal, Liliane Bettencourt. Com rigor a França tratou o assunto de vincular ou tentar vincular promoções a julgamentos. Ou seja, foi considerado que é corrupção oferecer promoção. Não havia dinheiro em jogo, lembrei no vídeo, que pode ser acessado no blog. E afirmei que a França combateu a perspectiva de mercados persas de nomeações e promoções no Judiciário, método useiro e vezeiro no Brasil. Os tribunais superiores por aqui nada têm que ver com os franceses. Vive la France!

O jornal O Globo tratou do assunto em editorial na segunda-feira 8, chamando a atenção para o fato de que a decisão ainda depende de sentenças emanadas de instâncias superiores e são notórias as dificuldades que o debate levantou naquele país europeu. E concluiu no último parágrafo: “Sempre haverá pressão política para melar investigações. É essencial resistir. Como resumiu o prefeito de Grenoble, Éric Piolle: ‘É preciso que as penas sejam executadas. A não execução das penas é a impunidade’. Vale para a França, vale para o Brasil.” Ou pelo menos deveria valer. Desde 2014 a impunidade tem sofrido vários revezes neste país graças à Operação Lava Jato de Curitiba e a alguns juízes como Sergio Moro, Marcelo Bretas e Walisney de Oliveira. O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, seguindo orientação do chefe, que o nomeou passando por cima da tradição de indicar alguém da lista tríplice votada pelos procuradores, já deu por finda a exceção. Como lamentou o desembargador Fausto de Sanctis, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, na primeira instância, condenou os réus da Operação Castelo de Areia, mas estes seriam absolvidos por uma chicana: a denúncia original baseou-se em informação anônima e isso anulou todas as provas obtidas por agentes e procuradores federais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O então ministro do STJ Asfor Rocha anulou a Castelo de Areia. Conforme delação de Antônio Palocci, figurão dos governos Lula e Dilma, Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça do primeiro, prometeu a Rocha, presidente do STJ à época, uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Como a vaga acabou não saindo, o pagamento teve de ser feito em propina de R$ 5 milhões, segundo consta na delação premiada de Palocci à Polícia Federal (PF). Isso tudo foi noticiado e por mim comentado no Estadão, neste blog, no rádio e na televisão. A promoção de Asfor Rocha ao STF não saiu porque a presidente Dilma Rousseff preferiu nomear o então também ministro do STJ Luiz Fux, que iria “matar no peito” o processo do mensalão, de cabo a rabo.

Isso ocorreu ainda com Régis Fichtner, o todo-poderoso chefe da Casa Civil no governo do famigerado Sérgio Cabral, que promoveu ao mesmo STJ seu cunhado Marco Aurélio Bellizze, indo contra a indicação de Adriana Ancelmo, então mulher do ex-governador, que, afinal, foi preso e condenado a 332 anos de cadeia. Aliás, em sua delação premiada Cabral confirmou tudinho! Mas essa é outra história. E até agora deu em nada.

Recentemente, no Nêumanne entrevista Fausto de Sanctis, publicado no Blog do Nêumanne no portal do Estadão, o desembargador citado criticou o desempenho do presidente Jair Bolsonaro no esforço conjunto dos três Poderes para promover o retrocesso do Brasil à impunidade generalizada. Seus temores se justificam em reportagem publicada nesta segunda-feira 8 de março e assinada pelo repórter Felipe Frazão: “Depois de fracassar na tentativa de blindar parlamentares da prisão, a Câmara se prepara para enfrentar, nas próximas semanas, uma série de discussões com potencial para afrouxar leis anticorrupção e dificultar investigações. Nos bastidores, as medidas são chamadas de ‘pacote da impunidade’ por adversários do presidente da Câmara, Arthur Lira Progressistas-AL). A ofensiva reúne propostas que vão de mudanças nas Leis de Improbidade Administrativa, da Ficha Limpa, da lavagem de dinheiro e da proteção de dados para fins penais até a inviolabilidade de escritórios de advocacia”. A agenda atende a interesses da confraria formada pelo Centrão e pela “oposição de esquerda”, interessados no liberou geral para seus chefões.

O sucesso inevitável dessa catastrófica ofensiva da gatunagem mostra que, mais do que um estelionatário eleitoral, Jair Messias Bolsonaro é o cavalão de Troia que vendeu um discurso inteiramente falso para se eleger. E, depois, cumprir sua missão de destruidor da modernização legislativa nacional para combater a corrupção, que já era adaptada ao mundo civilizado contemporâneo. Ali Babá opera para liberar 40 milhares de ladrões. Essa aliança espúria resultou na anulação dos processos contra Lula em Curitiba pelo relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin,, o que permitirá sua candidatura para ser adversário do presidente, como este deseja, no segundo turno de 2022. E é a liga metálica que impede o impeachment ou a aprovação pela Câmara de investigação dos inúmeros crimes cometidos pelo chefe da famiglia Bolsonaro na asquerosa negligência no combate à pandemia e à recessão por ela provocada. O resto é lorota assassina para acalentar gado.

*Jornalista, poeta e escritor


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Nesta quarta-feira no Estadão: Os efeitos mortais do desgoverno Bolsonaro

José Nêumanne

Estelionatário do voto, presidente é fiel

a passado autoritário, terrorista e estatizante

Jair Bolsonaro ganhou a eleição presidencial, que não foi fraudada, como repete, apoiado em dois pilares: o antipetismo e o slogan que furtou das manifestações populares de 2013, resumindo o que exigiam: “Mais Brasil, menos Brasília”. A repulsa a Lula levou-o a assumir compromisso com o apoio ao que, finda a primeira metade de sua gestão, é chamado de “lavajatismo”, pondo o ex-juiz Sergio Moro no Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O desmonte da privilegiatura, especialmente os burocratas fardados, esbulhando o contribuinte, virou lorota “liberal na economia e conservadora nos costumes”, que acomoda na Esplanada dos Ministérios um fã secreto de Augusto Pinochet, Paulo Guedes, e Damares Alves, lunática que conversava com Jesus Cristo numa goiabeira.
O liberalismo de caviar com champanhota, sustentado por uma nobiliarquia burguesa, guiada pelo “sorry, periferia” de Ibrahim Sued, pôs à mesa Salim Mattar – que logo entendeu que fora chamado para um picadeiro, e não para uma equipe econômica, e pulou fora –, se distrai e se desfaz no ridículo do viciado em almoço grátis, a renegar Chicago. O combate à corrupção foi despejado no verão de 2018, quando o então deputado estadual fluminense Flávio Bolsonaro foi avisado (segundo seu suplente, Paulo Marinho) de que o esquema de que era beneficiário na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) fora devassado pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ). Dois verões depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), seguindo João Noronha, decretou a abolição da fiscalização de atividades financeiras ilícitas sem inocentar o réu. De olho na vaga do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, a ser aberta no inverno que vem.

No governo ele conta com a garantia de que seus crimes de responsabilidade não serão punidos e poderá jogar no lixo a promessa de extinguir a reeleição, mercê do Centrão (“não fica um, meu irmão”) do alagoano Arthur Lira e do mineirão Rodrigo Pacheco. O capitão terrorista, cuja pretensão de explodir quartéis e a adutora do Guandu foi perdoada por juízes do Superior Tribunal Militar (STM), sabotou às escâncaras as fundações da democracia, contando com aliados aloprados. Tais como Sara Giromini, Daniel Silveira e Bia Kicis. O estrategista escolado em crime de colarinho-branco Frederick Wassef foi reabilitado no seio da famiglia pelo perdão ao primogênito. E este terá o inquérito do MP-RJ sepultado sem choro nem vela pelo procurador-geral da Justiça daquele Estado, Luciano Mattos, nomeado pelo governador provisório, Cláudio Castro, para dar um roque no xadrez da investigação mais rica em crimes desde Sérgio Cabral.

Sobrenatural de Almeida, personagem do analista dos costumes dos subúrbios da ex-Cidade Maravilhosa, Nelson Rodrigues, providenciou uma pandemia para ele atuar como charlatão-mor do País, com cloroquina na maleta. Em 25 de fevereiro morreram 1.582 súditos e na live do trono Sua Majestade, o artilheiro que nunca disparou um morteiro, expôs habilidades de homem do óleo da cobra das feiras livres do interior, mirando no seu mais recente inimigo público número um, a máscara anticovid. Chamou de efeitos colaterais do uso da máscara os sintomas “irritabilidade, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa de ir para escola, vertigem e desânimo”. Nem pense em rir, já que se trata de um diagnóstico grave, capaz de produzir centenas de milhares de vítimas de morte. A receita foi-lhe passada, segundo os repórteres Samuel Lima e Gabi Coelho, do Estadão, por tuíte, pelo médico (!) Alessandro Loiola, “que já foi alvo de quatro verificações do Projeto Comprova por espalhar informações falsas e é autor de um livro chamado Covid-19: a fraudemia, um compêndio de teses anticientíficas e teorias conspiratórias”.

Antes de março chegar, na perspectiva de ser o mais terrível mês na guerra ao novo coronavírus, alucinados aglomeraram-se sem máscara à frente da casa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, em protesto contra o lockdown que este decretou. “Queremos trabalhar”, tuitou o chefe do Executivo. Quem o impede de fazê-lo? Poderia interromper a folga a que se dedica desde a posse para mandar o Ministério da Saúde cumprir a ordem da ministra do STF Rosa Weber e reabrir UTIs de covid do SUS, em vez de dar resposta desaforada: “Cabe a cada Estado fazer a sua parte”.

Como se trata de mais uma proposta para não ser cumprida pelo estelionatário de hábito, e convém evitar que ele continue desmandando para colher cadáveres, resta-nos ecoar o que disse o senador Tasso Jereissati, ao defender a CPI da covid-19: “Alguém precisa parar esse cara”. É mesmo absurda (e não se diga burra, em respeito aos quadrúpedes muares) a oposição dele aos únicos instrumentos de que a humanidade dispõe para escapar do contágio mortal: higiene, máscaras, isolamento, auxílio emergencial e vacina, sim. Muitas vidas poderão ser salvas se se lavarem suas mãos sujas de sangue e lhe negarem o poder de decretar efeitos mortais de seu desgoverno homicida.

  • Jornalista, poeta e escritor

 (Publicado na página A2 do Estadão na quarta-feira 3 de março de 2021)

Para ler no Portal do Estadão clique aqui.


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Comentário no Jornal Eldorado: Bolsonaro X Governadores, novo round

A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber concedeu no sábado, 27 de fevereiro. uma liminar em ação ajuizada pelos governadores dos Estados de São Paulo, João Doria, Maranhão, Flávio Dino, e Bahia, Rui Costa, contra o governo federal para a retomada do custeio de  leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19. A decisão de Rosa Weber, em caráter liminar, deve ser cumprida de forma imediata. O Ministério da Saúde reagiu em tom de cantina de caserna em nota oficial em que considerou “o pedido solicitado à nobre ministra injusto e desnecessário, uma vez que o SUS vem cumprindo com as suas obrigações. Cabe, portanto, a cada governo fazer a sua parte”. A decisão, a ser confirmada em plenário, vai acabar com a lorota de que o Supremo tirou a responsabilidade federal sobre a gestão da pandemia.

Para ouvir comentário clique no pllay abaixo:

 

 

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Assuntos para comentário da segunda-feira 1 de março de 2021

1 – Haisem – STF manda Saúde bancar leitos de UTI em 3 Estados – Este é o título de uma chamada no alto da primeira página do Estadão fr hoje – Em que esta notícia contradiz, a seu ver, a narrativa bolsonarista de que o governo federal não tem responsabilidade nenhuma pelo combate à pandemia

2 – Carolina – Preço de matérias-primas sobe 40% e favorece Brasil – Esta é a manchete da edição impressa do jornal de hoje – Até que ponto esta notícia pode nos servir de regozijo neste primeiro dia do mês de março, que tem trazido notícias assustadoras sobre o contágio da covid-19

3 – Haisem – Com vacina, mas ainda sem remédio eficaz – Este é o título de primeira página do Estadão desta segunda-feira. Até que ponto a notícia boa, na sua opinião, é compensada pela novidade ruim

4 – Carolina – Decisão do STJ pode atingir outros do “clã Bolsonaro” – Este é o título de mais uma chamada de primeira página do jornal de hoje. Em que, a seu ver, essa notícia altera o panorama de punição de membros da família do presidente da República

5 – Haisem – “Bolsonaro favorece monopólio da Petrobras” – Este é o título do vídeo da série Nêumanne entrevista Roberto Macedo, publicado hoje no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. Em que o professor de Economia da USP esclarece a crise criada na maior estatal brasileira com a intervenção do presidente da República em sua política de preços

6 – Carolina – Afonsinho: sobra dinheiro, falta técnica – Este é o título do vídeo de outra série semanal, Dois dedos de prosa, também publicado no Blog do Nêumanne na edição virtual do jornal, com o ex-jogador de futebol, que se tornou o grande nome da luta contra o passe, tido como um tipo de escravidão no esporte profissional mais popular do País

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