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Há lama na alma “imaculada” do PT?

Impune até hoje, o “aloprado” que ganhava R$ 5 mil por mês há quatro anos e hoje tem negócio que vale R$ 1,5 milhão, põe em dúvida a fé de Dilma na ética superior de seu partido

“O debate centrado na ética será muito bom para a gente”, assegurou a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, Dilma Rousseff, ao repórter Leonencio Nossa, do Estado, em resposta à provocação do adversário, o tucano José Serra, que discursou contra a “roubalheira”. Ótimo! Mas será mesmo?


É o caso de responder que “há controvérsias” a respeito. Na véspera do dia em que o Estado reproduziu a profissão de fé da ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, seu principal concorrente, a Folha de S.Paulo, registrou suspeita que pode por a convicção da petista em dúvida. O jornal publicou o fato inusitado de Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado pelo mesmo Serra para o governo do Estado de São Paulo em 2006, ser proprietário há dois anos de uma plantação de eucalipto e uma revenda de produtos agrícolas no sul da Bahia. A notícia evidencia algumas questões que indicam haver lama na alma “imaculada” da gestão do PT nos negócios da República.
A primeira delas é que o indigitado goza de plena liberdade, apesar de ter sido flagrado, há quatro anos, com R$ 1,7 milhão destinado a pagar um dossiê falso incriminando o mesmo Serra que enfrentará a Dilma numa venda irregular de ambulâncias a prefeituras. O próprio Lula chamou os executantes da farsa de “aloprados”, mas nenhum dos envolvidos faz companhia hoje a Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, exemplarmente condenados à cadeia pela morte da filha dele dois anos depois do crime. Nesse tempo, Lacerda deve ter aplicado muito bem as sobras de seus salários de R$ 5 mil mensais, pois seu negócio baiano é avaliado em R$ 1,5 milhão. Valdomiro Diniz, ex-faz-tudo do então todo poderoso José Dirceu no Palácio do Planalto, também goza de ostensiva liberdade, após ter-se livrado das consequências de um crime que foi pilhado cometendo e que confessou: o achaque contra um empresário da jogatina. E os mensaleiros do PT nacional, todos livres, ao contrário de seus imitadores do DEM de Brasília, hein?
A sra. Rousseff contou a nossos leitores que os tucanos usavam os serviços de um “engavetador-geral” para esconder os malfeitos deles nos governos Fernando Henrique e ainda se orgulhou da ação da Polícia Federal (PF) nas gestões Lula. Por enquanto, a PF tem sido eficiente na caça a banqueiros e empreiteiros tidos como inimigos do povo e ao denunciar por furto governantes da oposição, como o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Até agora, o único governista acusado de corrupção que teve delitos por ela devassados foi o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson – nove meses depois de sepultado.

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