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Comentário no Jornal Eldorado: Bruno faz falta e fará mais em 2022

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu na manhã de ontem, aos 41 anos, por complicações de um agressivo câncer no sistema digestivo. Bruno Covas lutava contra a doença desde outubro de 2019, mas só se afastou da Prefeitura no último dia 2, quando foi internado no Hospital Sírio-Libanês. A cidade, desde então, é governada pelo vice, Ricardo Nunes (MDB). Covas é um raro gestor público e político brasileiro com ficha limpíssima e fará muita falta ao PSDB e à negociação pelo candidato da terceira via à Presidência. Já se sabia que Bruno Covas não ficaria muito tempo vivo e a campanha não deu chance ao eleitorado paulistano conhecer melhor o vice, escolha mais ligada à construção do apoio à chapa do que a previsão da sucessão. Não se pode, pois, inculpar o azar pela morte do prefeito.

Para ouvir comentário clique no play abaixo e, em seguida, no play:
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Assuntos para comentário da segunda-feira 17 de maio de 2021

1 – Haisem – Prefeito de São Paulo, Bruno Covas morre no auge da carreira e da vida – Esta é a manchete da edição impressa do Estadão desta segunda-feira – Que perda representa para o PSDB e para o Centro de verdade no Brasil a notícia desse desaparecimento

2 – Carolina – Bancos elevam previsão do PIB em 2021 – Esta é outra chamada em posição de destaque na primeira página do jornal de hoje. Até que ponto essa boa notícia pode alterar as perspectivas até agora traçadas pelos especialistas para o panorama da economia em plena covid no Brasil

3 – Haisem – A que ponto chega o conflito político no Oriente Médio com as notícias cada vez mais constantes de mortes de mulheres e crianças em bombardeios de Israel e do Hamas na Palestina

4 – Carolina – Que motivos podem ter levado o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski a autorizar que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello fique em silêncio no depoimento à CPI da Covid no Senado, marcado para esta depois de amanhã

5 – Haisem – Tasso: Bolsonaro foi desleixado com vacina – Este é o título da edição desta semana de sua série Nêumanne Entrevista no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. Em que o senador tucano do Ceará baseou essa afirmação

6 – Carolina – Edilson: Bolsonaro celebra a milícia – Este é o título do vídeo desta semana da série Dois Dedos de Prosa no Blog do Nêumanne no Portal do Estadão. Você pode contar aos ouvintes da Eldorado outros contatos deste instigante papo tornado público

 


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No Blog do Nêumanne: A celebração das milícias por Bolsonaro

José Nêumanne

O presidente e o filho Flávio não escondem de ninguém – amigo, inimigo, apoiador ou adversário – relações próximas com ex-chefão da milícia de Rio das Pedras e parentes próximos deste

Em entrevista à GloboNews, o relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros, reagiu a ofensas do colega Flávio Bolsonaro depois do entrevero que ambos tiveram no plenário das comissões: “Isso é uma coisa da cultura do Rio de Janeiro. As pessoas que moram no Rio de Janeiro sabem que o miliciano tem uma cultura diferente. Ele nunca considera que é um criminoso, que está fazendo um dano à vida das pessoas, que está traficando. Ele considera que não é um criminoso e que é vagabundo quem o enfrenta”. O pai socorreu o filho em pronunciamento público, afirmando: “Sempre tem alguém picareta, vagabundo querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essas pessoas neste país”. Nas Alagoas do relator, aos berros de “Renan vagabundo!” da plateia, Bolsonaro deu um recado “para esse indivíduo que quer fazer um show tentando me derrubar: não fará”.

Na verdade, a intimidade com milicianos do presidente, quando deputado federal, e do senador, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nunca foi escondida de aliados, adversários, inimigos e do público em geral. Em 2003 o pai, na bancada do PTB na Câmara, não poderia ter sido mais explícito ao afirmar, como registram os anais: “Enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro”.  Em 2005 ele próprio compareceu ao julgamento de Adriano da Nóbrega, então tenente da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM/RJ), acusado de haver comandado um grupo de oito PMS presos em flagrante, em 2003, pelo homicídio do flanelinha Leandro dos Santos Silva, em Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio. E o homenageou em discurso da tribuna. O “brilhante oficial” foi expulso da PM por chefiar a milícia de Rio das Pedras e também acusado pela Polícia Civil de ter chefiado o Escritório do Crime, que era contratado para assassínios em quiosque na praia onde fica o condomínio onde moram o pistoleiro que a polícia acusa de ter atirado em Marielle Franco, o próprio Bolsonaro e seu filho Carlos, colega da vítima na Câmara Municipal. Numa ironia do destino, o dono do PTB é o fiel aliado Roberto Jefferson. E Adriano foi executado por PMs da Bahia e do Rio de Janeiro, despertando em Flávio reação indignada e comovida, se não suspeita, além da conta.

Também em 2005 Jair mandou o primogênito, Flávio, condecorar esse “herói” com a Medalha Tiradentes, entregue na cela onde estava preso. Foi o pai ainda que indicou ao filho o subtenente reformado da PM-RJ Fabrício Queiroz para ser “pau pra toda obra” em seu gabinete. Este empregou no gabinete Raimunda Veras Magalhães, mãe, e Danielle da Nóbrega, mulher de Adriano, conforme informa o inquérito do Ministério Público fluminense, no qual o senador, ex-deputado estadual, é acusado de peculato, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. E o noticiário dos meios de comunicação, que, et pour cause, a famiglia execra publicamente. Seja em insultos genéricos, seja em ameaças de convocar para o pugilato repórteres “abelhudos”, em vez de encontrar explicação razoável para R$ 89 mil depositados na conta da primeira-dama Michelle, neta de traficante, filha de acusada de falsificação de documento e sobrinha de miliciano. É também notório o apoio insistente do presidente ao voto impresso, a ponto de ameaçar o próprio pleito de 2022 se não for adotado, sabendo previamente que não será. A quem mais interessa imprimir voto?

Protagonista da semana na série Dois dedos de prosa no Blog do Nêumanne, no portal do Estadão, o jornalista Edilson Martins abordou essa familiaridade da famiglia Bolsonaro com grupos de extermínio de policiais na Bahia e milícias do Rio de Janeiro, em especial a do Rio das Pedras. As coincidências com notícias dos últimos 18 anos impressionam e podem até inquietar. O pioneiro em jornalismo ambiental, com coluna no jornal O Pasquim à época da ditadura militar, chama a atenção para a importância dos negócios imobiliários na formação das forças milicianas que, segundo ele, não são mais um fenômeno exclusivamente carioca, já tendo atingido até Estados do Norte, caso do Acre, onde nasceu. Destacou que, desde as primícias da modalidade de extermínio nas proximidades da praia da Barra da Tijuca, “a luta desses grupos se trava pela posse da terra”. Hoje com um blog no Facebook, ele acha que a explicação para a execução da vereadora Marielle Franco, do PSOL, passa por duas hipóteses: muito combativa e ousada, ela teria “abusado” (milicianos são misógenos) e era ligada ao correligionário Marcelo Freixo ­– “é um milagre que ele ainda esteja vivo e sua vida depende muito de seu mandato”, completou.

O documentarista acreano observou ainda que esses grupos são muito mais do que organizações criminosas ao estilo da Máfia ítalo-americana. “Milicianos não são os pobretões, negros e raquíticos do tráfico. Mas os ‘fortões’, em tese quase sempre brancos, gordinhos e com aparência de classe média… As milícias estão presentes em 90% dos 163 bairros do Rio, a cujas populações vendem até gasolina e óleo produzidos em suas refinarias… A presença das milícias no Rio de Janeiro é a de um Estado totalitário, com poder de vida e de morte… Nunca se encontrará político que defenda traficante. Mas o presidente defende a milícia com orgulho. O gesto público fuzilando alguém, logomarca da campanha e que continua sendo, ganhou a simpatia da classe média fascistoide, ao exprimir a realidade em que ponto este país se encontra… Neste momento quem tem a caneta são o presidente e um grupo político que celebram a milícia.”

  • Jornalista, poeta e escritor

(Publicada no Blog do Nêumanne na segunda 17 de maio de 2021)

Para ler no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique no link abaixo:

https://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/a-celebracao-das-milicias-por-bolsonaro/


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Dois Dedos de Prosa no YouTube. Edilson: Bolsonaro celebra a milícia

1 – Protagonista da série #doisdedosdeprosa desta semana, o jornalista #edilsonmartins revelou que #jairbolsonaro teve 70% dos votos na #baixadafluminense, controlada por #milicianos, que compõem um #estadototalitario com prerrogativa da eliminação física, não permitida pela lei. 2 – As #milícias nos subúrbios do #riodejaneiro, constituídas por #pms, #expms, #policiaiscivis #expoliciaiscivis, #bombeiros e #exbombeiros, desde a primeira, em #riodaspedras, elegem e seus líderes são eleitos, constituindo-se hoje uma extensão dos poderes #executivo e #legislativo e com influência no #judiciario. 3 – Para o entrevistado, #mariellefranco foi assassinada por milicianos, porque ela foi considerada muito “abusada/’, porque as milícias são misógenas e também como um recado a #marcelofreixo, que, milagrosamente, está vivo, mas não pode perder uma eleição. #joseneumannepinto. #diretoaoassunto. Inté. E só a verdade salvará nossas vidas.

Para ver o vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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Nêumanne Entrevista no YouTube. Tasso: Bolsonaro foi desleixado com vacina

1 – “Na melhor das hipóteses, ao desprezar a oferta da #ffizer, houve por parte do #governofederal desleixo na aquisição de #vacinas”, disse o senador #tassojereissati, da #cpidacovid, reportando-se ao depoimento do ex-presidente do laboratório americano no #brasil, #carlosmurillo. 2 – No vídeo da semana da série #neumanneentrevista, o três vezes ex´governador do #ceara disse que o #exsecretariadecomunicacao do #governofederal #fabiowaingarten, em seu depoimento, deixou a suspeita de que tratou a própria intromissão nos contatos com os representantes do #laboratorio norte-americano como um negócio, não como um serviço à pátria. 3 – Tudo no episódio, segundo o entrevistado, demonstra incompetência de gestão e falta de comunicação num linguajar tosco. #joseneumannepinto #diretoaoassunto. Inté. E só a verdade salvará as nossas vidas.

Para ver vídeo no YouTube clique no play abaixo:


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Artigo no Estadão desta quarta-feira: Bolsonaro ostenta lema das milícias

José Nêumanne

Sorrindo diante do cartaz de CPF cancelado,

presidente mostra de que lado está

Em 23 de abril, em atrasadíssima ida a Manaus, o presidente Jair Bolsonaro posou, sorridente, para fotografia segurando cartaz com os dizeres “CPF cancelado”. Fê-lo ao lado do apresentador do programa de TV Alerta Nacional, Sikêra Jr., e dos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, da Educação, Milton Ribeiro, e do Turismo, Gilson Machado Neto, líder da banda de forró Brucelose (infecção bacteriana que afeta milhares de pessoas no mundo). A expressão é usada por defensores de policiais que matam suspeitos em operações, como era, à época da ditadura militar, a caveira com ossos em xis usada pelo Esquadrão Le Coq, criado em 1965 para vingar a morte do detetive da Polícia Civil do Rio de Janeiro Milton Le Cocq. Essa scuderie inspirou grupos de extermínio de “bandidos” por policiais, entre os quais o delegado do Dops paulista Sérgio Fleury.

Fernando de Barros e Silva escreveu na revista Piauí o artigo País cancelado, que começa assim: “Jair Bolsonaro seguiu à risca o que se exige da mulher de César. Não basta ser miliciano, tem que parecer miliciano”. Este, segundo ele, seria o estilo “milícia ostentação”. Não que a famiglia presidencial omita que o deputado federal Jair Messias foi ao julgamento do chefe miliciano Adriano da Nóbrega e o homenageou em discurso na Câmara. Sob ordens dele, seu primogênito, Flávio, nomeou para próprio gabinete familiares do acusado de chefiar o Escritório do Crime, empreiteira de assassínios de aluguel. E entregou-lhe a Medalha Tiradentes na cela. Quando Nóbrega foi executado por policiais civis baianos e fluminenses, Flávio, já acusado de extorquir funcionários-fantasmas na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), lamentou a execução do criminoso em aparente queima de arquivo.

A chacina na favela do Jacarezinho, da qual as vítimas dos policiais só foram identificadas três dias depois, foi comemorada pelo presidente e por seu eventual sucessor, Hamilton Mourão. Este Estadão contou, assim que a lista foi revelada, que um terço das vítimas – nove em 27 – não era de réus na Justiça. A Polícia Civil do Rio, notória suspeita de corrupção, saiu pela tangente de que alguns eram por ela investigados. A desculpa – amarela como a cor da Bandeira Nacional, usada como manto protetor por fascistoides que elogiam assassinos e torturadores notórios, caso do coronel Brilhante Ustra – seria a de que eram, no mínimo, suspeitos. Não se sabe se são mesmo ou se passaram a sê-lo depois de fuzilados. Mas sabe-se algo que, ao que parece, presidente e vice desconhecem: o sistema judicial brasileiro não admite a pena de morte. Se nem pela Justiça, imagine por forças policiais.

O jornalista Edilson Martins anotou, em texto no Facebook: “Quem achaca as comunidades, tortura seus moradores, elimina os que se negam a pagar por seus serviços –­ luz, tv, gás, telefone, segurança, entre outros negócios – são as milícias. Estas são lideradas por policiais militares expulsos da corporação, ou ainda na ativa, bombeiros idem, além de policiais civis infratores, e têm parceria com políticos que ajudam a eleger: governadores, deputados federais e vereadores. O atual presidente teve ligações, juntamente com os filhos, com milicianos notórios”. E acrescentou: “Nunca houve megaoperação, em nenhum governo, contra as milícias. Na cidade do Rio elas ocupam e dominam 53% do município. O tráfico controla 15,14% do território da cidade. A favela de Jacarezinho não tem, ou pelo menos não tinha, a presença das milícias”.

Para ilustrar, o colega citou uma frase do patriarca esquerdista Lula a respeito de massacre similar perpetrado sob o comando do aliado Sérgio Cabral, do MDB, ao lado de quem comentou invasão da mesma polícia em 7 de abril de 2007 (há 14 anos): “Nessa ação de vocês no Complexo do Alemão, tem gente que acha que é possível enfrentar a bandidagem com pétalas de rosa ou jogando pó de arroz”. Sobre outro emedebista, Michel Temer, hoje conselheiro-mor de papai Jair Messias, Edilson registrou: “O atual ministro da Defesa, Braga Neto, já foi comandante de uma intervenção militar do Exército durante quase um ano no Estado do Rio. Nunca realizou incursão contra as milícias na cidade do Rio. Contra o tráfico as incursões foram cinematográficas”.

Não será inútil lembrar que, na véspera do massacre, Bolsonaro visitou o anspeçada do filho Flávio, Cláudio Castro, no Palácio Guanabara. Pode ter sido mera coincidência, mas não deve ser omitido. De vez que manchetes diversionistas serão sempre bem-vindas em momentos de tensão como os ora produzidos no Palácio do Planalto pela CPI da Covid no Senado.

O ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares lembrou: “Com o Jacarezinho, a depender da reação do STF, se legitimará, preparando o próximo passo, o lance final contra a democracia: a institucionalização definitiva da autonomia policial, de que o excludente de ilicitude será um (funesto) detalhe”. A esse respeito, o fecho do editorial Com todas as palavras, deste jornal, vaticina “‘O recado está dado’, advertiu Bolsonaro. Seria imprudente ignorá-lo”. É isso aí.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado na página A2 do Estado de S. Paulo da quarta-feira 12 de maio de 2021)

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No Blog do Nêumanne: Bolsonaro não é um ponto fora da curva

José Nêumanne

O presidente foi eleito também por antilulistas e por quem não suportava mais a roubalheira do PT e seus asseclas, e, de fato, atendeu ainda a apelos da direita saudosa da ditadura militar

O candidato do PSL à Presidência da República foi favorecido pela conjuntura da eleição presidencial de 2018 mercê do fato de, ao contrário de todos os oponentes da esquerda e do centro tradicional, não ter seu nome citado nos autos da Operação Lava Jato, sob o comando do então juiz Sergio Moro. O fator antilulista foi fundamental para lhe dar a vitória final, no segundo turno. Mas, da mesma forma que é ilusório imaginar que ele seja isento de malversação do erário por não constar do propinoduto da Odebrecht, também o é imaginar que o que ele chama de “povo”, embora não corresponda rigorosamente à definição literal, seja uma camada insignificante do eleitorado brasileiro. Simplesmente não o é.

À época da campanha presidencial, em 2018, um amigo me contou uma cena que havia presenciado em reunião de pretendentes a financiadores selecionados por Fabio Wajngarten. Uma cena horripilante. Questionado sobre como solucionaria o déficit habitacional, o então candidato não se fez de rogado e disse que mandaria um helicóptero despejar folhetos avisando que todos os cidadãos de bem que morassem em comunidade pobre saíssem de lá, sob pena de serem queimados no dia seguinte. Nesse dia, as mesmas aeronaves despejariam napalm no bairro. Mas não foi a proposta do ex-capitão terrorista que o aterrou, e sim os retumbantes aplausos que recebeu seu projeto homicida. Tolo foi pensar que as manifestações fascistoides na periferia dos massivos atos contra o desgoverno dos políticos tradicionais em 2013 eram insignificantes para despertarem um terror realista de alguma aventura golpista para interromper o interregno democrático iniciado em 1988, pós-Constituinte. Na verdade, os fascistoides não se expunham nas ruas, mas hoje se dispõem a manter o planejado autogolpe do nostálgico-chefe da ditadura.

Quem tinha a ilusão de que o presidente utilizou Sergio Moro como isca no Ministério da Justiça para, depois, impor um vassalo de sua famiglia, Anderson Torres, já não tem mais por que apostar na reeleição do celerado. Mas quem garante que a massa que aplaude as invasões da periferia miserável do Rio não tenha força bastante para levá-lo ao segundo turno do pleito vindouro, em 2022? Talvez o melhor alvitre seja pensar que Lula será o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), realizando a hipótese de dispensar quaisquer opções que não sejam remanescentes da polarização da intolerância de nosso mini-Mussolini, que ilude seu rebanho fiel ao reproduzir os próprios preconceitos ao desgovernar. E de quem acredita no “bom” ladrão Lula, inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todo nomeado por este e seus sucessores.

Que isso está no plano dos dois lados salta aos olhos. Augusto Aras, filho de Roque Aras, súdito de Chico Pinto, dedo-duro da ditadura e celebrado como herói pela esquerda, não precisou abjurar sua condição tríplice de petista, advogado e passador de pano do atual patrão para assumir a Procuradoria-Geral da República. E fica à calma espera de sua indicação para o STF nesta ou na futura indigestão bolsonareira. André Mendonça, favorito da primeira-dama Michelle para o lugar do decano Marco Aurélio Mello, dificilmente terá de esperar tanto para justificar no próximo futuro vassalagem a dois senhores, negando, assim, a fábula do Evangelho, que ele prega, por sábia hipocrisia. Humberto Martins, o favorito do primogênito Flavinho, o senador sonso, sabe que, mais dia, menos dia, surgirão novas investigações a seu respeito para que as obstrua e, com isso, aumente o cacife de sua eventual promoção pelo pai aflito.

O praticante da mais antiga corrupção de todos os tempos do serviço público – a extorsão da parte do leão dos salários de funcionários-fantasmas de gabinetes parlamentares – sabe que pode contar com três opções para a disputa pelo papai Messias no ano que vem. A saber: o voto de cabresto do gado leal garantindo a vitória final, a repugnância por Lula augurando o triunfo no segundo turno e o autogolpe do pai, apoiado pela patranha da fraude eventual da eleição na urna eletrônica. Com a vantagem de fazer o serviço completo para o caixa garantido da famiglia pelas milícias. A possibilidade de conferir pelo sufrágio impresso a manifestação dos súditos nos territórios comandados pelos milicianos de estimação constitui a maior vantagem de um cabo eleitoral na História do Brasil. Nem o voto de bico de pena assegurava fidelidade tão vassala na Velha República quanto a atual.

Ninguém deve estranhar por que a impressão do voto, cloroquina política, pílula do câncer eleitoral do charlatão-mor desta republiqueta, étão repetida no momento em que os crimes de responsabilidade estão sob o crivo do relator menos impoluto, mas mais difícil de ser dobrado, de todos os tempos, Renan Calheiros, na CPI da Covid no Senado. A perspectiva de trocar seis por meia dúzia, a de um impeachment que conduza Hamilton Mourão no Rolls-Royce no dia da posse, dificulta – e muito – uma solução constitucional que ceda à evidência do despreparo e do ímpeto genocida do provisório chefe da Nação. Mas é certo que é preferível contar com um terço de fanáticos capazes de aoiá-lo sabotando a vacina, o isolamento social e o uso de máscaras a ter de suportar a hipótese oposta. Lula, com seus lenientes idólatras, é, ao mesmo tempo, o único adversário capaz de enfrentá-lo de igual para igual, incluindo no coração volúvel do Centrão, e o gêmeo univitelino que pode manter o verniz de uma disputa legítima e fácil. O resto é lorota capaz de matar mais e imunizar menos ao sustentar o elo indissolúvel da manada unida à espera do napalm que só mate pobres. Bolsonaro é um vértice, e não um ponto fora da curva, deste país insensato.

*Jornalista, poeta e escritor

(Publicado no Blog do Nêumanne segunda-feira 10 de maio de 2021)

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