Site oficial do escritor e jornalista José Nêumanne Pinto

Direto ao Assunto


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Direto ao Assunto no YouTube: `PF´persegue quem incomoda Bolsonaro

1 – #policiafederal pede ao #stf para investigar deputado que denunciou compra suspeita de vacina a #jairbolsonaro. 2 – Kássio Marques, do STF, nega quebra de sigilo, pedida pela #cpidacovid no Senado de coronel suspeito de fazer negociatas com vacina. 3 – #centrao ganha espaço no Planalto com Ciro Nogueira na chefia da Casa Civil. #joseneumannepinto. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade vai nos salvar.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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No Estadão desta quarta-feira: Propina e latrina são só rimas podres de vacina

José Nêumanne

Picaretas bolsonaristas negociaram vacinas muito caras.

E alguns não vivem em Brasília

“Geralmente, quando se fala em propina, é pelado e dentro da piscina”, disse o presidente Jair Bolsonaro à porta do hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após passar quatro dias de folga, desfilando sem máscara pelos corredores, invadindo sem licença a intimidade de pacientes. E recebendo visitas da mulher, Michelle, e do maquiador dela. Como de hábito, é mentira: não há relação histórica ou factual entre corrupção, nudez e água.

A frase só se justifica pela rima, que não é rica nem pobre, mas podre, como a natureza escatológica das falcatruas. Contém a patranha de outras dez lorotas que lhe sucederam e lógica similar à frase em que o ignorante (de parca inteligência) e ignorantista (quem nega o óbvio) a apoiou: “Se eu estivesse na Saúde, eu teria apertado a mão daqueles caras todos. Ao receber (os representantes) … ele não estava sentado à mesa. Geralmente, teria uma fotografia dele sentado à mesa e negociando. E se fosse propina, (Pazuello) não daria entrevista, meu Deus do céu, não faria aquele vídeo”. Em geral, feio não é roubar, é ser flagrado.

De fato, ninguém tomaria conhecimento da bandalheira encenada no Ministério da Saúde, em plena vigência de gemelares desgoverno Bolsonaro e pandemia da covid-19, se não houvesse a comissão parlamentar de inquérito do Senado para investigá-la. Depoimentos nela tomados revelaram que delongas nas transações com laboratórios na compra de vacina esclarecem que nunca houve razão ideológica (negacionismo) para isso, mas acertos com picaretas ralé vendendo doses inexistentes de imunizantes (negocionismo) sem o “atrapalho no trabalho” (apud John Lennon) do compliance. Dois bandos recebiam, sob a chefia do intendente incompetente Eduardo Pazuello, atravessadores com reconhecida experiência em negociar com governos e não entregar a mercadoria. Segundo os primeiros depoentes da CPI, o QG de um era a sala do secretário executivo, coronel da reserva do Exército Elcio Franco. Outro se subordinaria ao civil Roberto Dias, egresso do Paraná.

O primeiro compliance zero a oferecer doses com sobrepreço atraente, Francisco Emerson Domiciano, mora em Brasília, “paraíso dos lobistas, dos espertalhões”, segundo Bolsonaro. Mas também tem endereços em São Paulo. Sua empresa Global tinha vendido remédios caríssimos para doenças raras ao Distrito Federal, à época em que o paranaense Ricardo Barros foi ministro da Saúde, no governo Temer. Nunca entregou o que vendeu, nunca devolveu o que recebeu. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, atestou sua “lisura”, por nunca ter sido condenado. O primogênito da famiglia presidencial, Flávio, levou-o ao presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, para apresentar um projeto de banda larga para o Nordeste, uma “boa ideia” de uma de suas 13 empresas, a Xis Internet Fibra. Flávio mudou-se do Rio para Brasília em 2019. A Precisa Medicamentos intermediou compra de 20 milhões de doses de AstraZeneca, parceira da Fiocruz, por R$ 1,67 bilhão. A verba foi empenhada, o contrato foi suspenso e só agora cancelado. E o laboratório britânico desconhece qualquer entrega de tal vulto. A famiglia em primeiro lugar.

Depois da famiglia, Cristo, conexão entre o clã e o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente do Serviço Nacional de Assuntos Humanitários (Senah, antes Senar, de religiosos). A venda sem compliance foi muito mais volumosa (e, claro, mais vantajosa): 400 milhões de doses. O atravessador é o mais distante dos lobistas de Brasília: Herman Cardenas, dono da Davati, loja de material de construção, e de um escritório de negócios imobiliários, no Texas, EUA. Seu representante no Brasil, Cristiano Carvalho, mora em São Paulo, mas mostrou adestramento nos costumes dos “lobistas” de Bolsonaro: para ele, não existiu corrupção, mas “comissionamento”. Foi nesse negócio que o cabo PM-MG Luiz Paulo Dominguetti acusou Dias de ter cobrado um centavo de dólar de “comissão” por dose de AstraZeneca, de fornecimento “garantido” por um médico amigo do texano da origem do “rolo”.

A World Brands Distribuição, cujos representantes estrelam o vídeo com Pazuello, é de Jaime José Tomaseli, um dos três condenados pela Justiça Federal de Itajaí (SC), a milhares de quilômetros da capital federal, em 2014, por participar de conluio que fraudou documentos de importação de produtos.

O parco espaço destinado a este artigo não comporta a lista dos oficiais da ativa e da reserva das Forças Armadas envolvidos nas negociações tenebrosas que explicam parte considerável dos mais de 540 mil óbitos por covid-19 que teria sido evitada com o uso de imunizantes de laboratórios com compliance: Fiocruz, Butantan, AstraZeneca, Sinovac, Pfizer, Moderna e Johnson.

A diferença dos recentes “lobistas” em relação aos antigos é o ponto comum dos novos: o bolsonarismo de raiz pôs em contato o cabo PM de Minas na ativa e em horário de expediente, Dominguetti, e o “terrivelmente evangélico” Amilton sem agá. O resto é papo de latrina, outra rima podre de propina.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na Pág.A2 do Estado de S. Paulo de quarta-feira 21 de julho de 2021)

Para ler no Portal do Estadão clique aqui.


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Direto ao Assunto no YouTube: Bolsonaro tem que vetar Fundão

1 – #jairbolsonaro não pode sancionar o golpe do #fundoeleitoral de seus patrões do Centrão. 2 – O general Hamilton Mourão envergonha a farda e a pátria fazendo viagem oficial a Angola para quebrar o galho do dono da TV Record, Edir Macedo. 3 – O chefe do Executivo cumprimentou o esquerdista Pedro Castillo, presidente do Peru, bem feito. #joseneumannepinto. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade salvará as nossas vidas.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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Comentário no Jornal Eldorado: Butanvac será aplicada em janeiro

O governo de São Paulo planeja começar a revacinação anual contra a covid-19 em 17 de janeiro, conforme declaração do secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn. Ele não deu detalhes sobre o público prioritário e o número de doses que serão necessárias. “Foi exatamente o dia em que vacinamos a primeira breasileira aqui em São Paulo, Mônica Calazans”, justificou durante agenda pública.

Em outras ocasiões, o governo paulista já havia apontado que a campanha de imunização contra o novo coronavírus talvez precisasse passar a ser anual. que proteja contra a influenza e a covid-19. Contou ainda que o Instituto Butantan analisa a possibilidade de produzir uma vacina só para imunizar anualmente contra covid e a gripe comum, influenza. O Ministério Saúde é contra. Ou seja, do contra. Pode?

Para ouvir comentário clique no link abaixo e, em seguida, no play:

 

 

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Assuntos para comentário da terça-feira 20 de julho de 2021

1 – São Paulo quer revacinar a população a partir de janeiro com Butanvac – Esta é a manchete de primeira página da edição impressa do Estadão deste 20 de julho de 2021. Qual é a novidade a ser destacada dessa notícia da adoção de uma vacina fabricada inteiramente no Brasil contra a covid a partir do ano que vem

2 – Em Angola, Mourão intercedeu pela Universal – Este é o título de uma chamada no alto da primeira página do jornal desta terça-feira. O que você destaca nessa interferência de mais um assunto de interesse particular dos aliados evangélicos do governo em nossa política externa

3 – Bolsonaro aponta que ‘cifra’ do novo fundo eleitoral ‘não será sancionada’: ‘Valor é astronômico’ – Este é o título de uma chamada de capa no portal do Estadão que está no ar. Por que, em sua opinião, o presidente não anuncia logo que vai vetar, em vez de apenas criticar, embora duramente

4 – Fundo Eleitoral, guerra suja de narrativas – Este é o título de seu artigo publicado no blog do Nêumanne na edição virtual do jornal. Por que você condena as versões politizadas do debate sobre a votação simbólica, ou seja, só de líderes, daquilo que você chama de “furto partidário”

5 – Vice da Câmara solicita pedidos de impeachment – Esta é a manchete da página A 6 da Editorial Política do Estadão de hoje. Que motivos o deputado Marcelo Ramos teve para demonstrar interesse nos processos pedindo deposição de Bolsonaro, que estão guardados nas gavetas da Mesa da Câmara dos Deputados, à qual cabe autorizá-los

6 – Após críticas, Lira defende semipresidencialismo nas redes – Este é o título de outra notícia publicada na página A6, da Editoria Política do jornal de hoje. Qual será o motivo que você aponta para desenterrar essa ideia lançada pelo ex-presidente Michel Temer em artigo publicado aqui mesmo no Estadão


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Comentário no Jornal Eldorado: Para blindar Pazuello vale tudo

Vídeo do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello confraternizando com representantes da empresa World Brands Distribuição, de Itajaí (SC), que pretendia vender 30 milhões de doses da Coronavac, vacina do laboratório chinês Sinovac em uso no País em parceria com o Instituto Butantan, foi dado pelo presidente Jair Bolsonaro como indicativo de normalidade do episódio. Na saída de um hospital, além de livrar a cara do atual assessor instalado no Planalto, Bolsonaro disparou que Brasília é o “paraíso dos lobistas”. A empresa foi condenada pela justiça por fraude de documentos de importação de produtos. O episódio mostrou que a lavagem intestinal aparentemente simples, que poderia ter sido feita até numa clínica em Brasília, não diminuiu o ímpeto de mentir de Sua Insolência, pondo em dúvida até sua internação.

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Assuntos para comentário da segunda-feira 19 de julho de 2021

1 – Bolsonaro defende Pazuello em negociação de vacinas: “Propina é pelado na piscina” – Este é o título de uma chamada na capa do portal do Estadão neste 19 de julho de 2021. Era de esperar que o presidente parasse de mentir após se submeter a uma desobstrução intestinal

2 – Pagamento de multa ambiental cai 93% no governo Bolsonaro – Esta é a manchete de primeira página do jornal nesta segunda-feira. O que você acha que essa constatação revela sobre a repercussão da devastação do meio ambiente na atual gestão federal no resto do mundo

3 – STF: 3 em 10 senadores já declaram apoio a André Mendonça – Este é o título de uma chamada no alto da primeira página do Estadão de hoje. Que consequências você prevê para a imagem do Supremo Tribunal Federal se o segundo indicado por Bolsonaro for mesmo aprovado

4 – Dallari defende Constituinte exclusiva – Este é o título do vídeo da série Nêumanne Entrevista que está no ar no blog do Nêumanne no Portal do Estadão desde ontem. O que você destaca nas opiniões do professor de Direito Público da PUC de São Paulo sobre a cúpula do Judiciário

5 – Câmara acaba com piso salarial de cinco profissões – Este é o título de uma chamada na primeira página do jornal do dia. Quais a urgência e as consequências práticas dessas providências tomadas pelos deputados federais nesta crise sanitária, econômica e política

6 – De Margarida a Dona, os sucessos de Guarabyra – Este é o título do vídeo da série Dois dedos de prosa desta semana no Blog do Nêumanne no portal do Estadão. Para que mais você chama a atenção nessa conversa com o antigo membro do trio Sá, Rodrix e Guarabyra


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No Blog do Nêumanne: Fundo Eleitoral, guerra suja de narrativas

Fundo Eleitoral, guerra suja de narrativas

José Nêumanne

Não se deixe enganar, não há inocentes na aprovação simbólica do novo furto partidário, que drenará R$ 6 bilhões dos cofres públicos, três vezes mais que o aprovado para o último pleito

No penúltimo Orçamento, o tal do Fundo Eleitoral, assalto dos ditos “pais da Pátria” aos bolsos furados dos pagadores de impostos de uma república no pântano chamado Brasil, beirou os R$ 2 bilhões. Agora o Congresso Nacional dotou esse furto partidário de R$ 6 bilhões para as eleições gerais de 2022. E, bancando o mocinho de fancaria de hábito, o presidente da República já desgastou o pretexto de temer um impeachment caso o vetasse e bancou o solidário inerte. Agora as eleições serão a federal e as estaduais, e mais uma vez o lobo mau dos mais de 540 mil mortos na pandemia da covid-19 se fez de vovozinha bocó, transferindo a responsabilidade pela mão grande ao vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que presidiu a aprovação. O deputado respondeu com insultos cada vez mais de acordo com a maior parte da população humilhada e ofendida pelo desgoverno federal. Mas também não demonstrou ânimo algum, para dizer o mínimo, contra o roubo descarado, nojento e infame da classe dirigente contra o povão em geral.

Na confusa ordenação institucional brasileira ninguém tem razão, mas todos encontram motivos para provar que esta é de quem a proclamar primeiro. O pagador de impostos, ao qual nenhum dirigente de poder algum paga promessa, já pode começar a reclamar de uma excrescência que consagra, não a democracia sonhada pelos justos, mas a ditadura dos que choram menos porque podem mais. Primeiramente, é um absurdo inominável que a lei mais importante desta republiqueta insana não seja votada pelo plenário do Congresso, mas por uma votação “simbólica”. Esse tipo é realmente o símbolo mais completo do solene desprezo que a elite que controla os cordéis do teatro de fantoche de terror das instituições do Estado de Direito devota aos pagadores de suas contas e executores de sua “vontade”, de fato desprezada, alegada na teoria e execrada na prática. O plenário do Congresso Nacional não representa a maioria do povo, pelo mero incidente de ser escolhido não por um sufrágio majoritário, mas por uma complexa operação matemática de proporcionalidade. Mas já que o velho Churchill dizia que a democracia é o menos mau dos regimes, vá lá. Pelo menos que as bancadas distribuídas de forma a desafiar a aritmética cumpram, no mínimo, o dever teórico de representar o bendito e sofrido povo brasileiro. O colégio de líderes que decidiu a aprovação da Lei das Diretrizes Orçamentárias e não votou em separado o Fundo Eleitoral é a razão definitiva para que se consagre o princípio fundamental deste país de vigaristas e otários, “me engana que eu gosto”. E às favas com ordem e progresso.

A votação simbólica é a consagração estatutária da absorção do fundo furtado do suado pecúlio popular pelas bolsas inalcançáveis da elite mandatária nacional. O cinismo do Centrão, que decide nos três Poderes desta “democracia” de desiguais, é o espírito que comanda tudo. O ex-posto Ipiranga Paulo Guedes fingiu que reprovava a multiplicação do esbulho pelo mágico número três. O teórico chefe dele, capitão de bravata Jair Bolsonaro, fingiu que não escutou. E o plano do triplo assalto chegou à Mesa do Congresso sob a presidência do vice mercê da fuga dos dois encarregados do comando, os presidentes do Senado; Rogério Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. Sobrou para Marcelo Ramos. Prato cheio para o capitão das malícias soltar a indireta mais conveniente: trata-se de um amazonense, conterrâneo de Omar Aziz, presidente da comissão parlamentar de inquérito do Senado que atormenta dom Jair. E daí? E daí, nada. Lorota. O Amazonas é um Estado bolsonarista: os votos do candidato do PSL à Presidência e de seus bajuladores Wilson Lima, governador, e David Almeida, prefeito da capital, levaram o pleito de roldão. Assim como bolsonaristas fiéis foram os comerciantes manauaras que derrubaram as restrições de funcionamento por causa da pandemia, levando a cidade ao caos sanitário e à mortandade. A colheita ideal de quem considera a morte sua modalidade de artilheiro. É ou não é?

Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro navegaram nas naves da patranha .do chefe e pai para garantirem que votariam contra se Ramos lhes tivesse permitido votar. Não votaram porque Ramos exerceu o que lhe cabia: não convocar a votação do destaque que permitiria que eles e outros fiéis ao chefão fizessem o que nunca quiseram fazer. Assim funcionam as coisas em Pindorama.

Com mais de 130 processos de impeachment na corcunda e o patrão de verdade, Arthur Lira, jurando que nenhum começa, a desculpa da vez anterior da votação do Fundo Eleitoral para a eleição municipal perde a cor amarela para o branco, não da paz, mas da covardia. Eis a verdadeira modalidade do artilheiro que marca inimigos na coronha da pistola, como faziam os pistoleiros do Velho Oeste. E que tem mais do que se esconder, principalmente quando o Amazonas, que lhe deu margem de vitória mais caudalosa do que as águas do encontro do Negro com o Solimões, agora lhe falta, com governador do Estado e prefeito de Manaus atacados em todas as sessões da CPI da Covid do Senado, não pela oposição feroz, mas pelos leais bolsonaristas, como sempre, de ocasião. Omar Aziz desmontou seu palanque do jardim do Alvorada.

E Ramos respondeu à sua chacoalhada com ferocidade, no mínimo, inusitada. “Se depender do Bolsonaro, ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas. Ele deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações”, escreveu no Twitter. Duvidar quem há-de?

Bolsonaro agora tem de decidir se veta, para tirar a razão de Ramos, ou não veta, para evitar figurar na lista das traições do Centrão de Lira.

Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne, segunda-feira 19 de julho de 2021)

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