Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

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Nêumanne entrevista Edilson Martins – 2019 (14ª)

Para ex-Pasquim, Lula preso

prova vitalidade da democracia

Jornalista diz que postagens em redes sociais são predominantemente lixo, inclusive as dele, esta é a era da estupidez planetária e quem quer credibilidade, por óbvio, não as procura

“Lula preso, apesar do desconforto de parte do STF e do STJ, de diferentes corporações, e Temer na fila da cadeia são provas da vitalidade atual da democracia brasileira. Da independência dos Poderes. Até quando nunca se sabe, num país  onde as experiências democráticas são pontuadas, interrompidas, por golpes de Estado”, pontifica Edilson Martins, jornalista, pioneiro em cobertura de ecologia e especialista em Amazônia na última resposta na edição desta semana da série Nêumanne entrevista. O colunista no lendário Pasquim, mítico jornal dito nanico, pioneiro em alternativa à chamada grande imprensa, é impiedoso com a nova versão daquela aventura editorial ao declarar: “nenhuma revolução, até hoje, foi mais democrática, mais contundente, mais desestabilizadora. Que o digam os jornalões. Elas estão promovendo a sacralização dos idiotas, dos imbecis, elevando à condição de filósofo um contador de lorotas, transformando farsantes em celebridades. O idiota tem à mão um jornal, uma rádio, uma TV, é acessado em todo o planeta. Ele deita e rola. O “efeito manada”, antes provincial, municipal, eventualmente nacional, agora é universal. Estamos vivendo o primado da estupidez planetária. Quem quer credibilidade não vai às redes. Por óbvio.”

Edilson trabalha há mais de 40 anos em jornalismo e cinema documental sobre a questão amazônica e a temática indígena. Foto: Acervo pessoal

Edilson trabalha há mais de 40 anos em jornalismo e cinema documental sobre a questão amazônica e a temática indígena. Foto: Acervo pessoal

Edilson Martins é jornalista, escritor e documentarista. Recebeu o prêmio Vladimir Herzog. Trabalhou como repórter especial no Jornal do Brasil, na revista Manchete e foi um dos colunistas do Pasquim. Criou a primeira coluna de ecologia – meio ambiente – na grande imprensa do País, Páginas Verdes. É autor de oito livros, dois de ficção, Makaloba e Bediai – O Selvagem e o Voo das Borboletas Negras. O livro Nossos Índios Nossos Mortos vendeu 400 mil exemplares, certamente um dos mais vendidos no País tratando da questão indígena. Nasceu no Acre, mas vive no Sul/Sudeste desde os 18 anos. O documentário Chico Mendes – Um Povo da Floresta, que tem sua direção e produção, foi um dos mais exibidos na primeira metade dos anos 1990 em todo o Ocidente. Trabalha há mais de 40 anos com a questão indígena, com a Amazônia e, principalmente, com a questão ambiental.  Prepara mais uma série para a televisão sobre a Amazônia. Foi amigo pessoal de Chico Mendes,  Orlando Villas-Bôas, dom Pedro Casaldáliga, Darcy Ribeiro e Apoena Meirelles.

Nêumanne entrevista Edilson Martins

Nêumanne – Recentemente, em entrevista a nosso colega Augusto Nunes na Rádio Jovem Pan, Jair Bolsonaro disse que se pudesse faria do filho Carlos ministro, pois foi ele que o levou à vitória no pleito presidencial. Esse é um, digamos, “mito” das redes sociais. Como “rato” do Facebook e congêneres, o senhor concorda com a assertiva do presidente e com o comportamento que ele tem adotado de governar apenas para o que prometeu a seus devotos em posts no Twitter? 

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Comentário no Jornal Eldorado: Toffoli: liberdade é relativa

Para enfrentar a tempestade de críticas iniciada com sua decisão estapafúrdia de criar um atalho à Constituição para permitir que o Estado julgador também seja parte e acusador, o presidente do SS-TF, Dias Toffoli, começou uma cruzada (no sentido original da palavra) pública contra a geração de ódio na sociedade pela liberdade de expressão. Apesar de não haver palavra no sistema jurídico brasileiro que sustente a afirmação de que este direito não seja absoluto por muitas vezes ferir a própria Constituição, demonstração pública de má-fé e ignorância, que exige de sete membros da instituição que preside alguma providência para deter sua insânia antes de afundarem na vergonha geral.

Após receber de Dodge aula sobre ilegalidade de seu decreto, Toffoli investiu contra liberdade de imprensa, ao estilo PT. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

Após receber de Dodge aula sobre ilegalidade de seu decreto, Toffoli investiu contra liberdade de imprensa, ao estilo PT. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

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Assuntos do comentário da quinta 18 de abril de 2019

 1 – Haisem – Que autoridade e conhecimento tem Dias Toffoli para atribuir à liberdade de expressão a geração de ódio na sociedade

 2 – Carolina – Que resultado poderá dar o novo pedido de explicações que o ministro do STF Edson Fachin fez diretamente ao relator do inquérito, Alexandre de Moraes, para blindar os membros da Corte e seus familiares

 3 – Haisem – Em que muda a nota oficial de Bolsonaro com a explicação dada depois de sua divulgação nas redes sociais pelo porta-voz do Planalto, general Rêgo Barros?

 4 – Carolina – Quais os efeitos produzidos até agora nos ânimos dos chefes dos Poderes da República pela censura decretada por dois ministros do STF sem que os outros ainda se tenham posicionado a respeito

 5 – Haisem – Qual sua opinião sobre o aumento de 10 centavos decretado pela Petrobrás para o óleo Diesel e a reação que poderá gerar greve dos caminhoneiros com eventual crise como a de maio do ano passado

SONORA_CASTELLO BRANCO 1804

 6 – Carolina – Depois de mais uma prova de fragilidade e desarticulação da base do governo na CCJ da Câmara que conseqüências poderá ter a votação da reforma da Previdência para o futuro

SONORA FRANCIS 1804

 7 – Haisem – O que poderá mudar o destino penal do ex-presidente Temer a descoberta feita pelo Ministério Público da pessoa que tentou fazer um depósito de 20 milhões para a Argeplan do coronel Batista Lima em agência perto da sede de sua empresa em pleno mês da última eleição

 8 – Carolina – Quem é, o que faz e como pensa a pessoa que protagoniza a edição desta semana da série Nêumanne entrevista no seu blog


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No Estadão: Nunca houve milícias “do bem”, general

Construtora dos prédios que desabaram

é criminosa, como a Máfia e a Camorra

O desabamento de dois prédios na Comunidade da Muzema, no Rio, começou, realmente, com um imprevisto: o índice pluviométrico deste início de abril surpreenderia até o gênio da música popular Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, que registrou, em antológica gravação com Elis Regina, “as águas de março fechando o verão”. Mas estas jamais poderiam ser usadas como pretexto pelo prefeito Marcelo Crivella. Qualquer pré-adolescente em qualquer região do Brasil hoje é avisado por um simples aplicativo no celular sobre vinda de chuva com muita antecedência. A falta dessa informação na ex-Cidade Maravilhosa é um sinal absurdo de incapacidade gerencial.

No entanto, por uma questão de justiça, não se pode negar que o problema dos deslizamentos de barrancos nos morros que cercam o Rio, origem da tragédia e da fama de sua deslumbrante paisagem urbana na harmonia de mar e montanha, vem de priscas eras e do longevo abandono da cidade – e do País – pelo Estado corrupto, estroina e imprevidente. Começa, de verdade, na invasão da então capital federal pelos soldados da República chegados de Canudos, na Bahia, aonde foram massacrar os desvalidos do sertão, que, fiéis ao fanático cearense Antônio Vicente Maciel, o Conselheiro, foram confundidos com revoltosos monarquistas, assim como hoje quem apoia o governo federal é chamado de fascista e quem a este “resiste”, de comunista. Sem lar nem dinheiro, eles se instalaram nas encostas que descem até perto da praia, por falta de condições financeiras para ter habitação decente em local seguro.

A desgraça dos soterrados dos desabamentos resulta, em primeiro lugar, do ominoso déficit habitacional brasileiro neste país do faz de conta. Os mesmos políticos que garantem o direito de todos à moradia roubam os cofres de todos e constroem as próprias fortunas sacando do erário verbas públicas que poderiam financiar casas dignas para cidadãos decentes, que pagam escorchantes impostos para tanto.

O segundo capítulo dessa tragédia carioca, com correspondente relevante em várias metrópoles, ergue-se sobre alicerces em outra ignomínia praticada pelo Estado brasileiro – União, unidades federativas e municípios –, qual seja, o absoluto abandono desses mesmos pobres sem moradia à anomia (ausência de governo) generalizada. Ao subir o morro para construir ou comprar seu barraco, o pobre assume a condição de ter negados água encanada, esgoto, rede elétrica e, sobretudo, o direito de viver em paz honestamente, como pretendia. Sem o conforto da civilização, vivida abaixo, ao alcance de seus olhos, no “asfalto”, conjunto de bairros com direito aos confortos e à proteção do Estado contra os fora da lei.

O único direito a que o “favelado” tem acesso é o de ter seu território sido batizado de “comunidade”, em vez de “favela” (denominação de um arbusto seco da paisagem sertaneja de que voltou, depois de reprimir o levante do beato). Como se isso bastasse. Seja qual for o nome, mais de um século depois do conflito ele não apenas tem de conviver com criminosos perigosos que administram o tráfico de entorpecentes e de armas, como também de deles depender para levar a mulher à maternidade, o filho ao hospital e outras rotinas que os gestores públicos lhe negam.

Antes de Crivella assumir a parte que lhe cabe no latifúndio desse erro, convém admitir que a atividade que vende “edifícios de areia”, como definiu um vizinho diante da tragédia da Muzema, o antecede. As tais milícias não surgiram para fazer o bem, como declarou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Mas, sim, como uma atividade mafiosa, criada a pretexto de combater o traficante inimigo. Quem entende sabe. Caso do juiz Walter Maierovitch, que as definiu como sendo “organizações criminosas de matriz mafiosa, que difundem, como a Cosa Nostra, o medo para obter controles de territórios e social.”

A atividade adquiriu, assim, força nos Poderes da República. Segundo Maierovitch, conhecedor da Camorra italiana, “quem tem controle social influencia nas eleições. Como frisou o escritor e jornalista siciliano Gaetano Sciascia, ao difundir o terror essas organizações impõem à comunidade dominada a ‘solidariedade pelo medo’. Isso ocorre porque não confiam nas autoridades.” Ou seja, o prefeito, o governador do Estado, os presidentes da Assembleia Legislativa (Alerj) e da República não são os únicos a serem apontados como responsáveis – culpados seria exagerado – pela tragédia, que nada tem de acidental.

Crivella defendeu-se apelando para o registro das autuações e da interdição dos prédios que ruíram, como se a prefeitura nada tivesse que ver com o fato de eles terem sido construídos. Wilson Witzel passou o pano, como se diz na gíria, sobre a própria gestão, esquecendo a inércia de suas polícias na repressão às milícias, que cobram “proteção”, lucram com caça-níqueis proibidos e vendem água, gás e gambiarras de eletricidade e TV por assinatura. E ainda concorrem com o mercado imobiliário construindo edifícios a preços “módicos” sem “luxos” como habite-se e segurança.

Isso acontece com ajuda da dita, e nunca feita, “justiça”. Segundo o UOL, o embargo à obra de outro edifício na Muzema, Figueiras de Itanhangá, pedido pela Procuradoria-Geral do município, teve liminar negada pela 20.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, em processo relatado pela juíza Marília de Castro Neves, autora, em 2017, de polêmica mensagem nas redes sociais em que descreveu a vereadora Marielle Franco como “engajada com bandidos” e “eleita pelo Comando Vermelho”.

Bolsonaro calou sobre a tragédia. Carlos, seu filho e vereador no Rio, empregou Márcio Gerbatim, suspeito de ligações com milícias e ex-marido da mulher de Fabrício Queiroz, de quem o próprio presidente disse saber que “fazia rolo” e que foi assessor de outro filho, o senador Flávio, na Alerj.

José Nêumanne Pinto

Jornalista, poeta e escritor

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Comentário no Jornal Eldorado: Quanta burrice, meu Deus!

O relator do decreto do presidente do STF, Dias Toffoli, tentando evitar críticas aos 11 ministros, agora nobres impunes, da Corte, Alexandre de Moraes cometeu vários erros na censurar à revistaCrusoé e o site O Antagonista, expondo incultura. Escreveu Cruzoé, com . Confundiu expressão com informação, pois se trata de uma notícia, não de um comentário. Enfim, abusou do latim para preservar a “honra” do colega e terminou por expô-lo ainda mais, pois a truculência despertou a atenção geral para o material censurado. A informação de que o ofendido atendia pelo codinome de “amigo do amigo do meu pai” no propinoduto da Odebrecht bombou geral. Quanta e nada santa burrice!

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Assuntos para comentário da terça-feira 16 de abril de 2019

1 – Haisem – O que justifica a decisão tomada ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para proibir a publicação pela revista Crusoé do site O Antagonista do documento da Polícia Federal relacionando presidente Dias Toffoli no propinoduto da empreiteira Odebrecht

2 – Carolina – A declaração da ministra Cármen Lúcia de que “cala-boca” já morreu” ainda está valendo ou caiu em desuso depois da censura imposta por Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Já se sabe o que ela achou disso

3 – Haisem – Manchete diz que “projeções mostram PIB negativo no primeiro trimestre”. E agora, José?

4 – Carolina – Que prejuízos terá a votação na Comissão de Constituição e Justiça sobre a constitucionalidade, ou não, da reforma da Previdência, depoois de outra, sobre o Orçamento impositivo, ter furado a fila

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5 – Haisem – Qual a importância histórica da decisão da Justiça de tornar réu o ex-governador de São Paulo e ex-presidenciável do PSDB Geraldo Alckmin, o Santo do propinoduto da Odebrecht

6 – Carolina – Roberto Castelo Branco disse ontem em Brasília que ainda há decisão a ser tomada pela Petrobrás a respeito do reajuste do Diesel, mas a empresa “é livre”. Afinal, os caminhoneiros ganharam ou não a parada

7 – Haisem – O que você tem a comentar sobre a decisão do Museu da História Nacional de se recusar a sediar a entrega do prêmio de Personalidade do Ano a Jair Bolsonaro

8 – Carolina – Além de chorar, o que há a dizer sobre o incêndio da Notre-Dame de Paris

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Comentário no Jornal Eldorado: Suspeito cancela Lava Toga

Do seu ponto de vista pessoal, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem bom motivo para cancelar de vez a perspectiva de a Casa aprovar a instauração da CPI dita da Lava Toga: o TRE de seu Estado arquivou duas ações por caixa 2, mas o MPE conseguiu encaminhá-las para o STF, que agora o tem ao alcance da pancada de seu martelo. Para alívio de vários senadores, caso de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, a decisão pode servir de modelo para o esquecimento de outras iniciativas que inquietam os 11 membros do prédio ao lado na Praça dos Três Poderes, a sede do próprio STF, alvo de processos de impeachment que o jurista Modesto Carvalhosa tenta convencer o Senado a abrir.

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https://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/investigado-cancela-lava-toga/

Assuntos para comentário de segunda-feira 15 de abril de 2019

 1 – Haisem – Você concorda com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, quando ele se proclama conciliador entre os poderes republicanos ao não autorizar o funcionamento da CPI da Lava Toga

 2 – Carolina – Quais são, a seu ver, as chances de o Congresso Nacional vir a proibir, como tem sido prometido, mas nunca cumprido, o foro de prerrogativa de função que tem tornado os parlamentares brasileiros inimputáveis

 3 – Haisem – O que produziu o deslizamento de terras depois dos temporais que caíram no Rio, até agora com dez mortes, nos últimos dias da semana passada de dois edifícios na Comunidade da Muzema, que, segundo as autoridades policiais, é dominada por uma milícia

 4 – Carolina – Depois do episódio da intervenção no aumento anunciado pela Petrobrás para o óleo Diesel para evitar mais uma crise provocada por obstrução das estradas por caminhoneiros em maio, qual é, em sua opinião, o Jair Bolsonaro de verdade: o parlamentar intervencionista por 30 anos ou o candidato e presidente empossado, que se proclama liberal em economia

 5 – Haisem – Quem tem razão: o presidente de Israel, Reuven Rivlin, e o Museu do Holocausto criticaram declaração de Bolsonaro de que se pode perdoar o Holocausto, mas nunca esquecer, ou o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelem, que o apoiou

 6 – Carolina – O que motivou a Advocacia-Geral da União a dar parecer favorável à abertura de inquérito por Dias Toffoli, inquérito a ser relatado por Alexandre de Moraes para investigar e punir críticos do STF

 7 – Haisem – Por que o presidente Bolsonaro não extingue essa obrigação legal absurda de garantir pagamento de oito assessores, inclusive dois seguranças, e despesas de viagem de ex-presidentes da República

 8 – Carolina – Qual foi a boa e qual a má notícia do futebol neste Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa


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No Blog do Nêumanne: É a política real, seu bobo!

Bolsonaro descobriu no governo que a ‘nova política’ não terá de enfrentar a ‘velha’, mas a real, e subiu preço do Diesel a pedido de caminhoneiros enviado ao computador de Ônyx

Na campanha do democrata Bill Clinton para presidente dos Estados Unidos, seu marqueteiro, James Carville, ganhou fama internacional por conta de uma tirada de gênio que desconcertou os republicanos, no fim derrotados. O candidato movia os lábios dizendo “é a economia, estúpido!” sem pronunciar a frase agressiva. Referia-se ao assunto que mais interessa a qualquer eleitor em qualquer país do mundo: o bolso, que, segundo Delfim Netto, é o órgão mais sensível do corpo humano.

Neste momento aqui, nestes “tristes trópicos”, bem longe dos EUA e, ao que tudo indica, ainda mais longe de Deus, radicalizando a frase famosa de um presidente esquerdista do México, Lázaro Cárdenas (“pobre México, tan cerca de los Estados Unidos y tan lejos de Dios”), Bolsonaro parece metido numa camisa de sete varas sobre a era de nossa política. Na condição de único candidato isento de acusações da Operação Lava Jato e, portanto, favorito à vitória que acabou se confirmando, utilizou a marca da “nova política” contra a “velha”, comprometida pela ineficiência e, sobretudo, pela corrupção. No governo, ele e seus devotados fiéis das redes sociais repetem o refrão a todo momento. Mas a vida como ela é começa a lhe impor os fatos de um regime em que a Presidência, que ele ocupa legitimamente, pode muito, mas não pode tudo.

Na posse de Weintraub no MEC, Jair e Onyx, que indicou empossado e é único ministro indemissível, e não Guedes e Moro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Na posse de Weintraub no MEC, Jair e Onyx, que indicou empossado e é único ministro indemissível, e não Guedes e Moro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Aí ele, que já reprimiu meu desejo de apelar para o Vossa Excelência, que acho simpático, tendo proibido a expressão majestática por decreto, com pouquíssima chance de vê-la respeitada, já se viu obrigado a curvar-se não propriamente a “Sua Excelência o cidadão”, mas ao mais poderoso primado dos fatos. Esnobou a disputa pela presidência da Câmara e, com disfarçada simpatia de seu chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, viu o deputado fluminense Rodrigo Maia ascender à chefia da Casa nadando de costas. Com tríplice apelido – Botafogo no propinoduto da Odebrecht, Bolinha pela semelhança física com o personagem de Marge nos quadrinhos e Nhonho, o filho de Seu Barriga na série mexicana de TV Chaves –, o filho do ex-prefeito César Maia é tudo o que não se pode confundir com a “nova política” dos sonhos do presidente. Até porque tem a companhia do pai num inquérito que investiga delito similar ao de Onyx: caixa 2 em doação de campanha ­– que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o ex-chefe da Lava Jato, quer criminalizar.

Logo depois, como quase toda a população brasileira, acompanhou o Fla-Flu da eleição para a presidência do Senado e comemorou a derrota do mais odiado dos caciques da “velha política”, Renan Calheiros, e para mais um membro do DEM: Davi Alcolumbre. É possível que tenha comemorado até a metáfora bíblica da pedrada no cocuruto do gigante Golias…

Com um acréscimo de sorte: o amapaense foi lançado e festejado por  Onyx. Mas o moço está longe de merecer a aprovação na entrada do clube da “nova política”. Um inquérito que protagoniza foi arquivado pelo Tribunal Regional Eleitoral(TRE) de seu Estado, mas o Ministério Público Eleitoral (MPE) já o pôs no elevador para julgamento em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF). Para quem ainda se lembra da boutade de um filho de Bolsonaro – Eduardo, deputado federal por São Paulo -, Alcolumbre poderia tê-lo contrariado ao mandar para o cesto de lixo mais próximo da Mesa da Casa o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dita da Lava Toga. Se bem que, para tanto, contou com a omissão de outro filho do presidente, o senador Flávio, que não assinou o pedido para sua instauração, em nome da estabilidade da República e das boas relações entre os Poderes. Eduardo não disse numa palestra que para fechar o STF bastaria “contar com um jipe, um soldado e um cabo”?

Mais de cem dias depois da posse, ao que tudo indica, Sua Excelência (oh, desculpe) pode estar começando a perceber que, para a dita “nova política”, mais dura, mais difícil e mais perigosa do que a “velha” é aquilo que os teóricos chamam deRealpolitik. Nem precisa traduzir, não é mesmo? O pior é que o próprio sumo pontífice da “nova política” tem feito a Nação relembrar seus velhos tempos de praticante da “velha”, agora em nome da real. Ah, vamos esquecer o alemão, porque era a língua em que escrevia o jornalista Karl Marx, que não suscita muitas simpatias pras bandas do Palácio do Planalto, certo?

Nem precisa puxar muito pela memória. Bolsonaro, que nomeou o novo presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco (com sobrenomes do primeiro chefe do regime militar com um ele a mais, que o presidente venera), pediu encarecidamente que este suspendesse o aumento de 5,7% no preço do diesel, contrariando um dos mais decantados dos dotes da “nova política” ­– liberalismo na economia e conservadorismo nos costumes, ou não era? Seu “posto Ipiranga”, ao qual sempre recorreria em casos da ciência de Keynes, estava fora do alcance, nos Estados Unidos, em viagem de trabalho. E Paulo Guedes não foi sequer consultado.

A decisão de desautorizar a política de preços adotada pela Petrobrás, empresa aberta, com controle acionário do cidadão brasileiro, representado pelo presidente, é mais coerente com antigas posições do deputado federal do que com o candidato que fazia e o presidente que continua fazendo juras de amor ao mercado. E isso leva a uma pergunta inquietante que não pode calar: até que ponto na calada da noite, a sós com o travesseiro, o parlamentar no exercício da Presidência é mais ouvido pelo chefe do governo e representante da Nação como sócio majoritário da maior empresa do País do que seu sempre citado tutor em economia?

Não foi esquecido – nem poderia sê-lo – que só num governo anterior ao dele a submissão da petroleira ao mercado na política de preços de um de seus principais produtos foi violada de forma ostensiva: no da petista Dilma Rousseff, pior lembrança impossível. Dilma em pessoa reforçou tal conexão ao sinalizar seu apoio, no estilo confuso de hábito, que, aliás, serve de inspiração a seus adversários do extremo oposto que agora defendem encarniçadamente a decisão presidencial. “Não é recuar do aumento de 5,7%”, pontificou a petista. “É impedir que a lógica da gestão da Petrobras seja submetida à lógica de curto prazo da especulação financeira”, completou em seu Facebook madama ex-“presidenta”.

Não foi à toa que a deputada mais votada da História, Janaina Paschoal (PSL-SP), com a lucidez, a objetividade e a clareza que lhe são próprias, enfrentou a questão em seu Twitter. “O L de liberal já não é tão liberal assim. O PSL está cada vez mais parecido com o PT. Eu digo e repito: partidos são verdadeiras prisões. É uma lástima!”, disparou. Ao abordar a possível mudança de nome de seu partido, ela não hesitou em apontar sua semelhança, até no discurso, com o PT derrotado nas urnas.

Mais do que a intervenção – que, como não podia deixar de ser, está sendo ferozmente negada nos pelotões de choque das redes sociais bolsonaristas – preocupa, contudo, o fato de ele ter atendido a uma pressão explícita dos caminhoneiros, que pararam o País em maio passado e obtiveram concessões absurdas e lesivas ao Estado de Direito no governo Temer, que comprovou ser mais temeroso do que temerário. Desta vez, seria injusto usar a justificativa do capitão com a velha política. No caso, por incrível que pareça, tem que ver com a “novíssima”. Os atendidos têm comunicação direta com Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, padrinho do novo ministro da Educação, Abraham Weinstraub, e dos presidentes da Câmara e do Senado. A pressão de quem ganhou a parada é direta no computador dele no Planalto. Seria ingênuo achar que Bolsonaro poderia impedir que os caminhoneiros bloqueassem as rodovias, como já o fizeram, para paralisar o País, pois atende a uma parte de seu eleitorado, cujas mensagens lhe são levadas pelo único ministro indemissível da Esplanada, que não é Paulo Guedes nem Sergio Moro, mas o chefe da Casa Civil.

Com a devida vênia de quem esperava “a Pátria acima de tudo e Deus acima de todos”, está ficando claro que a política nem nova nem velha vigente após os 57 milhões e quase 800 mil votos dados a Bolsonaro corre o risco de estar sendo praticada de dentro da boleia de um caminhão. E nem sequer este escriba, filho de caminhoneiro e chefe político, pode festejar e se orgulhar da nova era que surge no horizonte neste instante. Como avisou Clinton aos eleitores: “Esta é a política real, seu bobo!”. Aliás, cabe explicar que o bobo em questão sou eu, tá?

  • Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 15 de abril de 2019)

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