Poema XX, Barcelona, do livro “Barcelona, Borborema”
Deste chão, pedras nascem,
impulso mortal.
Neste vão, pedras morrem,
solitárias e planas.
Em coisas sem vida,
que nunca morrem,
respiram paixões ancestrais
da Catalunha sem fim.
É irregular a superfície
dos caprichos
tecidos por catalão.
Vida, paixão e morte de Güell,
imortal de Gaudí,
mantido podre
no borralho-gelo
deste solo fértil.
O bafo deste parque
sabe a súbito beijo
roubado.