Comentário no Jornal Eldorado: Isolamento e desespero
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Ao dizer que não respeitará a decisão do TRF4 que confirmou sua condenação na primeira instância e aumentou a pena de 9 anos e meio para 12 anos e 1 mês, Lula ficou fora da lei. E, ao assumir a mesma posição de seu candidato, o PT afastou aliados históricos, que perceberam que essa atitude leva a esquerda de volta aos tempos da clandestinidade e não parecem dispostos a entrar na mesma aventura. As declarações de Gleisi Hofman, Luiz Marinho e Lindbergh Farias pregando a retirada da legalidade, refletem o desespero de quem não tem sequer realismo para perceber o óbvio. Todo mundo já sabia que Lula seria condenado por unanimidade e seus devotos preferiram apostar no improvável. Agora pagarão o pato pela decisão estúpida e tresloucada.
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http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/isolamento-e-desespero/
Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:
Eldorado 29 de janeiro de 2018 – Segunda-feira
Haisem O Estadão publicou no fim de semana que o PCdoB, o PDT e o PSOL, que manifestaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula no julgamento do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), afirmam que não vão aderir à proposta do PT de uma “ampla” aliança de esquerda na eleição presidencial deste ano. Isso quer dizer que na eleição o buraco é mais embaixo?
É, seu Haisem, cada um sabe onde dói mais seu calo. Apesar de defender o direito de Lula se candidatar novamente ao Planalto, os dirigentes partidários ouvidos pelo Estado disseram que não vão desistir das candidaturas próprias, o que deve pulverizar o campo ideológico na disputa. Ao insistir na candidatura de Lula, a Executiva Nacional do PT aprovou resolução que defende “uma ampla e sólida aliança” da esquerda em torno do líder petista. O documento foi divulgado na quinta-feira passada, um dia depois de a 8.ª Turma do TRF-4 confirmar a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e ampliar a pena imposta a Lula para 12 anos e 1 mês de prisão. Com a condenação pelo colegiado, a tendência é de que Lula – líder nas pesquisas de intenção de voto – seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa e fique inelegível.
O PT promete levar a candidatura do ex-presidente até às últimas consequências, mas os antigos aliados PCdoB e PDT não aceitam abrir mão das pré-candidaturas presidenciais da deputada gaúcha Manuela D’Ávila e do ex-ministro Ciro Gomes, respectivamente.
O PSOL convidou para ser candidato à Presidência o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, nome ligado a Lula. Se aceitar, Boulos repetirá a estratégia de voo solo que o PSOL adota desde sua fundação, em 2004, fruto de uma dissidência da legenda petista.
“O PT é um partido que sempre buscou hegemonia. Nunca tive a ilusão de que eles poderiam apoiar o Ciro. Se não for o Lula, eles vão lançar outro candidato”, disse Cid Gomes, ex-ministro da Educação no governo Dilma Rousseff e irmão de Ciro. “O PT quer lançar uma frente contando que o candidato seja deles. Tem sido a prática nos últimos anos”, afirmou o vice-presidente do PDT e líder da bancada na Câmara, André Figueiredo (CE).
Na avaliação de dirigentes desses partidos e de todos nós, a decisão judicial na segunda instância da Operação Lava Jato piorou as condições para Lula se candidatar sem questionamentos na Justiça Eleitoral. Com isso, acreditam que o eleitor em busca de nomes de oposição ao governo Temer tende a encontrar opções em outros partidos.
O PT assumiu posição de fora da lei e seus aliados históricos perceberam que essa atitude leva de volta aos tempos da clandestinidade da esquerda e não parecem dispostos a entrarem na mesma aventura. As declarações de Gleisi Hofman, Luiz Marinho e, principalmente, Lindbergh Farias pregam a retirada da legalidade e refletem o desespero de quem não tem sequer realismo para perceber o óbvio. Até meu neto de 3 anos sabia que Lula seria condenado por unanimidade e o PT preferiu apostar no improvável. Agora vai pagar o pato pela decisão estúpida e tresloucada.
Carolina Depois da pior chacina da história do Estado, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que seu Estado não fabrica nem armas pesadas nem drogas e que cobrará ações do presidente Michel Temer para conter a onda de violência local. Isso poderá levar a quê?
Santana, que, de início, preferiu se comunicar por redes sociais, imitando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse isso após uma reunião com autoridades dos três poderes estaduais marcada para discutir a chacina que matou 14 pessoas em Fortaleza na madrugada de sábado, 27.
“Estou pedindo uma audiência com o presidente da República para exatamente cobrar ações mais efetivas do governo federal em relação ao combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, à proteção das fronteiras do nosso País por conta dessa questão do alto índice de criminalidade do Brasil”, afirmou. Na coletiva, o governador disse que a polícia cearense teria identificado cinco pessoas relacionadas à chacina, sendo três mandantes, e que as prisões sairiam “nas próximas horas”. Ele informou que uma pessoa, portando um fuzil e que teria relação com o massacre, já estaria presa.
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, em nota oficial, respondeu a essa provocação com uma nota dura: “O ministro Torquato Jardim reafirma que a União seguirá cumprindo o papel de oferecer apoio técnico e financeiro aos Estados, como vem fazendo regularmente, para que os órgãos de segurança pública trabalhem de forma integrada e harmoniosa, ainda que os governantes não solicitem apoio por razões eminentemente políticas”.
Não tenho a menor simpatia pelo ministro da Justiça, mas na disputa de irresponsabilidade, o governador petista saiu na frente. A chacina mostra de fato em que situação deplorável está o Brasil, mas isso não muda o preceito constitucional de que segurança pública é da alçada estadual, não federal. Transferir a culpa para cima é um velho vício que só mostra a irresponsabilidade e o desprepardo de nossos gestores públicos e que estamos, não no mato sem cachorro, mas acuados pela cachorrada.
Haisem O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes foi hostilizado por passageiros de um voo que partiu de Brasília rumo a Cuiabá (MT) neste sábado (27). Será que Gilmar resolveu tirar a limpo a constatação de que hoje ele consegue ser mais impopular do que Temer e se deu mal?
As críticas ao ministro, que também preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o início de fevereiro, foram registradas em vídeos compartilhados em redes sociais. “Vai soltar o Lula também depois? E o Aécio, questionaram passageiros. “O STF não presta para nada. Tem que fechar aquilo lá”, continuaram, referindo-se ao ministro como “vergonha para o país”, “vergonha para a família brasileira” e utilizando termos mais chulos como “cagão”. O ministro não reagiu às manifestações. Em um outro vídeo, é possível ver que ele ficou mexendo no celular enquanto era hostilizado.
SONORA GILMAR_VAIAS 2901
Um comissário e o comandante precisaram pedir no sistema de som da aeronave que os passageiros desligassem equipamentos eletrônicos e ficassem sentados.
Pelo visto, Gilmar foi buscar lã e saiu tosquiado. Ele é identificado como Gilmar “deixa que eu solto” Mendes e sua virada de voto na jurisprudência da prisão após segunda instância acirra o ódio da população contra ele e com toda justiça. Pois a população sabe muito bem que esse recuo na direção da impunidade e, portanto, da barbárie é pior para a sociedade e só atende aos interesses dos privilegiados amiguinhos dos ministros do STF. Não adianta viver fugindo. Uma hora precisa enfrentar a realidade e aí é que a onça bebe água.
Carolina Foi ao ar ontem a participação do presidente Michel Temer no programa Silvio Santos na tentativa de ganhar o jogo difícil da reforma da Previdência. Será que isso vai adiantar alguma coisa?
Na entrevista, Temer ressaltou “a importância das ‘colegas de trabalho’ sensibilizarem os deputados” para que eles votem a reforma da Previdência. “Colegas de trabalho” é a expressão que Silvio Santos costuma usar quando se refere à sua plateia (que é toda composta por mulheres).
SONORA_SÍLVIO E TEMER
Silvio Santos e o presidente tentaram ser didáticos e “traduzir” a reforma para um público que não está acostumado ao noticiário político e econômico. “Se não aprovarem a Previdência, daqui dois, três, quatro anos não vai ter dinheiro para pagar ninguém”, disse o apresentador. O presidente completou: “Se não houver uma reformulação na Previdência vai acontecer o que aconteceu em Portugal e na Grécia. Ou seja, a dívida previdenciária é tão grande, tão expressiva, que lá (Grécia e Portugal) foi preciso cortar 30%, 40% dos vencimentos dos funcionários públicos”.
Parece que a divulgação dos dados dramáticos das contas públicas recentemente feita pelo funcionário responsável pelas despesas previdenciárias, Marcelo Caetano, e a condenação unânime de Lula pelo TRF4 podem ter alterado um pouco a perspectiva da votação da reforma da Previdência. O esforço de Temer para conseguir esse feito histórico é louvável, mas não resolve definitivamente o busilis da questão, que é a permanência de privilégios de políticos e funcionários, como é o caso dos militares. Recentemente, o Estadão publicou que a previdência especial dos militares custa 16 vezes mais do que a do trabalhador comum e isso realmente não tem explicação e não deveria ser mantido. Mas os militares ainda querem ressuscitar o auxílio-moradia justamente no momento em que até o Congresso está sendo obrigado a abrir mão dessa regalia. Esse tipo de alienação prejudica mais a reforma da Previdência, que é necessária e urgente do que a fúria retórica da esquerda contra o tema.
Haisem Em sua coluna deste fim de semana na Folha e no Globo, o jornalista Elio Gaspari registrou uma presença muito ilustre entre as personalidades estrangeiras que caem no conto da perseguição contra Lula e assumem publicamente a denúncia de que há uma ditadura do Judiciário no Brasil. Por que isso acontece?
Primeiro, vou ler a nota de Elio: Entre os 100 mil signatários do manifesto “Eleição sem Lula é fraude” está Daniel Ellsberg. Quem for assistir ao filme “The post — A guerra secreta” verá o personagem logo nas primeiras cenas, quando ele estava no Vietnã com a tropa americana. Trabalhando no Departamento de Defesa, Ellsberg atuou na coleta dos documentos que formaram os 14 volumes conhecidos depois como Pentagon Papers. Desafiando o governo, em 1971 ele deu cópias da papelada ao “New York Times” e ao “Washington Post”. O resto da história está no filme.
A turma de aloprados do presidente Richard Nixon varejou o consultório do psiquiatra de Ellsberg. Disso resultou o fim do processo que o governo lhe movia, e o episódio ajudou a provocar a renúncia de Nixon. Com uma biografia desse tamanho, Ellsberg tornou-se um dos ícones de seu tempo. Jamais pisou na bola. Escreveu três livros, vive modestamente, milita em causas pacifistas e foi preso manifestando-se contra a invasão do Iraque.
Antes de qualquer comentário, registro que Daniel Ellsberg é um herói de minha juventude justamente por causa de sua coragem em arriscar a pele para denunciar a cadeia de mentiras dos presidentes americanos Truman, Eisenhower, Kennedy, Johnson e, finalmente, Nixon, mostrando que esta história de fake news não é tão nova assim nem essa política de enganar a população com mentiras no discurso político não é exclusividade de países pobres. Os ricos também mentem. Este fim de semana vi The Post e tive a mesma emoção de quando vi o clássico ET, do mesmo gênio Spilberg. Trata-se do momento oportuno, porque a mesma liberdade de imprensa ameaçada em 1971 está em risco agora nos EUA de Trump e no Brasil do PT ameaçando controlar a imprensa caso empolgue o poder novamente. Ellsberg está sendo ludibriado e usando sua boa imagem para propagar uma mentira. Isso não suja sua biografia, mas felizmente nada muda entre nós.
SONORA Sílvio Santos vem aí