Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

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Nêumanne Entrevista: PP e pedaladas de Bolsonaro, segundo Reale

1 – Sistema da corrupção das estatais foi sistematizado pelo #pp de Maluf na ditadura, Janene nos governos do PT e hoje sob Ciro e #jairbolsonaro. 2 – No #neumanneentrevista desta semana, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. lembrou que o presidente disse que sempre foi PP e Centrão. 3 – E agora ele aposta na Bolsa Família de Dilma para se reeleger com base numa pedalada fiscal, como ela fez, concluiu o autor do impeachment dela.

#joseneumannepinto. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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No Estadão desta quarta-feira: É Bolsonaro a real fraude nas urnas eletrônicas

José Nêumanne

Presidente insiste na ideia da eleição fraudada

porque sabe que ele próprio a encarna

Só um débil mental ou um idiota total se submeteria ao vexame que o presidente da República protagonizou em sua live de 29 de julho sem ter certeza absoluta do que tinha a dizer. Mas ele não cumpriu a garantia de relatar provas de fraude nas urnas eletrônicas. E tentou disfarçar duas mentiras dizendo: “Não tem como comprovar que as eleições foram ou não fraudadas. Um crime se revela com vários indícios”. Nenhum sistema penal do mundo civilizado condena um réu sem culpa comprovada. A milenar presunção de inocência é expressa em latim in dubio pro reo (na dúvida, a favor do réu). Mesmo considerando sua crassa ignorância, nada o autoriza a substituir prova por indício, que não são sinônimos em língua alguma.

A falácia patética, se não fosse patológica, foi cometida em flagrante delito de uso do espaço público (o palácio) e divulgada por rede oficial de televisão e rádio, cujo funcionamento revela estelionato do chefe do Executivo na conquista do eleitorado. A ex-TV Lula, tornada TV Jair, foi jurada de extinção pelo candidato à Presidência no último pleito como uma das consequências de seu lema mais eficaz: “Mais Brasil e menos Brasília”. A mera transmissão comprova a falsa promessa eleitoral. Mas ninguém pode dizer que o chefe do desgoverno tenha economizado. Muitos outros crimes cometeu na stand up comedy por ele encenada, agora com o evidente objetivo de enganar mais eleitores na disputa de 2022.

Também não se pode dizer que tenha dispensado cúmplices. Desta vez um estreante entre os habituais coadjuvantes do show mambembe, chamado por ele de “analista Eduardo”, coronel de Artilharia (portanto, seu coleguinha na “modalidade de matar”, como define a arma) da reserva Eduardo Gomes da Silva, disse que “as urnas têm problemas e precisam de melhorias”. Fê-lo baseado na experiência que teve de espionar a fidelidade de parlamentares governistas em votações e redes sociais para informar ao seu chefe, o general Luiz Eduardo Ramos, se mereciam que fossem liberadas as emendas orçamentárias que eles exigiam.
“Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição. (…) Nós exigimos juntos, pois vocês são de fato o meu exército”, proclamou o próprio Jair Bolsonaro no vídeo para a chamada das manifestações convocadas para domingo 1.º de agosto, em apoio ao voto impresso. Por isso, no VI Seminário Caminhos Contra a Corrupção do Instituto Não Aceito Corrupção, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior lhe atribuiu “a prática de homicídios comissivos em série”, ou seja por ação direta, não por omissão. O presidente da República, aliás, cometeu também o mais grave dos crimes de não fazer o que deveria. De acordo com o filósofo e sociólogo José Augusto Guilhon de Albuquerque, em entrevista publicada no Blog do Nêumanne no portal do Estadão, mesmo tendo sido eleito para isso, não governa. Dever também não cumprido pelos aliados do Centrão, que, segundo o entrevistado, só saqueiam o erário.
A narrativa mentirosa com a falsa reivindicação do voto impresso (de interesse exclusivo de milícias) é pretexto para autogolpe similar ao ensaiado por Donald Trump nos EUA para impedir a posse do vitorioso na eleição presidencial. E faz parte de um projeto mais amplo de extermínio de instituições democráticas e conquistas da civilização, objetivos do neonazismo e do neofascismo, expostos em sua pose gaiata ao lado de Beatrix Storch, neta de um ex-ministro de Adolf Hitler no 3.º Reich.

Segundo o Instituto Socioambiental, em dois anos e meio de seu desgoverno a devastação da Amazônia Legal aumentou 48,31%, com unidades de conservação e terras indígenas afetadas. Ele resistiu a demitir o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, flagrado em participação em furto de madeira nobre do bioma. A demolição da instrução pública, iniciada pelo bancário Abraham Weintraub e completada pelo pastor Milton Ribeiro, tem o mesmo objetivo de volta à barbárie. Assim como a negativa de impedir o incêndio do depósito da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, se tivesse entregado a gestão da instituição cultural ao Estado de São Paulo. O pior de sua obra de exterminador da vida e do bem é a sabotagem criminosa às medidas restritivas do contágio da pandemia (isolamento e uso de máscara), à imunização salvadora, e a prescrição de charlatão de remédios ineficazes para reduzir a mortandade.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, tem razão ao escrever no Twitter: “Já passou da hora do STF, Câmara e Senado colocarem um limite a postura golpista e conspiratória do Presidente da República. Se não fizeram isso agora, quando decidirem fazer, será tarde demais. Todos que se acham protegidos hoje podem ser as próximas vítimas”.

De fato, a hora é já. E, por enquanto, só a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, no Senado, e o Tribunal de Contas da União parecem ter atentado para a gravidade desta hora. Bolsonaro tem razão: a democracia e a civilização são ameaçadas pela real fraude eleitoral, que ele encarna, ao trair os cidadãos que o sufragaram pelo fim da corrupção.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo da quarta-feira 4 de agosto de 2021)

Para ler no portal do Estadão clique aqui.


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No Blog do Nêumanne: O minuto e a chance dos picaretas da vacina

José Nêumanne

Tentativas absurdas de incriminar quem evitou compra bilionária de vacina indiana para enriquecer mais amigão do primogênito de Bolsonaro comprovam corrupção descarada do desgoverno federal

Às quintas-feiras, após o sol se pôr, o presidente Jair Bolsonaro cria, dirige e apresenta o mais cínico espetáculo do disfarce que ele usa para exercer seu mandato, conseguido legitimamente em eleições diretas, sem ter de trabalhar e, assim, governar. Considerando a pertinácia e a impossibilidade de mentir tantas vezes e de forma tão grosseira, ningucapaz de disputar a primazia da caradura e dos maus gpgp e de os maus carateres e gosto com o chefe entre os que se apresentam como coadjuvantes em privadas piruetas solo. Então, urge classificá-las como hors-concours.

Mas não convém afastar a hipótese de que alguns se acerquem do apanágio da imperfeição na disputa pela náusea máxima e pela extrema repulsa. Em 29 de julho o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o controlador-geral da União, Wagner Rosário, bateram recorde em asco, que pertencia a quem parecia imbatível, Onyx Lorenzoni, à época secretário-geral da Presidência. Em 23 de junho, com ar de espanto de quem tinha discutido a relação com o cramulhão de rabo e enxofre, o ex-chefe da Casa Civil, ex-ministro da Cidadania e encarregado de reconstruir o ex-extinto Ministério do Trabalho, mantendo a grana grossa da Previdência sob seu controle, anunciou a incriminação dos denunciantes por delito grave.

Cumprindo ordem específica do aloprado-em-chefe, Jair Bolsonaro, o renitente malogrado-geral da República (com fiascos reconhecidos nas três pastas que ocupou) acusou os irmãos Miranda de “denunciação caluniosa”, crime favorito dos bolsonaristas leais. O procurador-geral da República, Augusto Aras, expoente da militância lulobolsonarista, incluiu no inquérito sobre a acusação de que o amado chefão tentava interferir politicamente na Polícia Federal (PF), o que já se acha devidamente comprovado, o acusador também acusado Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública do mesmo desgoverno.

Trata-se de vil traição a que se negaria Judas Iscariotes. Pois o deputado federal Luís Miranda e seu irmão Luís Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde, bolsonaristas de raiz, procuraram o inquilino inquisidor da Presidência para avisá-lo de boa-fé de maracutaia prestes a ser concluída no “sacrossanto” ambiente desgovernamental: 20 milhões de doses do imunizante por R$ 1,6 bilhão. No Palácio da Alvorada, o “mito” deles lhes garantiu que avisaria ao “degê” (diretor-geral) da PF, gente de sua confiança e de seus filhotes. O encontro foi mantido sob rigoroso sigilo por 98 dias até a dupla contar tudo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado. Desde 26 de junho, a autoridade máxima da República cala, portanto, consente, a respeito da narrativa dos irmãos, incluindo a parte em que o anfitrião levantou a suspeita de que a compra de vacinas indianas fizera parte de um mistério ao abrigo do desgoverno, Ricardo Barros, seu líder na Câmara.

Onyx Lorenzoni, exonerado da Casa Civil sem nada ter deixado de positivo, e do Ministério da Cidadania, quando não conseguiu distribuir a contento auxílio emergencial para pobres vítimas da pandemia, fez o serviço sujo do chefão para evitar que este tivesse de passar vergonha a esse respeito. Como se fosse secretário-geral da Presidência de Cuba, Venezuela ou do 3.º Reich, avisou que haviam sido baixadas ordens de cima para investigar quem denunciara. Missão múltipla a cargo de Advocacia-Geral da União, Controladoria-Geral da União, Procuradoria-Geral da República e, last but not least, PF, sob as ordens do “degê” amigo, Paulo Maiurino. Aos berros, como se estivesse sugando mate com peões de sua estância, Onyx acusou o servidor de falsário. No dia seguinte, terça-feira 29, a maldita imprensa descobriu que a invoice constava dos documentos na memória dos computadores do Ministério da Saúde e a primeira versão planaltina desmanchou-se como antiácido em água fria. Mais duas versões foram lidas de forma “constrangida” e primária pelo líder do desgoverno no Senado, Fernando Bezerra Coelho. Ambas dignas do Guinness: o ex-ministro Pazuello teria sido encarregado de investigar e passado a bola para o acusado, coronel Elcio Franco, que negou irregularidades em 24 horas. Um dia antes de quem mandava pedir o boné de volta de quem obedecia.

Desde então, a turma da ladainha do demo repetido o refrão: “Ninguém pagou, ninguém recebeu, ninguém delinquiu”. O negócio “miou”, como reza a gíria, porque Luís Ricardo Miranda não autorizou adiantamento de R$ 225 milhões a Francisco Emerson Maximiano, da Global, que vende e não entrega desde o governo Temer (ministro da Saúde, Ricardo Barros). Mas nem isso os mandriões reconhecem. Ao contrário, num show de circo tampa de penico, o aloprado-geral da República, capitão do Exército Wagner Rosário, execrou a CPI e os irmãos delatores. A seu lado, o sinistro da Saúde, cardiologista Marcelo Queiroga, depois que o laboratório Bharat Biotech rescindiu contrato com a Precisa Medicamentos e ainda negou serem de sua lavra documentos falsificados (como demonstrou a senadora Simone Tebet), também mandou cancelar o contrato da compra da vacina, cuja autorização para uso emergencial foi negada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nego, não perco, seria parco, se não fosse porco, suspira o pagador de impostos após esse festival de esperteza demente e abjeta.

O Mussolini da motociata de Presidente Prudente ameaça, impunemente, o calendário eleitoral vigente. E na república de picaretas pés-de-chinelo, como Amilton de Paula, Luiz Dominguetti e Cristiano Carvalho, sempre terão minuto e chance, seu ministro e seu “comissionamento”, como Nhô Augusto Matraga tivera sua hora e sua vez.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne em 2 de agosto de 2021)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique aqui.


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Dois Dedos Prosa no YouTube: “Campeão mundial jamais, diz Salgueiro”

1 – #fabiosalgueiro, comentarista de futebol da Bandsports e da TV Conmebol, prevê que o Brasil nunca mais ganhará uma Copa do Mundo.
2 – Na série #doisdedosdeprosa. o jornalista culpa autoridades, sociedade e meios de comunicação pelo pífio desempenho na Olimpíada de Tóquio.
3 – Ele se disse revoltado com a pressão sobre atletas que nunca receberam apoio de ninguém e são cobrados fortemente quando competem nos jogos.
#joseneumannepinto. #doisdedosdeprosa. Inté. E só a verdade nos salvará.
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Nêumanne Entrevista: Bolsonaro não quer governar, diz Guilhon

1 – #jairbolsonaro não governa porque não sabe nem quer, mas só destrói instituições, disse o professor #joseaugustoguilhondealbuquerque 2 – Na série #neumanneentrevista, o professor de ciência política da USP avisa que o Centrão também não quer administrar, mas ficar com o dinheiro. 3 – Entrevistado participa de grupo que rejeita polarização Lula X Bolsonaro e terceira via e apoiará a primeira via, empenhada em governar o país.

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No Blog do Nêumanne: Amigão de Flavinho acusado de falsificar

José Nêumanne

A Precisa, do atravessador levado ao presidente do BNDES pelo primogênito do presidente, está sendo acusada por laboratório indiano de ter falsificado faturas em negociata de vacinas

A Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin, para a qual o governo federal empenhou R$ 1,76 bilhão para compra de 20 milhões de doses do imunizante, rescindiu o contrato de representação no Brasil com a Precisa Medicamentos. No comunicado, divulgado na sexta-feira 23 de julho, o laboratório também negou que tenha assinado dois documentos incluídos na negociação com o Ministério da Saúde brasileiro. Conforme revelou a rádio CBN e o Estadão confirmou, constatou-se a  colagem nos papéis do pedido de vista de Francisco Sánchez, empregado da representante brasileira do laboratório. As provas da falsificação estão em poder da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado.

Em 20 de março, o deputado bolsonarista Luís Miranda e seu irmão, Luís Ricardo Miranda, funcionário de carreira do Ministério da Saúde, denunciaram ao presidente Jair Bolsonaro na casa dele, o Palácio da Alvorada, indícios de irregularidades de negociata. À época na chefia da importação no Departamento de Logística da pasta, o servidor informou que foi pressionado a apressar o pagamento de mais de R$ 200 milhões de adiantamento, não previsto no contrato de compra, como condição para a liberação da remessa das vacinas, das quais nunca foi entregue uma dose sequer. Segundo os irmãos Miranda, Bolsonaro prometeu na ocasião acionar o “DG” (diretor-geral) da Polícia Federal (PF) para investigar a suspeita. Na sexta-feira 23 de junho, a dupla depôs na CPI.

Na segunda-feira seguinte ao depoimento, 26, o secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, enfurecido, ameaçou, em entrevista coletiva sem perguntas, o funcionário por “haver adulterado” a invoice (fatura) e, em nome de Bolsonaro, informou ter acionado autoridades para investigar o crime. Leia-se: Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU), Procuradoria-Geral da República (PGR) e Polícia Federal. A primazia de denunciar o denunciante em inquérito de suspeita de corrupção num Estado de Direito, contudo, não foi formalizada, porque se constatou que o documento estava no sistema do Ministério da Saúde. O Planalto disse que a versão continha equívocos e foi corrigida. Mas foi providenciada a terceira versão para o caso na leitura pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, da mirabolante narrativa em que o presidente teria exigido informações ao então ministro da Saúde, general de divisão da ativa Eduardo Pazuello, na segunda-feira 22 de março. E , então, este teria demandado explicações ao secretário executivo da pasta. Num recorde digno de figurar no Guinness, o tenente-coronel Elcio Franco lhe teria informado nada constar. No dia seguinte, Pazuello seria exonerado.

O recordista foi convenientemente resguardado num gabinete do Planalto, ao qual se destinaria seu comparsa Elcio Franco, demitido do cargo na sexta 26 de março. A proteção por habeas corpus de altíssima conveniência expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não escondeu evidências vexaminosas, reveladas em depoimentos colhidos pela CPI. Entre estas, negociatas disputadas por 175 coronéis pilhados em trocas de e-mails na negociação do imunizante indiano e civis liderados pelo ex-diretor de Logística Roberto Dias, acusado pelo cabo PM de Minas da ativa, e durante o expediente, de ter exigido um centavo de dólar por dose negociada, desta vez, pelo reverendo Amilton de Paula. A senadora Simone Tebet apresentou na CPI 23 evidências de falsificação da invoice da Precisa, como inglês precário de fritador de hambúrguer (prince, príncipe, em vez de price, preço, e airpor (?), em vez de airport, aeroporto).

A denúncia da Bharat Biotech desmentiu Onyx, ora presenteado com a grana preta da Previdência no Ministério do Trabalho. Seria o caso de exigir do barão de Petrolina que peça perdão pelo aval à mentira oficial desmascarada. Mas como exigir honra do líder de um desgoverno de ladrões de vacina e falsificadores pés de chinelo de invoices?

Tudo se resumiria a um caso policial se não tivesse caído nas mãos da CPI um escândalo evidente de prevaricação do presidente da República. Só que vieram esgares e arreganhos de golpismo explícito do recente ministro de Defesa, general Walter Braga Netto, em imprópria defesa da honra do Exército de Caxias (coitado do duque!). Os cuidados tomados pelo presidente da CPI, Omar Aziz, não evitaram os relinchos de uma nota oficial golpista e importuna do almoxarife de fardas e canhões. O senador constatou o “óbvio sussurrante” ao registrar que “membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua dentro do governo”. Mas o reservista de pijama atropelou bons modos e a democracia ao ameaçar impunemente: a declaração “atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”. Bolsonaro compartilhou o recado inconveniente, deixando claro quem o inspirou, se é que aqui cabe palavra tão leve.

A favor do mandante só se pode apontar a covardia explícita dos chefes dos Poderes democráticos, que se limitaram a belas frases encharcadas de saliva, mas sem a necessária cusparada. O que esperar de gente como Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Luiz Fux a não ser que, estando sentados em poltronas de tão altos espaldares e confortáveis assentos, a elas se apeguem com o despudor cínico dos covardes? O silêncio dos “pais da pátria”, que de amada não tem nada, continuará protegendo os falsários a serviço do atravessador favorito do filho que, segundo assegura o vice da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos — no Nêumanne Entrevista, no Blog do Nêumanne desta semana –, é protegido pelo pai não por amor, mas porque sabe demais sobre ele.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne, segunda-feira 26 de julho de 2021)

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