Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

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Nêumanne Entrevista especial: Di Franco denuncia ditadura do STF

1 – O jornalista #carlosalbertodifranco disse, em edição extraordinária da semana da série #neumanneentrevista, que higienização da ficha suja moral e política de #lula por #edsonfachin, do #stf, configura sistema de governo imprevisto na #constituicaodarepublica: a ditadura do #poderjudiciario. 2 – O professor da #universidadedenavarra se disse perplexo com a descoberta recente do relator da #lavajato de que o julgamento de propinas de empreiteiras ao petista não seria da competência da #13varafederal, de #curitiba, pois passou mais de quatro anos considerando-a legítima. 3 – O mesmo vale para a absurda mudança de voto da ministra #carmenlucia alegando fatos novos no processo, que simplesmente inexistiram. 4 – O membro de conselhos de várias empresas de comunicação afirmou ainda que #gilmarmendes não tem legitimidade nenhuma para julgar isenção e lisura de processos sentenciados por juiz concursado. @diretoaoassunto, inté, e só a verdade salvará nossas vidas.

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No Blog do Nêumanne: O povo não perdoa a mão leve de Lula

José Nêumanne

Não é sensato que o desgoverno assassino de Bolsonaro passe uma borracha sobre a roubalheira do PT e de seu líder máximo, apostando na corrupção que quase levou Petrobrás à bancarrota

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, repercutindo a higienização de sua ficha suja moral e política pelo petismo nostálgico do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o ex-presidente Lula contou que pode ser candidato ou apoiar outro  pretendente qualquer da banda soit-disant progressista.

A entrevista do petista ao jornal, assumido simpatizante das convicções de esquerda na França, deu-se após a Justiça de lá haver condenado Nicolas Sarkozy a três anos de prisão por corrupção e tráfico de influência. A sentença do barão da direita gaulesa destacou que o réu usou o status de ex-presidente para oferecer ao juiz Gilbert Azibert uma polpuda boquinha no paraíso mediterrâneo de Mônaco em troca de informações confidenciais sobre uma investigação contra ele, como registrei no artigo Lula limpo interessa a Bolsonaro, publicado no blog em 8 de março.

Aqui, no Brasil, promessa de indicação para obter vantagem da Justiça não dá em nada. Ou pelo menos nunca deu. Basta relembrar que foi o próprio Lula quem indicou o criminalista Márcio Thomaz Bastos, seu ex-ministro da Justiça, para desmanchar a Operação Castelo de Areia, protagonizada pela empreiteira corrupteira Camargo Corrêa. Esta, nunca esqueçamos, se tornaria o embrião da Lava Jato, ora tendo destino similar.

Conforme revelou o figurão do PT Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma, a tal foi anulada pelo então presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Asfor Rocha em troca da promessa de uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), feita por Bastos em pessoa. Parodiando o caso francês, seria um mega-Sarkozy, considerando que promoção para o STF ocorreria com a participação direta de Luiz Inácio. Pois ele tratava Dilma de “querida”. Ou seja, Lula instituiu na república insana a troca de promoções por decisões. Seria o caso de dar o peso de um Sarkozy a cada indicação do ex-governador Sérgio Cabral para desembargador no Tribunal de Justiça do Estado do Rio; um kilo-Sarkozy, a nomeação de Marco Aurélio Bellizze para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo mesmo. E de um mega-Sarkozy a promoção para o Supremo Tribunal Federal (STF), gorada, pois Dilma nomearia Luiz Fux.

As investigações que apuram os pagamentos de propinas ao ex-presidente do STJ César Asfor Rocha, denunciadas por Palocci, estão paralisadas e os autos encontram-se em sigilo legal. Sigilo legal é o instrumento de esconder ações criminosas do controle da sociedade e tornar inoxidáveis esquemas da venda de impunidade, só viáveis no escurinho. Como disse o juiz da Suprema Corte norte-americana Louis Brandeis, em 1914, “a luz do sol é o melhor desinfetante.”

À época de Bastos no Ministério da Justiça de Lula, o STF foi grampeado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Uma conversa banal de Gilmar Mendes com o então senador Demóstenes Torres tornou-se pública na Veja. Sob Lula, a Polícia Federal (PF) não investigou e nada concluiu, arquivando a investigação sem ter apreendido sequer uma gravação.  Diz o ditado popular que “barata na cozinha nunca é uma só”.

Fica a pergunta: onde e com quem estão as outras fitas desse grampo? A Abin era de Lula. Ele tinha acesso pleno à Abin, que não tinha segredos para o presidente. O que contêm essas fitas? Teriam elas o poder de constranger ministros? O sigilo impede a sociedade de saber e lança desconfiança sobre todo o sistema.

Agora é público e notório que a ficha limpa estalando de nova de Lula por mercê da volta de Fachin à militância petista produz cólicas evidentes no gabinete de ódio, sistema nervoso central do bolsonarismo criminoso no mais alto Poder republicano. Novo levantamento divulgado pelo Datafolha na segunda-feira 22 mostra que, ao contrário do sonho dos bolsalulistas, a maioria dos brasileiros (57% a 38%) acha justa a condenação do  ex-presidente  e critica a nostalgia ideológica do ministro do STF ao anular quatro processos (51% a 42%) da Lava Jato em Curitiba. E, de lambujem, 67% temem recrudescer a corrupção sob Bolsonaro.

O Centrão do sumo-sacerdote Arthur Lira não aguenta mais levar nas costas o andor pesadíssimo do ídolo pagão de pés de barro Jair “Messias” e encontra no condenado ao luxo no ABC uma saída viável para suas agruras. Os partidos do chamado centro democrático fingem acreditar que o taumaturgo de Caetés fala sério ao aventar a hipótese de apoiar alguém com dez dedos em 2022. Mas há ainda a estoica resistência dependente do milagre de apenar o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro e, com isso, garantir o efeito Orloff traduzido por “eu topo ser Lula amanhã”. O senador Lasier Martins apelida o grupo esperançoso por anistia de confraria.

O professor Carlos Alberto Di Franco, da Universidade de Navarra, bate os pregos dessa cruz num artigo profético publicado em 22 de março na página A2 (Opinião) do EstadãoSTF na contramão do Direito, da ética e do País. Ele escreveu: “O fecho de ouro foi dado pelo ministro Nunes Marques, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF. Pediu vista. Um artifício para adiar a provável degola do ex-juiz Sergio Moro e dar mais um empurrãozinho na Lava Jato rumo ao abismo diligentemente preparado num enorme acordão”.

Acordão lembra maracutaia, palavra que o protagonista deste texto tem usado para a gatunagem alheia. Mas pode ser que o acento agudo tornando o oxítono no paroxítono acórdão inclua o “excelso pretório” de fancaria no blefe que pode garantir a vitória final para gatunos e afins.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne na segunda-feira 22 de março de 2021)

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Dois Dedos de Prosa no YouTube: Guimarães Rosa no sertão de Fred

1 – Na série #doisdedosdeprosa, o jornalista #frednavarro conta como teve a ideia de fazer um @dicionariodonordeste, de que agora lança uma edição virtual reunindo um exaustivo trabalho de pesquisa, que começou na redação da #istoe, onde trabalhava em São Paulo, e continuou nos voos periódicos a Recife antes da pandemia. 2 – Nascido originalmente com o título chamativo de #assimfalavalampiao, o glossário começou com a reação de galhofa dos colegas no fechamento da revista e continuou na descoberta de palavras encontradas em #grandesertao:veredas, de #guimaaesrosa, e também nas feiras livres das cidades nordestinas contemporâneas. 3 – Das dez mil palavras recolhidas em sua obra, um terço é de neologismos, vocábulos criados pelo homem comum em casa ou nas ruas. 4 – O dicionarista prestou ainda uma homenagem ao grande folclorista potiguar #camaracascudo: “quando eu procurava uma palavra em qualquer livro dele, encontrava quatro”. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade salvará nossas vidas

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Nêumanne Entrevista Merval: Bolsonaro nada fez e só pensa nele

1 – Em #neumanneentrevista, #mervalpereira disse que #jairbolsonaro nada fez de relevante em mais de 26 meses de governo, nos quais só tratou dos interesses próprios e de sua famiglia. 2 – Na entrevista, o colunista de #oglobo se disse surpreendido e decepcionado com a presença dos militares no desgoverno federal, pois esperava que eles atuassem para controlar o descontrolado chefe, e não se deixassem seduzir por salários e poder. 3 – O comentarista da @globonews torce para que não haja no segundo turno da eleição de 2022 a polarização entre #lula e #bolsonarismo, com o surgimento da terceira via, afastada da decisão em 2018. 4 – O jornalista endossa ainda a posição de seu jornal para a urgente reforma da #leidesegurançanacional, em defesa da “liberdadedeexpressao. “diretoaoassunto. “joseneumannepinto “estacaoneumanne

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Nesta quarta-feira no Estadão: O bafo da mentira e o beijo da morte

José Nêumanne

Ao levar o rebanho para o despenhadeiro,  mentindo,

Bolsonaro é o Anticristo da pandemia

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”, disse Jesus (João, 14; 6). João Evangelista, xará de meu avô paterno, era um marqueteiro de gênio: o slogan, composto em tríduo, como convém a apelos que vão ao coração e de lá à razão, resume bem a mensagem, que, creia-se ou não nela, é a mais completa tradução da busca da civilização na demolição da barbárie: a imunidade do espírito pela união do rebanho, com a busca permanente do conhecimento para retardar o fim pela sabedoria. Em três anos de seminário menor, preparei-me em orações, meditações e leituras para encarar o destino, não com trapaças e rixas, mas com resignação e fé. Ou seja, uma mistura de coragem e prudência, preservando o medo, forma imperfeita do cuidado.

Jair Bolsonaro diz-se cristão, exalta Deus como guia, mas, como nunca se deu ao trabalho de ler coisa nenhuma, não se dá conta de que a trilha que segue é o descaminho. Capitão na ativa do Exército, planejou, juntamente com o parceiro de patente Fábio Silva, atentados a bomba em quartéis e na adutora do rio Guandu. Foi condenado por 3 a 0 por terrorismo e indisciplina, na primeira instância. O terror, arma do fundamentalismo religioso radical, seja dos inquisidores católicos medievais, seja de atuais fanáticos de Alá, é um coito de assassinos vocacionais. Ele próprio se define como artilheiro, cuja modalidade é matar. Mente ao rememorar sua participação no combate ao terror de esquerda durante a ditadura. Quando a guerrilha comunista passou pelo Vale do Ribeira, onde morava, não tinha idade para o serviço militar. Uma patranha fácil de desmascarar. Não serviu no Suez nem no Haiti. Nunca participou de uma batalha ou de uma escaramuça. Nada fez de útil em proveito de alguém que não seja ele ou parente seu.

Matar, para ele, não é ofício de soldado, mas vício de charlatão. Em 27 anos na Câmara dos Deputados, em parceria com o médico petista e sindicalista Arlindo Chinaglia, lutou, e ainda luta, pela aprovação da picaretagem médica da pílula do câncer. Vendendo cloroquina a emas no jardim do Palácio da Alvorada, faz o que sempre quis na vida toda: ser camelô de feira livre vendendo óleo de cobra para quaisquer achaques. Ao deblaterar contra o isolamento para evitar o contágio pelo contato com saliva infectada pelo novo coronavírus, não o faz por vocação para a delinquência no exercício ilegal de medicina, mas pela atração irresistível à propagação da morte. Artilheiro que nunca atirou em alvo móvel, quer se consagrar como capitão sem noção das tropas invisíveis do coronel vírus, venha ele da China ou da Martinica.

Apraz-lhe que este se propague pelo mundo e se aproveite para fazer do Brasil cova rasa. Quando definiu a praga como “gripezinha”, não quis desafiá-la, foi pelo mero prazer do engano pelo engodo. À falta de um QI que o aproxime de seres humanos normais, orgulha-se da própria limitação, por usá-la e assim se dar bem na vida. A oportunidade de voltar a mentir um ano depois, valendo-se dos rebentos irracionais que gerou, é a oportunosa ensancha de parecer superior aos outros pelo menos no cinismo sem limite. Num tribunal eclesiástico medieval seria condenado à fogueira por blasfêmia após pecar demais sem motivo justo algum. É o pleno Anticristo: o desvio, a mentira e a morte.

Seu alter ego pelo avesso, Lula, proclamou que a Terra é redonda para humilhar o inimigo, visto como terraplanista. Bobão! Bolsonaro não passa de um oportunista rastaquera que se aproveitou da onda contra a roubalheira e o petismo genérico, que a pratica, para ganhar a eleição presidencial de 2018. E exercer o trabalho que esquerda desunida e Centrão glutão não teriam coragem de realizar sem seu concurso: jogar a Lava Jato e qualquer tipo de higienização na fossa, à qual também destinou o combate à corrupção em geral.

O empresário carioca Paulo Marinho, suplente de seu primogênito sonso, lembrou no Twitter: “Essa data me fez lembrar um dia durante a campanha em que estávamos na minha casa e você disse: ‘Se nós não fizermos tudo certo, podemos sair presos’. Hoje eu entendo a sua preocupação e não tenho mais dúvidas de que você será preso, é uma questão de tempo. Sua omissão, negligência e incompetência criminosas já custaram quase 300 mil vidas brasileiras. O seu governo é o beijo da morte!”. O homem que cedeu a própria casa para quartel-general de sua campanha vitoriosa não percebeu que sua disposição de enganar elimina qualquer laivo de memória. O “cavalão de Troia”, que executa no terceiro ano de gestão o que o Centrão e a esquerda não conseguiram em 16, não perde tempo com nada que não seja o interesse pessoal e dos herdeiros, para os quais lega o sangue, o suor e o pranto dos brasileiros que o elegeram ou que não têm coragem de expulsá-lo do descaminho.
Os fanáticos que se manifestam a favor do contágio mortal da pandemia em prol de lojas, estádios e cassinos abertos são oportunistas que o veneram porque venderam a alma ao diabo, cujo pacto seduz mais do que a árdua e nada prazerosa caridade cristã. O resto são cinzas frias.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo de quarta-feira 17 de março de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Lula cafetinou o PT e prostituiu o Estado

José Nêumanne

Higienizar ficha suja de Lula e condenar procuradores e juízes que o investigaram, processaram e condenaram é fazer o Brasil recuar à corrupção anterior à Castelo da Areia, nunca punida

Depois de o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), higienizar a ficha suja de Lula, os votos dos colegas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, na Segunda Turma, para julgar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro configuram um despautério. A anulação de quatro sentenças contra o ex-presidente na 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba pode até ser “garantista”, sim, mas o que garante é a impunidade de um condenado. Pois inocenta o réu e os hackers criminosos a serviço do The Intercept Brasil. E encaminha condenação do magistrado que o sentenciou.

Para desacreditar, verbi gratia, o voto de Gilmar basta lembrar que as citações de mensagens obtidas de forma ilícita serão excluídas dele, ao ser publicado. Mas obtiveram o efeito que dele esperava. Como, por exemplo, os muxoxos de “gravíssimo”, expelidos pela colega Cármen Lúcia, antes de manifestar intenção de modificar o dela, até então contra. Chamar a Lava Jato de “quadrilha” e de o “maior escândalo judiciário da História” não são meros arroubos de retórica, mas exageros que não se baseiam nos autos nem em fatos julgados. Quem duvidar consulte os resultados práticos em punição de criminosos de alto coturno confessos.

Dizer que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública destruiu os setores de engenharia e química é ocultar que as empreiteiras condenadas por conluio, aí, sim, com o PT e seus asseclas eram, como demonstram provas, testemunhos e fatos, usinas de corrupção. A suspeição de Moro leva o Brasil de volta ao que era. Na série Nêumanne Entrevista, que este autor publica em blog no portal do Estadão, foi registrado o testemunho do desembargador paulista Fausto De Sanctis, que, na primeira instância, condenou os réus da Operação Castelo de Areia, absolvidos por chicana no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo ele, “agora o Brasil recua para antes da Lava Jato e da Castelo de Areia, da impunidade aceita”.

Se, de fato, o ministro Nunes Marques usar o pedido de vista que fez para estudar bem a questão, votará contra a suspeição. As mensagens de Telegram foram obtidas ilegalmente e Moro já disse que não as reconhece. Quem condenou nem se deu ao trabalho de mandar fazer uma perícia. Escândalo maior de todos é nada ter sido feito até agora contra a corrupção que deu fim à investigação da corrupção da Camargo Corrêa.

Em delação premiada à Polícia Federal (PF), Antônio Palocci, que não era um pé-rapado, mas um importante chefão do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que, das mil medidas provisórias editadas por seus companheiros, pelo menos 900 foram movidas a propina. Trocando em miúdos, Lula teria vendido quase mil leis. Por muito menos – prometer indicar um julgador para uma Corte superior – o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy está preso. Se este houvesse feito o que fizeram aqui Lula, Regis Fichtner e Sérgio Cabral, teria ido para a guilhotina. O que estamos assistindo é ao topo do Judiciário protegendo o crime, sentenciado no primeiro grau. O STF não está imune ao mercado persa de promovidos às altas Cortes, escolhidos para inutilizar as sentenças ditas “punitivistas” por advogados grã-finos, emanadas de juízes nomeados por concurso público.

Num dos editoriais antológicos publicados pelo Estadão foi registrado: “Mesmo com a suspeita de que Sérgio Moro foi parcial ao julgar os casos de Lula, (…) não é possível simplesmente considerar, como num passe de mágica, que não houve assalto lulopetista à Petrobrás, que não houve escandalosa promiscuidade no Congresso, que não houve indecente relação de Lula com empreiteiros”. E ainda: “O imbróglio, ademais, diz muito sobre o Judiciário, que sai lanhado. Não há explicação, compreensível para leigos, para o fato de que se tenha levado tanto tempo para processar, julgar e condenar Lula, mesmo diante de tantas evidências; para que a defesa do ex-presidente tenha tido tantas possibilidades de recurso mesmo com condenações em três instâncias; para que o Supremo decidisse pela enésima vez mudar a jurisprudência sobre prisão após condenação em segunda instância, o que permitiu a libertação de Lula; e finalmente para que se tenha decidido somente agora que Curitiba não era o foro correto para os casos do sr. Lula da Silva, sendo que havia jurisprudência específica sobre o escopo da Lava Jato desde 2015 – aliás, citada pelo próprio ministro Fachin em sua intempestiva decisão”.

Para não deixar dúvidas de que essa não é uma posição isolada, talvez convenha lembrar editorial de outro jornal, O Globo, a respeito do mesmo tema. “Não custa lembrar: Lula foi condenado com base em provas robustas, e as sentenças foram confirmadas na segunda instância (TRF-4) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Emilio Odebrecht confessou a participação de sua empreiteira na reforma do sítio de Atibaia. Leo Pinheiro, da OAS, aparece em imagens visitando com Lula as obras que sua empreiteira fazia no triplex do Guarujá. Foram encontrados documentos com rasuras mostrando a troca de um imóvel de padrão comum pelo triplex. Um ex-diretor da OAS relatou tratativas para equipar as cozinhas do sítio e do apartamento, pagas pela empreiteira. Há notas fiscais do negócio. Há vários registros de fotos e vídeos da presença presidencial nos dois lugares”.

E tem mais: “Impossível ainda contestar que as negativas de Lula sempre foram tíbias. Ele quis transformar as investigações em perseguição política para desempenhar o papel de vítima e conquistar simpatia. Mas a nódoa do maior esquema de corrupção já desmascarado no país continuará a manchar sua biografia”.

Pimenta na boca dos outros é refresco e é de que Lula agora reclama, mas inaugurou: vender operação da Polícia Federal. Até o próprio Gilmar, que agora o defende, denunciou o Estado policial sob a batuta de Márcio Thomaz Bastos. Em seu livro Assassinato de Reputações, o delegado Romeu Tuma Júnior, ex-secretário nacional de Justiça de Lula, afirma que, durante seus dois governos, o ex preparou-se para fazer uso deles, o que fez às avessas, para tornar a Polícia Federal uma polícia, não de Estado, mas um instrumento pessoal de pressão e intimidação, uma polícia de partido, uma versão tupiniquim da Stasi alemã ou da checa (polícia secreta russa).

Ou seja: foi, no mínimo, a cafetina, que vendeu o resultado da prostituição de seus correligionários e apoiadores. De fato, ele não se vendeu. Vendeu o próprio desgoverno. Ou melhor, cafetinou as prostitutas partidárias e prostituiu o Estado.

·        Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne, segunda-feira 15 de março de 2021)

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