Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

Jornalismo


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Nêumanne entrevista Márcia Cavallari

Ibope constata que política brasileira está muito desacreditada

 

Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, diz que brasileiros acham que os políticos trabalham mais em seu próprio benefício do que para a sociedade, mas escolhem parlamentares conhecidos e no poder

“Após o atentado houve um fortalecimento da candidatura de Jair Bolsonaro e um aumento nas intençõesde voto nele. A campanha de Jair Bolsonaro começou bem antes do ano eleitoral nas redes sociais, ele tem uma militância espontânea entre seus eleitores. E isso faz com que o seu voto seja consolidado, uma vez que ele é o candidato que apresenta a menor diferença entre a pergunta espontânea, sem apresentação dos nomes dos candidatos, e a pergunta estimulada, em que os candidatos são apresentados ao eleitor” disse Márcia Cavallari Nunes, CEO do Ibope Inteligência. Na série Nêumanne Entrevista, a especialista constatou uma contradição na série de levantamentos feitos pelo instituto na eleição a ser disputada neste domingo, 7 de outubro. De modo geral, observou ela, “a política brasileira está muito desacreditada, 79% concordam com a frase de que os políticos trabalham mais em seu próprio benefício do que para a sociedade. Outros 64% acreditam que a política brasileira impede que apareça um líder honesto e comprometido com mudanças para o povo”. Mas esta constatação contradiz outra conclusão que ela permite definir na entrevista: “Aparentemente, também não teremos uma grande renovação no Congresso, de acordo com nossas pesquisas de intenção de voto parasenador e deputado, os eleitores estão escolhendo, novamente, parlamentares já conhecidos, muitos deles no poder.”

Para Márcia, antecipação da campanha nas redes sociais tornou voto em Bolsonaro mais convicto. Foto: Acervo pessoal

Para Márcia, antecipação da campanha nas redes sociais tornou voto em Bolsonaro mais convicto. Foto: Acervo pessoal

Márcia Cavallari Nunes, atual CEO (chief executive officer) do Ibope Inteligência, é responsável pela direção-geral da empresa, além de se envolver diretamente na coordenação de projetos específicos/especiais. Formada em Estatística pela USP, tem mestrado em Ciências Políticas com ênfase em Pesquisa de Opinião Pública pela Universidade de Connecticut. No Ibope desde 1982, já ocupou, entre outros cargos, o de diretoraexecutiva e de gerente nas áreas de opinião pública e de estatística. Tem 36 anos de experiência em pesquisa de mercado e opinião, com atuação em projetos qualitativos e quantitativos. É vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep) e faz parte do Conselho do Centro de Estudos de Opinião Pública(Cesop) da Unicamp. Além disso, lecionou no curso de Pesquisa de Mercado, Mídia e Opinião com ênfase na Gestão da Informação da ESPM e no Curso de Extensão de Opinião Pública, Mídia e Estratégias de Comunicação Política do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). E coautora de diversos livros sobre pesquisa eleitoral.

Nêumanne entrevista Márcia Cavallari Nunes

 

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Artigo de Nêumanne na página Opinião do Estadão: O justiceiro e o pau-mandado

De um lado, Lula é mesmo Haddad e, de outro, Bolsonaro, a opção contra o petista

A disputa marcada para domingo 7 de outubro nas urnas eletrônicas do Brasil não se travará entre democracia e autoritarismo, esquerda e direita ou pobres contra ricos. Nada disso: ela ocorrerá entre o justiceiro e o pau-mandado. Começou nas ruas em 2013 e não terminará no anúncio oficial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dos vencedores nas urnas.

Em 2013, a classe média espoliada pelo Estado estroina, voraz e indiferente à realidade de lares e escritórios do País, saiu às ruas para clamar contra os péssimos serviços públicos prestados por gestores ineptos e insensíveis e a corrupção que depaupera o erário e joga a governança ética no lixo. A presidente da época, Dilma Rousseff, poste indicado por Lula da Silva, do PT, e eleita com a luxuosa ajuda do PMDB, de Michel Temer, respondeu com a promessa de comandar cinco pactos para responder à massa nas áreas de responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte público e educação. Ganha uma viagem para Xangrilá quem citar uma providência adotada por ela para melhorar qualquer dos setores.

Mas, no ano seguinte, a mesma chapa, negociada pelo chefão Lula com Temer de vice, venceu a eleição presidencial, sob a égide do maior estelionato eleitoral da História. Este se manifestou de duas formas. Sob a batuta do marqueteiro João Patinhas Santana e de sua mulher, Mônica Moura, os vencedores enganaram os eleitores com uma publicidade asquerosa que acusava falsamente a ex-petista Marina Silva de conluio com banqueiros para impedir que os pobres comessem. A propaganda eleitoral foi paga com propina na veia: dinheiro de empreiteiras beneficiadas em contratações públicas para iludir o cidadão incauto e comprar uma oposição de fancaria do candidato derrotado, o tucano Aécio Neves.

Depois, o TSE os inocentou dos crimes cometidos e denunciados que vitimaram o eleitor, não pela falta de provas, alegada por seu presidente Gilmar Mendes, mas pelo excesso delas, conforme denunciou o relator Herman Benjamin.

Esta, porém, não foi a primeira – e nada indica que será a última – agressão absurda à lei praticada pela cúpula do Judiciário, vigilante na defesa de quem os tenha nomeado. Do escândalo do mensalão saíram indultados pela distraída Dilma Rousseff e perdoados pelo leniente plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) todos os seus mandantes petistas e aliados. Até hoje ainda cumpre pena o bode expiatório, dito operador, Marcos Valério Fernandes de Souza. Exceção à regra, José Dirceu reincidiu no crime enquanto cumpria pena de 30 anos e meio de cadeia. Ainda assim, foi solto pelo Trio Solta o Ladrão da Segunda Turma do STF: o presidente do clube, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

Acontece que esses arreganhos de impunidade têm sido desafiados desde 2014, só por isso um ano histórico: afinal, nele teve início a Operação Lava Jato, na qual policiais, procuradores e juízes federais devassaram o maior caso de rapina dos cofres públicos da História, o petrolão. No último quadriênio, a Nação brasileira passou a conviver com uma realidade estranha à tradição de desrespeito ao direito mais pétreo de nossa ordem constitucional, a igualdade de todos os cidadãos, pobres ou ricos, perante a lei, primado do Estado de Direito. Uma mistura de ousadia, honestidade e conhecimento dos truques dos corruptos lavadores de dinheiro levou às celas – antes reservadas apenas para pretos, pobres e prostitutas – magnatas como o empreiteiro Marcelo Odebrecht e políticos poderosos e populares como o padim Lula.

A devassa desmontou a farsa da cruzada ética dos socialistas de araque, mas a maior de suas vítimas foi Aécio Neves, que saiu da derrota para Dilma como a esperança de 50 milhões de brasileiros que nunca acreditaram nos petistas ou se frustraram com eles. Mas foi flagrado nas investigações como sócio minoritário, nem por isso menos desprezível, deles.

A Lava Jato e filhotes deram à Nação a confiança de que chegara a hora de desratizar os palácios infestados dos três Poderes da República. A ilusão do verão do desemprego, da bala perdida e dos R$ 50 milhões entesourados no apê dos Vieira Lima respondia ao mote “não reeleja ninguém”.

Mas o acordão do outono não tardaria a desmontar a bomba que ameaçava explodir a engenharia perversa do desalento da Nação assaltada. A eleição de outubro foi planejada como a sagração da primavera da baixíssima renovação do Congresso garantindo o foro privilegiado, da liberdade do capitão do time de Lula e da fé renovada no poder demiúrgico do famigerado presidiário.

Do inverno de desesperança majoritária para cá os institutos de pesquisa flagraram na alma nacional as únicas saídas que ora lhe parecem viáveis. Como já está provado que Lula é Haddad, ou seja, o preposto não é mais o poste, mas pau-mandado e codinome do real titular da chapa triplex, o sonho de voltar a viver sob os eflúvios de seu mandato de bonanças sem ter de se submeter às catástrofes de madame Rousseff tornou viável a hipótese de incluir os condenados do mensalão e do petrolão no perdão geral a todos os gatunos.

Do lado oposto, a fresta achada pelas vítimas dos desgovernos do PT e do PMDB aliados se voltou para o único dos candidatos viáveis à Presidência que não fez parte das quadrilhas que limparam os cofres da República nem figura no rol de eventuais beneficiários do “solta os meus que não permito que prendam os seus”.

Pode-se dizer que Jair Bolsonaro, do PSL, só não participou da bandalheira em que se lambuzaram PT, PCdoB, PDT, PMDB, PSB, PP, PSC, PRB e, last but not least (por último, mas não por menos), PSDB e DEM, porque não tinha importância no jogo do poder que bancou o bicho da corrupção nos últimos 16 anos. E daí? Importa agora é que o duelo travado é, de fato, entre Lula, vulgo Haddad, e Jair, o mais escrachado de tudo quanto representa seu oposto. E o resto é lorota.

Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo quarta-feira 3 de outubro de 2018)


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Nêumanne entrevista Rubens Figueiredo

Achar injusta prisão de Lula é uma insanidade, diz sociólogo

Rubens Figueiredo teme pelo futuro da democracia, pois os candidatos desdenham do que ela tem de mais nobre e generoso e chegam ao ponto de por eleição sob suspeita

O professor Rubens Figueiredo, bacharel e doutor em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), protagoniza esta semana a série Nêumanne Entrevista no blog, lamentando o protagonismo de Lula na atual campanha eleitoral. Para ele, “um cidadão que não pode disputar a eleição não poderia, por consequência, dar apoio a ninguém. Está impedido por lei de disputar a eleição, preso, mas aparece nas rádios e TVs o dia inteiro e tem grandes chances de eleger um apaniguado? Qual a lógica disso?”. Em relação a Jair Bolsonaro, do PSL, o “anti-Lula” da eleição, comentou que seus eleitores “não suportam a incompetência e a corrupção da esquerda, o governo dos amigos, têm ojeriza aos rios de dinheiro canalizados para sindicatos e ONGs, rejeitam  a apologia da diversidade, a exaltação dos direitos humanos, as cotas à frente do mérito, o elogio às famílias que não são formadas por heterossexuais, e por aí  vai. O discurso de  Bolsonaro cala fundo ao heterossexual, empregado, pai de família, batalhador e que não aguenta mais a violência. Por isso sua popularidade”. O especialista em marketing político também diagnosticou a crise profunda pela qual passa o Brasil como resultado do esgotamento de duas agendas. Uma, a do modelo social-democrata, para ele, “se materializa no generosíssimo volume de benefícios sociais inscritos na Constituição de 88. Esse modelo não para em pé”. A outra é a intervencionista-desenvolvimentista, que, segundo ele, “fracassou miseravelmente”. Pois, esclareceu, “gerou desajustes na economia que levaremos anos para ajustar.”

Para Rubens, "a credibilidade das instituições políticas está no fundo do poço e a crise econômica é gravíssima, mas ninguém foi à rua protestar". Foto: Acervo pessoal

Para Rubens, “a credibilidade das instituições políticas está no fundo do poço e a crise econômica é gravíssima, mas ninguém foi à rua protestar”. Foto: Acervo pessoal

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em Ciência Política pela mesma instituição, Rubens Figueiredo é diretor do Cepac – Pesquisa e Comunicação S/C Ltda. É ainda consultor da Fundação Espaço Democrático e integrante de Coselhos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). É autor, coautor e organizador de vários livros, como Junho de 2013: A sociedade enfrenta o Estado, Para onde vamos? – Política, economia, segurança pública e relações internacionais no mundo contemporâneoCidades nota 10 – Vida inteligente na administração pública brasileira ,Marketing político em tempos modernos, Empresariado Brasileiro – Política, Economia e SociedadeA era FHC: um balanço,O que é opinião pública, entre outros. Integrou o Conselho de Comunicação do presidente Michel Temer e a consultoria dapresidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Proferiu palestras sobre pesquisas, administração pública, marketing político e eleições  na  Alemanha, na Argentina, no Chile, na Espanha, na França, no México, em Moçambique, no Peru e naVenezuela. Escreveu, em parceria com Fernando Henrique Cardoso, o paper  Reconciling capitalists with democracy: the Brazilian Case, apresentado em Seminário Internacional na Itália.

Nêumanne entrevista Rubens Figueiredo

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Nêumanne entrevista Celso Lafer

Lafer quer no Brasil governo para todos brasileiros

Ex-chanceler prega moderação e tolerância e não aceita polarização e intolerância na disputa eleitoral nem na formação, conduta e gestão do presidente a ser eleito

O professor emérito da USP Celso Lafer confessou ter “uma preocupação salutar com o futuro que faz velar e ingressar no combate político, o que, no meu caso, significa afirmar a moderação da tolerância e sustentar a inaceitabilidade das polaridades extremistas.” Na edição desta semana da série Nêumanne entrevista, o ex-chanceler citou seu colega na USP e na Academia Paulista de Letras, José de Souza Martins, entrevistado na semana passada, “tanto no conturbado processo eleitoral como no futuro governo, que deverá ser um governo para todos os brasileiros.” Lafer lembrou ainda que, ao insistir na versão não confirmada pela realidade da perseguição de polícia, Ministério Público e Justiça a Lula, “o uso abrangente, mesmo instrumentalizado, desses recursos legais patenteia que em nosso país, como cabe numa democracia, verifica-se a plenitude do respeito ao devido processo legal e do direito à ampla defesa e ao contraditório, que a Constituição assegura. É um mérito político da democracia brasileira e do papel que nela desempenha o Poder Judiciário.”

Hoje Celso Lafer se propõe a afirmar a moderação da tolerância e sustentar a inaceitabilidade das polaridades extremistas” (Foto: Estadão)

Hoje Celso Lafer se propõe a afirmar a moderação da tolerância e sustentar a inaceitabilidade das polaridades extremistas” (Foto: Estadão)

Celso Lafer (São Paulo, 1941) presidiu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) 2007 a 2015. Éprofessor emérito da Universidade de São Paulo (USP), de sua Faculdade de Direito e de seu Instituto de Relações Internacionais. Foi, até a sua aposentadoria em 2011, professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP, na qual estudou (1960-1964) e lecionou Direito Internacional e Filosofia do Direito. MA (1967) e Ph.D. (1970) em Ciência Política pela Cornell University (EUA); livre-docente em Direito Internacional Público (1977) e titular de Filosofia do Direito (1988) na Faculdade de Direito da USP. É membro da Academia Brasileira de Ciências (desde 2004), da Academia Brasileira de Letras (desde 2006) e da Academia Paulista de Letras (desde 2015). Integra desde 2002 a Corte Permanente de Arbitragem Internacional de Haia. Foi ministro das Relações Exteriores (1992, 2001-2002) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (1999). Embaixador, chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra (1995-1998). Na OMC, foi presidente do Órgão de Solução de Controvérsias (1996) e do Conselho Geral (1997). É doutor honoris causa das Universidades de Buenos Aires, Córdoba, Três de Febrero, Jean Moulin Lyon 3, Haifa e Birmingham. Recebeu em 2001 o prêmio Moinho Santista, da Fundação Bunge, na área de Relações Internacionais. Suas últimas publicações incluem A Internacionalização dos Direitos Humanos – Constituição, Racismo e Relações Internacionais, Barueri, SP: Manole, 2005; Norberto Bobbio – Trajetória e Obra, São Paulo: Perspectiva, 2013; Um Percurso no Direito no Século XXI – Vol. 1 – Direitos Humanos, Vol. 2 – Direito Internacional, Vol. 3 – Filosofia e Teoria Geral do Direito, São Paulo: Atlas, 2015; Lasar Segall: Múltiplos Olhares, São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2015; Hannah Arendt, Pensamento, Persuasão e Poder, 3.ª edição, revista e muito ampliada, Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

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Nêumanne entrevista José de Souza Martins

Polarização de extremos será rejeitada pelo eleitor, diz sociólogo

O professor José de Souza Martins acha que candidatos indicam que “o mesmo de sempre prevalecerá”, mas o eleitor rejeitará polarização entre extremistas

“A enorme competência teatral de Lula acobertou a incompetência política do partido para se sobrepor a interesses que contrariavam sua ideologia e seus compromissos com as bases populares”, disse o sociólogo José de Souza Martins, protagonista da série Nêumanne Entrevista da semana. Para ele, “o PT se empenhou em dividir o Brasil até o ponto extremo de dividir famílias, destruir amizades, inviabilizar harmonias, até mesmo distanciar pais e filhos. No Brasil do PT, hoje, só existe lugar para quem subscreve tanto a ideologia quanto os atos do PT e do petismo”. Por outro lado, o ex-docente da USP que lecionou em Cambridge, Universidade da Flórida e Lisboa, constatou que “não houve um gesto do governo Temer que de fato se orientasse para a prática da justiça social, a começar do enquadramento, no mesmo rigor que vitimou quem trabalha, dos privilegiados dos três Poderes”. E previu que, com a rejeição aos extremistas nas urnas, haverá “uma reproposição do centro-esquerda como eixo do processo político brasileiro”.

José de Souza Martins em lançamento de livro de Celso Lafer, seu colega na Academia Paulista de Letras. Foto: Silvana Garzaro/Estadão

José de Souza Martins em lançamento de livro de Celso Lafer, seu colega na Academia Paulista de Letras. Foto: Silvana Garzaro/Estadão

José de Souza Martins é doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, de que foi docente e professor titular. Foi professor visitante da Universidade da Flórida (EUA) e da Universidade de Lisboa. Em 1992 foi eleito professor da Cátedra Simón Bolívar da Universidade de Cambridge (Inglaterra) para o ano acadêmico de 1993-1994 e fellow do Trinity Hall. Membro da Junta de Curadores do Fundo Voluntário da ONU contra as Formas Contemporâneas de Escravidão (Genebra, 1996-2007). Coordenador pro bono da Comissão Especial da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, em 2002, que elaborou o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de A Política do Brasil Lúmpen e Místico (Contexto) e de Do PT das Lutas Sociais ao PT do Poder (Contexto). É colaborador semanal do suplemento Eu & Fim de Semana, do jornal Valor Econômico.

osé de Souza Martins ministra aula prática, de rua, para os alunos do Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia da USP, na vila ferroviária de Paranapiacaba, no Alto da Serra (SP), em 1999. Foto: Acervo pessoal

José de Souza Martins ministra aula prática, de rua, para os alunos do Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia da USP, na vila ferroviária de Paranapiacaba, no Alto da Serra (SP), em 1999. Foto: Acervo pessoal

Nêumanne entrevista José de Souza Martins

 

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No Blog do Nêumanne: Democracia apunhalada

Tentativa de assassinar candidato à Presidência não pode ser tratada como ato insano de ‘lobo solitário’, pois é, de fato, atentado contra liberdade e direito de discordar e disputar eleição

O servente de pedreiro Adélio Bispo de Oliveira, mineiro, 40 anos, tem, como todo brasileiro, liberdade para, em nome dos ideais que o levaram a filiar-se ao PSOL e depois desfiliar-se, discordar de todos quantos não professem sua fé revolucionária e, no limite total, insultar quem dele discorde. Mas qualquer bebê de colo tem plena noção de que não lhe assiste autorização da sociedade para, munido de uma arma branca, ferir e tentar matar quem não comungue de seus ideais revolucionários e antidemocráticos. Ao fazê-lo, atentou contra o maior bem de que dispõe qualquer ser humano, a vida. Só que fez muito mais: cometeu um grave crime político de lesa-liberdade contra o Estado de Direito, que assegura a todos, sem exceção, permissão para pensar, empreender, expressar-se, concordar ou discordar e seguir qualquer credo religioso ou partidário.

O que aconteceu no fim da tarde de quinta-feira 6 de setembro em Juiz de Fora (MG) foi a terceira ocorrência criminal grave na política brasileira neste ano de sangue, ódio e medo. O primeiro teve lugar em 14 de março no centro do Rio de Janeiro e nele foram vitimados a vereadora do PSOL Marielle Franco e o motorista, Anderson Gomes, executados a balaços de um fuzil automático usado por atiradores até agora não identificados, que passavam num carro ao lado do ocupado pelos baleados. Em 27 de março, 13 dias depois, um atirador até agora não identificado pela autoridade policial – Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil do Paraná ou Polícia Federal (PF) – alvejou com um revólver um ônibus da caravana que seguia o pretendente à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). E Jair Bolsonaro, deputado federal pelo Partido Social Liberal (PSL) disputando idêntico posto, foi esfaqueado, sobreviveu e está internado em estado gravena Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, depois de ter sido submetido a uma laraparoscopia na Santa Casa de Misericórdia na cidade onde foi ferido.

Tudo o que se conhece sobre autorias ou motivação dos três crimes, todos graves, embora cada um com sua natureza específica, é o que tem sido dito em evidentes platitudes ou em desinformação declarada, de forma leviana e sem base em nada de concreto, pelo ministro extra extra ordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann. Nada do que foi “informado” pela autoridade máxima responsável pela “insegurança” nacional serve para uma nota de pé de página num compêndio de História do Brasil. Ele revelou detalhes vagos sobre suspeitas dos assassinos até hoje desconhecidos do massacre no Rio. Considerou “inaceitável” o tiro que acertou a lataria do ônibus de devotos de Lula e não feriu ninguém. Agora, enquanto seus subordinados da PF ainda investigavam a participação de eventuais cúmplices do agressor do candidato que concorre de verdade em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e também em rejeição, o chamou de “lobo solitário”. Como rezava o samba-canção, “e daí, e daí?”.

Da execução do Rio, do tiro disparado na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná, e da punhalada na democracia no interior de Minas, por enquanto, o público interessado só conhece o que a incompetência proverbial dasPolícias Civis e Federal em matéria de investigação de crimes contra a vida autoriza: a autoria desconhecida nos dois primeiros casos e questões não respondidas no outro. A execução de Marielle e Anderson abriu a temporada das conjecturas oportunistas da guerra política em ano de campanha. A esquerda mendaz preferiu elegê-la mártir da revolução, em vez de mobilizar sua artilharia contra a incompetência das polícias do Rio e da intervenção militar na Segurança do Estado, todos incapazes de resolver um crime cujos autores deixaram óbvios vestígios. A direita infame preferiu satanizar a vítima, como se ela tivesse disparado os projéteis, e não sido o alvo deles. E recorreu a crimes similares contra cidadãos anônimos, como se uns justificassem o outro, critério estúpido, desumano e inócuo. Enquanto Jungmann anunciava à Nação que milicianos suspeitos estavam sendo investigados e seu chefe, o presidente Temer, comemorava o êxito da operação incapaz de resolver um crime de repercussão internacional, os brasileiros com um mínimo de inteligência e pundonor choravam a própria sorte, entregue a essa gente incapaz e mentirosa. A viúva de Marielle, Mônica Benício, contou, pasme, que só neste fim de semana a polícia lhe pediu a senha do telefone da vítima para investigar suas chamadas. Cinco meses depois do crime…

Assim como na chacina do Estácio, berço das estripulias dos sambistas de antanho fugindo de chefes da polícia, o tiro no ônibus da caravana de Lula continua sem explicação das autoridades policial e judicial que esclareça mais do que os exames periciais divagando sobre o ângulo geométrico do cano da arma que disparou ou a solução do enigma da velocidade com que o ônibus se movia (ou não) quando foi alvejado. Jungmann decretou-o “inaceitável”. Mas até agora a evidência que salta do episódio, que pelo menos não deixou vítimas, é que a chefia dos policiais encarregados da investigação, passando pelo autor do truísmo, “aceita”, sem exigir explicação nenhuma, a inépcia de seus subordinados. Enquanto isso, os ditos “pescadores em águas turvas” põem a imaginação para funcionar apontando para os inimigos que teriam atirado, no mínimo, para assustar os peregrinos do lulismo. Ou para devotos do padim, que teriam atirado para adicionar cheiro de pólvora à teoria da perseguição imaginária com que vendem a militantes crédulos do Brasil e do mundo a fancaria hagiológica de que, além de carismático, seu líder é mártir dos exploradores de sempre, só por ser bom para pobres e desvalidos.

A vítima da tentativa de assassinato em Juiz de Fora correu risco de morte, está viva, grave, em estado grave, mas bem na UTI em São Paulo. Em princípio, ele foi beneficiado pela multiplicação automática de horas em copiosa cobertura no noticiário da campanha. Sua cota no horário no rádio e na televisão é de 9 segundos e ele passou a ocupar o noticiário (e não os comerciais) em minutos que superam muito os dos campeões do PSDB e do PT. Mesmo quando tiver saído do hospital e continuado a campanha, a audiência da grade da programação e a leitura das páginas nobres dos meios da comunicação produzirão em seu favor mais efeitos do que a soma do tempo no horário da propaganda de todos os seus adversários. Se prevalecer a experiência de que a comiseração é um elemento forte de simpatia e até apoio na política, é provável que o atentado possa beneficiá-lo na disputa. A retirada da propaganda agressiva do campeão do tempo e das iniciativas estúpidas, Geraldo Alckmin, do PSDB, já poderá favorecê-lo duplamente: por ter sido insultado na propaganda do adversário, ao mesmo tempo que era ferido de morte por um inimigo ideológico, teve reduzida sua altíssima rejeição.

A PF teria muito a explicar ao chefe Jungmann, se este estivesse interessado em explicações. A facada é uma imperdoável falha de segurança. A oportunidade para se redimir dela será dada por uma investigação completa, isenta e transparente do crime. Há dúvidas que estão aí para ser dirimidas. Quem pagou as aulas de Adélio numa academia de tiro onde praticavam os filhos da vítima, na distante Santa Catarina? Que generoso cliente paga a um quarteto de advogados grã-finos para defender a tese oportuna de que ele é doido, agiu sozinho e obedeceu a uma ordem divina? Por que o advogado mentiu de forma tão abjeta quando lhe atribuiu o desejo de ferir, mas não matar, com uma facada no abdômen?

Não dá para imaginar que Bolsonaro tenha ficado feliz com a exposição na mídia depois de ter corrido o risco que correu. Mas o que menos interessa agora são eventuais vantagens do candidato ferido. O Estado de Direito no Brasil depende de informações precisas, isentas e lógicas da autoridade policial que investiga o caso. O resto é lana caprina. Ao contrário do que faz crer a nota venenosa do PT contra a entrevista do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, ao Estado, este tem razão e fala a verdade. Os riscos para a sobrevivência e a higidez de nossa democracia aumentarão se nada for esclarecido tintim por tintim. E isso vale para os três atentados deste ano: a execução de Marielle e Anderson, o tiro no ônibus da caravana de Lula e a facada em Bolsonaro.

  • Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne segunda-feira 10 de setembro de 2018)

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